Programa Educamazônia
Uma parceria entre a Universidade Federal do Pará (UFPA), a Universidade do Estado do Pará (Uepa), a Secretaria de Educação (Seduc) e o Fundo Internacional para a Infância (Unicef) está desenvolvendo um importante trabalho de inclusão educacional nas áreas rurais do Pará. É o Programa Educamazônia: construindo ações inclusivas e multiculturais no campo, que reúne pedagogos e estudantes para fortalecer a educação voltada para a população camponesa. Cerca de trinta pessoas estão mobilizadas para atuar nos municípios de Breves, Cametá, São Domingos do Capim, Santarém, Marabá e Belterra, por meio de oficinas para os educadores do campo, que passam por sérios problemas de infra-estrutura e falta de um projeto pedagógico voltado para essa realidade. A programação começou na segunda quinzena deste mês, com uma série de oficinas em Breves.
O objetivo dessas oficinas é conscientizar essas pessoas da importância de se atentar para o contexto social dos alunos para assim fazer as práticas educacionais. É um esforço que deve ter resultados práticos a médio prazo, pois exige a sensibilização tanto das comunidades quanto do poder público. A maioria das escolas do campo é desconhecida pelos administradores, sendo o trabalho dos professores extremamente precarizado. Segundo o professor Salomão Hage, do Centro de Educação da UFPA, “as escolas multisseriadas devem sair do anonimato. Serem incluídas nas agendas das universidades, prefeituras e também do governo federal”.
O Programa Educamazônia surgiu do Fórum Paraense para a Educação do Campo, em 2004, uma entidade que reúne os movimentos sociais, as universidades e sindicatos de trabalhadores rurais. Além da atuação pedagógica, o Educamazônia é, portanto, uma importante ferramenta de mobilização social, para viabilizar e garantir o direito de aprender com sucesso das pessoas pertencentes às populações do campo da Amazônia paraense e lá permanecer com dignidade. Está previsto para o dia 17 de abril deste ano, quando o
massacre de Eldorado completa onze anos, o lançamento do portal eletrônico do Fórum.
Conscientes de que os problemas são profundos e não poderão ser resolvidos a curto prazo, os formadores vão a campo com uma missão: contribuir para desfazer a idéia de que a cidade é o progresso e o campo é o atraso. Valorizar os costumes e práticas dessas regiões é essencial no processo pedagógico.
Alan Araguaia (Assessoria de Comunicação do Educamazônia)
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