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Campanha de Combate à Surdez atrai 850 pessoas para Hospital Bettina

A Campanha Nacional de Prevenção e Combate à Surdez atraiu 850 pessoas para o Hospital Bettina Ferro de Souza (HUBFS) nesta quinta-feira, 10. Destes, 500 foram submetidos a exames complementares de triagem auditiva e metade deles cadastrados ao hospital. A finalidade da campanha era chamar pacientes novos para o Bettina, que ainda não passaram por avaliação otorrinolaringológica prévia, tendo como alvo principal as pessoas que apresentam alguma queixa auditiva, seja perda de audição, seja zumbido. O HUBFS atende 100% por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) e pertence ao Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará (UFPA)/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
 
A cabeleireira Maria Evangelista, 50 anos, soube da campanha no hospital e não perdeu a oportunidade para levar sua amiga Maria do Carmo Carvalho, 70 anos. "A gente se conhece há 12 anos, quando ela foi morar em casa com minha família. Desde que a conheço, ela conta que, aos três anos de idade, caiu de uma mesa, saiu algo do seu ouvido e não escutou mais. Queremos muito conseguir um aparelho auditivo para ela porque vai facilitar nossa comunicação. Aproveitamos mais a campanha porque não era preciso ir atrás de encaminhamento da Unidade Básica de Saúde pro Bettina. Já estamos com a volta dela agendada e tomara que tudo dê certo", contou a cabeleireira, que mora no bairro Canudos e faz tratamento de glaucoma no HUBFS.
 
Segundo a chefe da Unidade de Otorrinolaringologia do Bettina Ferro, a médica Érika Badarane, os pacientes já saíram da campanha com a data de sua próxima consulta agendada, quando serão solicitados exames mais específicos para traçar o tratamento. As consultas subsequentes serão realizadas nos próximos dois meses.   
 
Parceria - A iniciativa foi uma parceria do HUBFS com a Coclear e, além da triagem, realizaram palestras sobre o tema. A campanha contou com equipe de profissionais da Coclear e a multiprofissional da Unidade de Otorrinolaringologia e outros setores do HUBFS, composta por médicos otorrinolaringologistas, médicos residentes de ivoOtorrinolaringologia, fonoaudiólogas, assistentes sociais, psicóloga, pedagoga, enfermeiros, técnicos de enfermagem, técnicos-administrativos, serviços gerais, alunos da graduação de Medicina e de Fonoaudiologia.

 
Para Izi Pardal, fonoaudióloga e representante da Coclear no Pará, a campanha foi importante para levar mais informações acerca dos tratamentos disponíveis à reabilitação auditiva, além de diagnosticar o problema. "Este é o segundo ano que estamos parceira com o Bettina e esta campanha superou nossas expectativas, pois, em 2015, foram 200 pessoas atendidas. Agora, estivemos com equipe maior para atender à população, que, este ano, procurou mais pela campanha. O HUBFS é o único da Região Norte que atende pelo SUS, com intuito da reabilitação auditiva, como a cirurgia de implante coclear, e a Coclear é fabricante do aparelho de implante, então essa iniciativa é importante para nós, para o hospital e para os pacientes", disse Izi Pardal.

A Campanha Nacional de Prevenção e Combate à Surdez é uma iniciativa de organizações e entidades representativas das áreas da Otorrinolaringologia e Fonoaudiologia, como a Sociedade Brasileira de Otologia, Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia, a Fundação Otorrinolaringologia, Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia e Conselho Federal de Fonoaudiologia do Brasil.
 
Doença - Érika Badarane explica que a surdez pode ser adquirida ou congênita e, entre as causas adquiridas, as principais são exposição a ruído, doenças infecciosas, como meningites, rubéola, sarampo, traumas, uso de medicações, infecções crônicas nos ouvidos, entre outras. "As causas congênitas são aquelas em que a criança já nasce com problema auditivo, podendo ser decorrente de infecções adquiridas pela mãe durante a gestação, síndromes, incompatibilidade sanguínea, más formações, entre outras", informa Badarane.
 
O tratamento depende da causa, por isso é individualizado e necessita de avaliação médica. "O tratamento pode ser clinico, no caso de infecções, por exemplo, mas pode ser cirúrgico. Em alguns casos, a reabilitação pode ser realizada por meio do uso de aparelhos auditivos. Nos casos mais severos e bilaterais, o implante coclear pode ser o tratamento ideal". 
 
Atendimento - Em 2016, até agosto, do total de 267 mil procedimentos realizados no HUBFS, 51 mil (19%) foram em Otorrinolaringologia, entre eles, estão consultas, exames e cirurgias. Entre os procedimentos nesta área, o Bettina destaca-se no implante coclear, pois é o único hospital público do Norte do Brasil a realizar o procedimento, conhecido popularmente como "ouvido biônico".
 
Implante - Desde outubro de 2010, mais de 90 pacientes realizaram o implante coclear, um aparelho colocado cirurgicamente  ,que faz a função das células ciliadas lesadas do ouvido interno e restaura - ou cria - a capacidade de captar e compreender o som, o qual é encaminhado diretamente ao nervo auditivo, através de estímulos elétricos que chegam ao cérebro, possibilitando uma percepção sonora clara, inclusive da fala.
 
Texto e fotos: Cleide Magalhães – Ascom do Complexo Hospitalar da UFPA.

Publicado em: 11.11.2016 17:55