Em homenagem ao trabalho desenvolvido em vida pelo professor da Universidade Federal do Pará (UFPA) Jean Hébètte, a Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) outorgou-o, na tarde desta quarta-feira, 15 de fevereiro, o título de cidadão paraense, in memoriam, um dos principais títulos da casa. A cerimônia ocorreu na sede da Alepa, em Belém, em caráter de audiência pública e reuniu autoridades representantes de Instituições de Ensino Superior (IES) e de diversos setores da UFPA.

A proposta de entrega do título foi apresentada à Assembleia pelo deputado Airton Faleiro, no final de 2016. Na data da homenagem, intitulada “Vida e Obra de Jean Hébètte”, o professor estaria completando 92 anos.

Abertura - Durante seu discurso de abertura, o deputado Airton Faleiro, que vivenciou momentos notáveis junto ao professor, ressaltou a importância desse reconhecimento e relembrou as lutas que tinham em comum. “O Jean Hébètte veio para o Brasil e dedicou toda sua vida à produção de conhecimento sobre a Amazônia. Seus estudos contribuíram de forma ampla para o campesinato, somando com a nossa luta pelo movimento de resistência e valorização em torno da Transamazônica quando fomos sindicalistas rurais”, relembrou.

Composição - Após o pronunciamento, Airton Faleiro convidou para compor a mesa do plenário o agrônomo Emmanuel Wanbergue, amigo do homenageado e pessoa escolhida para receber a condecoração. Também integraram a mesa o pró-reitor de Extensão, professor  Nelson Souza, o doutor Gutemberg Armando Diniz Guerra, do Núcleo de Ciências Agrárias e Desenvolvimento Rural (NCADR);  e o diretor geral do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA), doutor Durbens Nascimento.

A Universidade do Estado do Pará (UEPA), que também contribuiu para os estudos do professor, foi representada na mesa pela professora doutora Valéria Normando, diretora de Desenvolvimento à Pós-Graduação.

Homenagens - Durante a cerimônia, os presentes, emocionados, prestaram suas homenagens traduzidas por lembranças dos momentos vivenciados no tempo em que o homenageado residiu no Brasil. Entre as falas, o doutor Gutemberg Armando Diniz Guerra, que foi orientando de Jean Hébètte, relembrou momentos da vida e da obra do professor.

“Falar de todo o seu trabalho no pouco tempo que me foi concedido é uma tarefa árdua e mais difícil, ainda, por conta da emoção. O tempo nos concede uma infância preciosa, uma juventude de ouro, uma maturidade de prata e, depois, nós nos tornamos pó, no entanto o afeto, a amizade e o amor nos eternizam e esta é uma demonstração disso, o afeto que o Jean nos dedicou, assim como a recíproca, nos proporciona sua presença em todos os momentos”, externou.

Importância - Ao receber a palavra, o doutor Nelson Souza, que, na ocasião, representou o reitor Emmanuel Tourinho, revelou sua admiração pelo professor e instigou o público a refletir sobre o alcance das produções de Jean Hébètte.

“Estamos apenas no começo de um movimento, o qual eu acredito ser infinito, e o seu nome aparecerá cada vez mais potente. Estamos diante de uma figura que nos transcende, e nós nunca poderemos alcançar seus reais significados nem a amplidão do significado de suas obras. Por este motivo, ele precisa ser posto com a envergadura que possuiu no início do século 21, como aquele que, mais uma vez, deverá nos proporcionar novas perspectivas e novos horizontes”, expressou.

Representação - Ao receber a homenagem, o agrônomo Emmanuel Wanbergue revelou lembranças de quando conheceu o professor, das lutas vivenciadas por ambos e ressaltou o ensinamento mais relevante que aprendeu com o amigo. “Entre os ensinamentos que aprendi com o Jean, destaco a noção de que ele ensinou pra nós, no campesinato, sobre ser cidadão. Ele era incrível, receber um título desses revela toda sua importância, ele tinha noção de cada passo que dava”, assegurou. 

Ao final da audiência, os presentes comemoraram, simbolicamente, o aniversário de Jean Hébètte.

Texto: Edielson Shinohara - Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Adolfo Lemos

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