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Ano Novo: Tradição de pular “sete ondas” incentiva turismo paraense no fim de ano

Todos os anos, no período das festas de fim de ano, os balneários paraenses se tornam um dos principais pontos de atração de turistas. No Pará, não faltam opções para quem quer passar a virada do ano pulando as “sete ondinhas”. A professora Diana Alberto, da Faculdade de Turismo da Universidade Federal do Pará (UFPA), fala como se desenvolve essa prática turística no estado, nesse período.

“A gente percebe que as nossas praias, tanto de água doce como Mosqueiro, Icoaraci e Outeiro; quanto as de água salgada da região nordeste, como Salinas e Ajuruteua, têm uma demanda muito grande. O próprio lado oeste do Estado, com Alter do Chão, em Santarém, tem uma demanda de turistas nacionais e internacionais”, destaca a professora Diana Alberto.

A professora elenca as praias de Mosqueiro, Ajuruteua, Salinas e Algodoal como as mais procuradas para quem quer passar a virada do ano pegando uma brisa e fazendo o famoso ritual de pular as ondas.

Alta temporada vai de dezembro a janeiro - Na alta temporada, período que se inicia em dezembro e termina no final de janeiro, é quando aumenta a procura por esses balneários e há uma grande movimentação da economia. Isso ocorre porque toda a cadeia turística apresenta uma elevação nos preços de produtos e serviços desde a hotelaria até o sistema de transportes. “Mas apesar do aumento dos valores, isso não afasta esse consumidor, turista”, afirma.

E os custos para os turistas variam muito, dependendo, principalmente a infraestrutura e logística turística de cada balneário. Para quem vive na Região Metropolitana de Belém, por exemplo, pode optar por uma praia mais próxima como Mosqueiro, Salinas, Caripi, Icoaraci ou Outeiro, a fim de evitar os transtornos que o trânsito e o tempo que viagens mais longas podem custar.

Orlas e atividades em Belém também são atrativas - Mas além dos balneários também é crescente a tendência de aproveitar o ano novo nas orlas das cidades. É o caso de Belém, por exemplo.

Para os que preferem ficar na cidade, a professora dá as dicas. “Em Belém, há uma oferta para ficar na cidade. Cinema, teatro e atrações culturais para as pessoas que não gostam dessa correria. Tem muita gente que fica na cidade e a aproveita de uma forma melhor, um pouco mais calma, nos espaços de lazer, e nos espaços privados como os shoppings e cinemas. Então, nós percebemos esse fluxo contrário também”.

Em 2016, por causa da crise econômica, tanto a Prefeitura de Belém quanto o Governo do Estado cancelaram as tradicionais queima de fogos no Portal da Amazônia e na Estação das Docas, que, tradicionalmente, recebiam visitantes e ofereciam programações diversificadas.

Infraestrutura disponível ao turismo ainda é paradoxal – No que se refere a infraestrutura de suporte a esse turismo, há os paradoxos. Enquanto em destinos como Soure, na ilha do Marajó, o governo já implantou lanchas de transporte rápido que fazem o percurso em duas horas e meia, em outras localidades há o problema de recursos humanos. “A prestação de serviços e a mão de obra ainda é um grande gargalo, infelizmente. Nós temos que bater nessa tecla e tentar diminuir esse problema”, defende a professora da UFPA.

“Hoje, nós temos a rota turística Belém-Bragança, ela faz o percurso do trilho que o antigo trem fazia. É uma estrada boa e tem como desviar para Salinas sem enfrentar a BR-316. Então já há, com relação à infraestrutura para esses locais, um acesso melhor”, indica.

Segundo Diana Alberto é preciso haver um maior diálogo entre o poder público e o empresariado para que o governo esteja mais presente com ações básicas, enquanto a iniciativa privada seja mais atuante no fomento a qualificação de mão de obra.

Em tempos de crise, atenção ao turismo é essencial – Apesar dos números ainda apontarem para um crescimento ou estabilização do setor de turismo, em tempos de crise econômica é preciso cuidado para oferecer um serviço de qualidade, sob pena de perder visitantes. “Entre supermercado e viagens, o turismo provavelmente não estará no tipo das prioridades das famílias, mas para incentivar o turismo precisamos investir nesta infraestrutura”, recomenda Diana Alberto.

Por outro lado, o visitante também tem um importante papel para incentivar o turismo: preservar o destino. “Além da necessidade de proteção ambiental, as pessoas precisam ter consciência de que sempre que chegam a um local, interferem nele e precisam respeitar o espaço e a dinâmica cultural do lugar. Quem promove e também quem faz turismo sempre precisa ter cuidado, pois essa é uma atividade que envolve relacionamento com o outro e as outras realidades”.

Texto: Ronaldo Palhete e Glauce Monteiro – Assessoria de Comunicação da UFPA
Foto: Reprodução / Google

Publicado em: 30.12.2016 18:00