Questão ambiental na Semana do Calouro

      A questão ambiental foi o cerne da Semana do Calouro de Turismo da UFPA. Num protesto pacífico, os estudantes recolheram todas as garrafas plásticas pet encontradas nas margens do Rio Guamá nos espaços do campus universitário e se dirigiram até a Prefeitura do campus para saber como funciona o serviço de coleta e destinação dos resíduos sólidos do campus.
   O prefeito Marcus Vinicius, recebeu os estudantes e mostrou o resultado de uma pesquisa realizada pelo professor Paulo Norat, especialista em Engenharia Sanitária, que revela que 45% dos resíduos gerados no espaço acadêmico são orgânicos, como capins e folhas de árvores. Para estes compostos, o tratamento é feito através da decomposição natural, ou seja, eles são enterrados e posteriormente, transformados em adubos naturais que são utilizados nos jardins do campus. Os troncos de árvores remanescentes da poda serão doadas para algumas panificadoras que ainda utilizam o forno a lenha. Uma outra idéia da PCU é doar para fábricas de vassouras ou oficinas comunitárias que utilizem madeira. O processo é autorizado pela Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (SECTAM), que tem como objetivo principal a reutilização desses recursos.
   Os papéis de expediente utilizados pela comunidade acadêmica, representam 35% do total do lixo recebido. Parte dele é encaminhada para uma empresa de reciclagem que firmou acordo com a Universidade, visando auxiliar a campanha beneficente “Não deixe o Artur parar”. Toda a renda da venda do papel é destinada para esta campanha, que auxilia no tratamento do estudante Artur, aluno de sete anos do Núcleo Pedagógico Integrado (NPI), que tem uma doença rara. Marcus Vinicius explica que ações como essas são formas de repensar o tratamento do lixo dentro da Universidade. Informa também que futuramente será criada uma usina de compostagem, que vai funcionar nos fundos do campus três da UFPA. A Gerencia de Meio Ambiente do Campus só aguarda a liberação por parte da Prefeitura de Belém para dar encaminhamento ao projeto.

Comissão Ambiental – Os resíduos laboratoriais e patológicos gerados pelos hospitais universitários, representam 20% do lixo coletado. Eles são recolhidos e em seguida incinerados, por uma empresa terceirizada contratada pela UFPA. Segundo Lúcia de Fátima Almeida, membro da Gerência Ambiental do Campus, a idéia é que ainda este ano, seja criado um laboratório para tratamento desses resíduos orgânicos gerados dentro da Universidade. Ela explica que será um projeto inovador, só existente em sete instituições federais do país. Lúcia conta ainda, que a Universidade deverá formar uma comissão responsável pela coleta seletiva do lixo feita dentro do campus, que atenda a Lei 5.940 de 25 de Outubro de 2006. A lei, sancionada pelo Presidente Lula, estabelece que todas as instituições federais do país destinem seus resíduos recicláveis às associações ou cooperativas de catadores de materiais recicláveis. A idéia é que, na universidade essas associações sejam formadas por pessoas que residam próximas ao campus e que estejam em risco social. Essa comissão deverá ser formada por amplas representatividades acadêmicas, que estejam engajados nas causas ambientais. O grupo vai se chamar “Comissão para a Coleta Seletiva Solidária” e deverá também elaborar um plano para implantação de lixeiras recicláveis ao longo do campus. Enquanto isso não acontece, Marcus Vinicius explica que a Prefeitura do Campus está estudando um plano para a implantação das lixeiras comuns na UFPA. “Elas já foram compradas e só estão aguardando consulta de preços para serem instaladas”, afirma.
A reunião que vai definir a comissão deverá ser realizada no dia 20 de abril no Centro de Capacitação e os estudantes de Turismo foram convidados a participar. A recepção ao calouro da UFPA encerrou nesta sexta-feira, com a campanha de doação de sangue realizada em parceria com o Hemopa.

Texto: Bruno Magno (Assessoria de Imprensa da UFPA)

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