Aumentar o tamanho da fonte   Diminuir o tamanho da fonte
Lista Telefônica E-mail
Facebook Twitter Instagram

Um a cada três alunos da UFPA estuda em campi do interior

Mais de um terço de todos os alunos da Universidade Federal do Pará (UFPA) estuda em um dos campi localizados fora da capital. Com mais de seis mil alunos na pós-graduação e pelo menos 45 mil graduandos, a Federal Paraense está entre as universidades brasileiras com maior número de alunos. As políticas de oferta de vagas e assistência estudantil da Instituição foram apresentadas recentemente durante o XVIII Fórum dos Coordenadores dos Campi da UFPA, realizado no Campus de Castanhal.

O painel temático “Diretrizes para o Ensino, a Pesquisa e a Extensão na Universidade Multicampi” reuniu Josenilda Maués, coordenadora adjunta do Plano Nacional de Formação de Professores (Parfor) na UFPA; Janice Cunha, assessora Multicampi da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação da Universidade; Iracilda Sampaio, diretora de Pós-Graduação da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da UFPA (Propesp); José Maia, superintendente de Assistência Estudantil da UFPA, e o vice-reitor e reitor Multicampi, Gilmar Silva.

Graduação, Parfor e assistência estudantil são prioridades - Com mais de 30% dos alunos da Universidade localizados fora de Belém, a Pró-Reitoria de Ensino de Graduação está se reestruturando para investir na inovação e melhoria dos cursos, inclusive com a criação da Assessoria Multicampi, específica para tratar dos assuntos ligados às especificidades de quem estuda fora da capital. A professora Janice Cunha está à frente do novo órgão e, em nome do pró-reitor Edmar Costa, apresentou a nova estrutura da Proeg aos coordenadores dos campi.

“Estamos tentando nos organizar melhor para atender à graduação, e os recursos destinados à Proeg foram dobrados pelo reitor Emmanuel Tourinho. Vamos promover ações diversas, mas são os editais de incentivo à melhoria dos cursos que devem ganhar destaque e os cursos de graduação dos campi podem e devem participar deles para obter recursos para seu crescimento, tanto em relação a revisões metodológicas e pedagógicas, quanto a investimentos mesmo em infraestrutura”, recomendou a pesquisadora do Campus de Bragança.

Já o professor José Maia, líder da futura Superintendência ou Assessoria de Assistência Estudantil da UFPA, explicou a situação atual da política de apoio à permanência dos alunos na Universidade e como os órgãos como o Núcleo de Inclusão Social (NIS) e os Restaurantes Universitários (RUs) agora estarão juntos na nova estrutura do órgão criado pela administração superior da UFPA. Ele também reforçou o desafio de lidar com as demandas dos estudantes diante do congelamento dos investimentos públicos previsto para os próximos anos.

“Em 2008, recebíamos R$ 5,3 milhões de reais para assistência estudantil. Ano passado, foram R$ 30,4 milhões. Mas se a PEC 55 estivesse em vigor nesse período, em 2015, os recursos seriam da ordem de R$ 8,8 milhões, ou seja, menos de um terço do que temos atualmente. O cenário previsto é de um crescimento insignificante diante da demanda que é exponencial. Essa conta tem o lado positivo, que é o fato de a universidade estar hoje mais inclusiva, mas o aspecto negativo é como atender às demandas por bolsa, apoios e atendimentos com o orçamento limitado”, resumiu.

Parfor ofertará também cursos de especialização - A coordenadora adjunta do Parfor/UFPA, Josenilda Maués, expôs os impactos e avanços do programa no Pará. O Parfor possui mais de 13 mil docentes da educação básica matriculados em cursos de graduação regulares da UFPA e já formou mais de 4,5 mil professores. Agora, a ação se prepara para expandir a oferta de cursos para a pós-graduação específica para quem já atua como docente e os campi apoiam a iniciativa sediando ou ofertando turmas específicas para o programa. Ao menos três campi já planejam a oferta de especializações voltadas para a educação básica e para os professores formados pelo Parfor.

“O Parfor possui alunos de todos os municípios paraenses e conta com 60 polos e 183 turmas funcionando atualmente. Nosso modelo de formação de professores que já atuam na educação básica, inclusive com a organização e projetos pedagógicos específicos para esse público, é referência nacional. Um dos indicadores que revelam o quão bem-sucedido foi esse esforço é nosso índice de formandos. Em todas as turmas, apenas cerca de 11% a 18% não concluem o curso no tempo previsto, o que são números muito significativos. Com tantos alunos já formados, nossa demanda caminha, agora, para a oferta de especializações e o governo federal já anunciou que irá promover também esses cursos pela Plataforma Freire”, anunciou a professora.

Pós-graduação também caminha para a interiorização - Nas cidades de Altamira, Ananindeua, Abaetetuba, Breves, Bragança, Cametá, Capanema, Castanhal, Soure, Salinópolis e Tucuruí, funcionam atualmente 13 cursos de mestrado e três de doutorado da UFPA.

Para Iracilda Sampaio, diretora de Pós-Graduação da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da UFPA (Propesp), o desafio para os próximos dez anos é aumentar as notas dos cursos stricto sensu já existentes e expandi-los com a criação de novos doutorados, além de aumentar a média de alunos formados anualmente nos mestrados e doutorados da UFPA.

“Precisamos consolidar esses programas, que são pioneiros e referências para a Amazônia. Atualmente, há 116 cursos de doutorado na Região Norte. Desses, 53 estão no Pará e 40 são da UFPA, que também é parceira na oferta de vários outros”, conta a diretora de pós-graduação.

Para os campi do interior que atualmente já contam com pelo menos 350 doutores, a intenção da Propesp é o incentivo à elaboração de novas propostas de cursos de pós-graduações paralela à flexibilização de cursos existentes em Belém para os campi, atuando em redes de cooperação.

“Podemos ajudar indicando consultores de áreas para os campi entenderem melhor como elaborar seus projetos de programas e se organizar a fim de melhorar seu potencial para a aprovação das propostas, mas o protagonismo é de vocês (coordenadores dos campi) no sentido de observar os intelectuais que possuem, o contexto de sua região de atuação e definir qual linha de pesquisa pode ser mantida e quais podem ser agrupadas em um programa de pós-graduação”, orienta.

Um dos exemplos bem-sucedidos apresentados durante o XVIII Fórum dos Coordenadores dos Campi da UFPA foi o do Campus de Tucuruí, que, com sete anos de criação, já possui três mestrados, sendo dois profissionais e um acadêmico. Em relação à flexibilização, o Campus de Soure deve receber em breve a oferta de uma turma do Programa de Pós-Graduação em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários.

Texto: Glauce Monteiro – Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Alexandre Moraes

Publicado em: 06.12.2016 18:00