Livro retrata panorama hídrico da capital paraense
"Belém de Águas e Ilhas", organizado pela Prof. Dra. Edna Castro, é uma coletânea de artigos elaborados por pesquisadores do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, Museu Paraense Emílio Goeldi, em parceria com outras instituições nacionais e internacionais. O livro será lançado nesta quinta-feira, 15, às 18h na livraria do campus da UFPA. Entre outros aspectos, é analisada na obra, a organização territorial da cidade, considerando as ações do Estado no que se refere ao saneamento, à balneabilidade, à distribuição de água e à modernização dos portos.
Os cursos de água da geografia de Belém são um fator decisivo no processo de ocupação territorial e, conseqüentemente, para o desenvolvimento econômico regional. O livro traz um levantamento histórico sobre as atividades dos primeiros habitantes da região e as suas formas de uso dos recursos, ao longo das margens dos rios. A atividade pesqueira é debatida, sobretudo, pela necessidade de uma política de desenvolvimento do setor, na Amazônia.
O turismo e o comprometimento dos sistemas ambientais nas ilhas também são abordados. A ilha de Caratateua (Outeiro) ganha destaque por conta da finalidade de seus espaços, aliviando a pressão demográfica sobre as áreas centrais de Belém e oferecer lazer e turismo para uma parte significativa da população de baixa e média renda. A formação de quilombos nas ilhas que rodeiam a cidade, e a importância da mão-de-obra negra para a economia também são apontadas na obra.
A expansão urbana é outro aspecto levantado no livro. Os pesquisadores fizeram uma avaliação de seus efeitos na área metropolitana e região das ilhas, analisando a estrutura paisagística do espaço em três momentos, e posteriormente, compararam com outras regiões metropolitanas brasileiras.
MEGAM – "Belém de Águas e Ilhas" é resultado das pesquisas realizadas pelo Projeto Mudanças no Estuário Amazônico pela Ação Antrópica, no Núcleo de Altos Estudos Amazônicos – NAEA/UFPA, em parceria com o Museu Paraense Emílio Goeldi.
Iniciado em 1999, o Projeto Megam objetiva desenvolver uma série de estudos articulados, de forma a entender os impactos das cidades sobre os cursos aquáticos em regiões tropicais. Desde então, o projeto tem trazido ao debate novos estudos e importantes contribuições sobre a ocupação urbana, os impactos nos ecossistemas, as mudanças verificadas nas orlas, rios e ilhas do entorno de cidades de grande porte, como Belém.
Dayane Baía
Assessoria de Imprensa do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos - NAEA/UFPA
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