Cuidados com a doença de Chagas inspiram criação do “Chagame”
Criar ações eficazes para conscientizar sobre doenças sempre foi um desafio para a área da saúde, principalmente quando o público-alvo são crianças e adolescentes. Mas os jogos digitais vêm se mostrando um ótimo meio para que profissionais da saúde possam obter sucesso nessas ações. No UFPA em série- Jogos Digitais, já falamos do jogo “Em Busca Do Doador Perdido”, em que o objetivo é conscientizar pessoas sobre a importância da doação de sangue. Nesta 5ª e última reportagem da série, falaremos do jogo “Chagame”, também desenvolvido na UFPA, por alunos dos cursos da área da saúde, orientados pela professora doutora Dilma de Souza.
O "Chagame" tem como objetivo principal despertar a curiosidade e motivar o aprendizado de crianças e pré-adolescentes sobre os cuidados com a doença de Chagas. O jogo para dispositivos móveis foi idealizado pelo estudante de Medicina, da UFPA, Jefison Lopes e surgiu por meio do Projeto de extensão Ações Integradas para Prevenção de Doenças Transmitidas por Alimentos, da Pró-Reitoria de Extensão (Proex) da UFPA. O aplicativo está disponível gratuitamente na Play Store e roda em aparelhos com sistema Android, com base na versão 4.5.
“Os jogos, em geral, são associados a um momento de entretenimento e diversão para quem joga, por isso, quando se traz uma temática educativa para dentro de um game, parece que as pessoas ficam mais curiosas pelo assunto embutido nele e se sentem mais motivadas a compartilhá-lo com outras pessoas”, comenta Jefison Lopes.
Referências – Inspirado no clássico game Mário World (Nintendo, 1990), o "Chagame" segue a mesma dinâmica, em que o jogador deve se defender de obstáculos e perigos para que avance de fase. “No nosso jogo, temos o Barbeiro como principal obstáculo a ser vencido e suas fezes, que, assim como na vida real, representam um grande perigo à nossa vida”, explica Jefison.
O idealizador do projeto também comenta que, no início, a equipe responsável acreditava que o jogo seria somente uma ferramenta para ações que o grupo realiza em escolas públicas de ensino fundamental, com crianças de cinco a sete anos. No entanto, com a disponibilização do game na loja de aplicativos do Google, o grupo notou que jovens e adolescentes também se interessaram.
Estratégia – A orientadora do projeto, professora doutora Dilma de Souca, explica que o atrativo do jogo está em motivar, de forma lúdica, a lembrança de realizar a prevenção contra uma doença infecciosa crônica, transmitida pelo inseto vilão do jogo, sem sobrecarregar de informações conceituais. “O cativante está em jogar se defendendo do inseto transmissor da doença de Chagas, desta maneira, quem está jogando já está lembrando que o inseto do jogo é transmissor da doença e é nocivo entrar em contato com as fezes deste inseto”, explica a professora.
O grupo de pesquisa pretende criar outros games seguindo a linha do jogo da doença de Chagas. Entre as ações do grupo, estão um teatro de fantoches, cujos personagens são bichos da floresta, como preguiça, papagaio e até o personagem mítico curupira.
O jogo "Chagame" está disponível aqui.
• Leia mais:
>> O desafio de criar jogos educativos aliados ao prazer dos games
>> Jogo de conscientização criado na UFPA ajuda hemocentro
>> A Amazônia virtual em game é tema de pesquisa na UFPA
>> A representação da Amazônia em jogos digitais
Texto: Lucas Costa – Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos e arte: Acervo / Pesquisa
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