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Associações de estudantes indígenas e quilombolas apoiam mudanças no vestibular da UFPA

Até esta sexta-feira, 14 de outubro, o Centro de Processos Seletivos da Universidade Federal do Pará (Ceps/UFPA) registrou um total de 1.696 solicitações de inscrição no Processo Seletivo Especial (PSE) 2016. As alterações no concurso foram comemoradas pelas associações que reúnem os estudantes indígenas (APYEUFPA) e quilombolas (ADQ) na Universidade. O modelo de seleção, apontam, ainda não é o ideal, mas as alterações são mais um passo para expandir a oportunidade de ingresso no ensino superior público para as comunidades tradicionais da região.

Este ano, o PSE disponibiliza um total de 704 vagas em 176 cursos distribuídos por 20 cidades paraenses, locais em que a Universidade possui campi, polo ou convênios com as prefeituras. As vagas se referem à oferta de até duas vagas a mais em cada curso regular ofertado pelo Processo Seletivo 2017 da UFPA (PS 2017), as quais são criadas diante da aprovação de candidatos, ou seja, não podem ser ocupadas por outros candidatos.

A Associação dos Discentes Quilombolas da UFPA (ADQ/UFPA) pondera que as alterações ainda não tornam o concurso o ideal, mas as novidades podem ajudar a aumentar o número de candidatos aprovados. “Ainda não representa o ideal que ansiamos, contudo, este ano, já nos trouxe boas novidades que, acreditamos, irá permitir a aprovação de muitos estudantes de nossas comunidades quilombolas”, espera Queila Couto, presidente da ADQUFPA.

Já a Associação dos Povos Indígenas Estudantes na UFPA (APYEUFPA) acredita que as alterações, especialmente a participação de lideranças indígenas e quilombolas na comissão responsável pelo concurso, devem ajudar a aperfeiçoar a política de acesso às vagas especiais.

“Tivemos líderes indígenas e caciques que atuaram para ajudar nesta mudança, o que é muito positivo, mas ainda queríamos que a Universidade revisse sua definição de liderança: o que é uma liderança para a gente, para eles, nem sempre é”, aponta Eliene Rodrigues Putira Sacuena, presidente da APYEUFPA.

A segunda opção de curso, estabelecida este ano, é a que deve impactar mais para os estudantes. “Sabemos que a maior demanda dos povos indígenas é pelos cursos da área da saúde. Então muitos acabam não passando, porque a demanda se concentra pelas duas vagas de cada um desses cursos. Mas, agora, eles não vão mais ficar de fora, porque há uma segunda opção e esperamos que, com isso, possamos preencher todas as vagas disponíveis”, conta Eliene Putira.

Números - Os dados do Centro de Registro e Indicadores Acadêmicos da UFPA (CIAC) mostram que, desde a implantação do sistema que cria as vagas extras para candidatos indígenas, duas são para candidatos quilombolas e uma vaga extra é para pessoas com deficiência em cada curso de graduação ofertado pela universidade, um total de 1.009 estudantes foi aprovada na Instituição. O maior grupo é dos estudantes quilombolas, que somam 589 aprovados desde 2013. Desde 2010, quando as vagas especiais para indígenas foram criadas, já se tornaram calouros da UFPA 133 estudantes indígenas.

Serviço:
As inscrições para o PSE 2016 voltado a estudantes indígenas e quilombolas seguem até o dia 16 de novembro no site do CEPS e são gratuitas.

Acesse aqui o edital do PSE indígena e quilombola, deste ano.

Veja o quadro completo com o número de estudantes aprovados na UFPA ao longo dos anos e em cada curso: QuilombolasIndígenas e PcDs.

Texto: Márcia Pinheiro e Glauce Monteiro – Assessoria de Comunicação da UFPA
Foto: Alexandre Moraes

Publicado em: 17.10.2016 19:27