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O desafio de criar jogos educativos aliados ao prazer dos games

O sucesso crescente dos jogos digitais, principalmente entre os jovens em idade escolar, acabou criando uma nova demanda para o setor educacional: criar jogos educativos. Na quarta reportagem do UFPA em Série-Jogos Digitais, vamos ver que aliar a experiência instigante e prazerosa oferecida pelos jogos digitais a estratégias eficientes de educação tornou-se um novo desafio para os desenvolvedores de jogos. Leia a seguir.

O papel dos jogos educativos é despertar o interesse por temas que, normalmente, não são os favoritos entre a "galera" e, dessa forma, tornar a educação mais atrativa. Existe uma infinidade de jogos educativos disponíveis na rede, em que é possível aprender sobre os mais variados temas, como Biologia, Química, Matemática ou qualquer outra disciplina.

Cabanagem em jogo - Na lista dos jogos educativos, claro que não poderiam faltar os responsáveis pelo ensino da História e é nesse grupo que se encaixa o jogo “A Revolta da Cabanagem”, desenvolvido pelo Laboratório de Realidade Virtual do Instituto de Tecnologia da UFPA (LARV/UFPA). O jogo tem como temática o Movimento Cabano, ocorrido no Pará, durante o século XIX. O professor Manoel Ribeiro Filho - coordenador do LARV/UFPA e um dos responsáveis pelo jogo na época e, agora, professor da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) – conta que ele havia acabado de participar de um minicurso sobre jogos educativos quando a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) publicou um edital nacional para o desenvolvimento e a disseminação de jogos de computador educativos.

O professor disse que a ideia de criar um jogo sobre a Revolta da Cabanagem já existia, há algum tempo, entre o grupo de estudos. O projeto foi o único da Região Norte a ser aprovado no edital e recebeu R$113 mil reais em recursos administrados pela Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp). O projeto durou dois anos e meio e envolveu estudantes de graduação e de pós-graduação da Faculdade de Engenharia da Computação, do Instituto de Tecnologia da UFPA (ITEC), coordenados pelo professor Manoel Ribeiro.

Estrutura de jogo - O jogo é estruturado em quatro fases. A primeira delas tem como tema o surgimento da imprensa no Pará, na qual o jogador se torna Felipe Patroni e deve tentar fundar o primeiro jornal paraense. Nessa fase, o jogador tem os militares o impedindo de completar sua missão. O jogador passa para a próxima fase quando consegue fundar o jornal.

As fases seguintes focam no conflito armado que houve durante a revolta, quando os líderes do movimento fugiram para a fazenda de Félix Malcher, no município de Acará. “Na fase da fazenda, o jogador precisava realizar atividades como pesca e colheita. Na fazenda, também havia os escravos, e o jogador poderia criar uma senzala para conseguir manter a fazenda em funcionamento. Na última fase, os cabanos, munidos de recursos, retornavam à cidade comandados por Angelin”, explica o professor.

Quando foi lançado, o jogo teve uma ótima repercussão, também gerou como resultados duas dissertações, alguns TCCs, além de publicações em congressos. Como legado, o jogo também deixou um laboratório com cerca de 15 computadores na Escola de Aplicação da UFPA, criado para que os alunos pudessem testar o jogo. O jogo está disponível no site do LARV.

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Texto: Lucas Costa – Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Edielson Shinohara e Victória Ribeiro

Publicado em: 01.09.2016 18:00