Seminário vai discutir a questão da violência em Belém
Depois de muita revolta e manifestações pelo crime bárbaro com o menino João Hélio, é hora de sentar para discutir amplamente a questão da violência e criminalidade de forma organizada e com vários segmentos sociais. A UFPA, por meio do Programa Pobreza e Meio Ambiente (POEMA), do Núcleo de Meio Ambiente, promove o seminário "Violência em Belém: Das Manifestações às Soluções", dia 23 de fevereiro, no auditório do Centro de Capacitação da UFPA (Capacit). A programação terá início às 8h, com debates, apresentação de estudos e discussões; e encerra às 16h30 com manifestações artísticas por uma cultura de paz.
Uma série de estudiosos do tema e agentes sociais que lidam diretamente com o problema sentarão a uma mesma mesa para discutir as causas e efeitos da violência, alem de buscarem, em conjunto com a sociedade, soluções para a questão. Estarão presentes o Secretário de Assistência e Desenvolvimento Social, Alberto Damasceno, a socióloga Kátia Mendonça (UFPA), a Deputada Estadual Regina Barata (PT), dentre uma série de outros importantes representantes de órgãos.
Uma das atividades será a apresentação e discussão do estudo "Crescimento, Pobreza e Violência em Belém", feito pelos pesquisadores do POEMA, Thomas Mitschein, Jadson Chaves e Henrique Miranda, nas comunidades da Vila de Outeiro e os bairros do Guamá, Terra Firme e Bengüi. No estudo, realizado em abril e maio de 2006, os autores levantaram uma série de dados relevantes para contribuir com as políticas públicas e com pesquisas sobre os temas. "Não se trata, certamente, de apenas uma contribuição para a pesquisa sobre violência e a pobreza regional, mas de uma contribuição metodológica que integra exaustiva pesquisa no campo e uma boa base empírica com fundamentos teóricos", afirma o Doutor em Geografia Humana e Coordenador do Núcleo de Meio Ambiente da UFPA, Gilberto Rocha.
A publicação, com mais de cem páginas, analisa a pobreza e violência urbanas, no atual contexto histórico, como expressão de um crescimento econômico e urbano desigual, desaguando em condições precárias de vida e numa crescente "informalização" do espaço. "Foi possível perceber que se forma constantemente em Belém uma periferia constituída por pessoas vindas de regiões do interior. Chegam ao centro urbano em absoluta desqualificação e, conseqüentemente, a marginalidade se mostra uma opção quase irresistível", afirma o pesquisador do Poema, Henrique Miranda.
Texto: Assessoria de Comunicação do POEMA
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