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Faculdade de Comunicação encerra comemorações de 40 anos

A Faculdade de Comunicação (Facom) da UFPA completou 40 anos de existência em 2016. Ao longo do ano passado, vários eventos comemorativos foram realizados, culminando no encerramento das atividades com o Painel “Comunicação e Democracia: tensões e tramas contemporâneas”, que aconteceu nesta quinta-feira, 16 de fevereiro, no auditório do Instituto de Ciências Jurídicas da Universidade e contou com a participação de pesquisadores locais e nacionais na área de ciência política.

A diretora da Facom, professora Rosane Steinbrenner, afirmou que os 40 anos da faculdade foram marcados por um cenário de instabilidade política no País e, por isso, a discussão foi trazida para o âmbito da Universidade. “A nossa preocupação foi trazer pesquisadores de ponta do País, aliando ensino, pesquisa e extensão”, observa. Ela também explicou que a interface entre comunicação e democracia é algo que atravessa o cotidiano dos profissionais da área e requer uma atenção maior.

Comunicação e democracia - O debate foi mediado pela professora Danila Cal, que recentemente se juntou ao time de professores da faculdade. Os participantes da mesa foram o pós-doutor em Ciência Política e professor da Faculdade de Ciências Sociais da UFPA Bruno Rubiatti; a pós-doutora em Comunicação e pesquisadora do departamento de comunicação da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Kelly Prudêncio; o doutor em Comunicação Social e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Ricardo Fabrino Mendonça; e Jamil Marques, também da UFPR, pós-doutor em Comunicação Social e líder do Grupo de Pesquisa Comunicação, Política e Tecnologia (Ponte).

A discussão começou com a exposição de Bruno Rubiatti, que deu as bases contextuais da situação política nacional, abordando o presidencialismo de coalisão, em que o Poder Executivo distribui recursos e cargos para garantir uma base de apoio para sua agenda e, com isso, formular e aprovar leis. Bruno explicou que esse mecanismo era forte na década de 1990 e vem sendo retomado após o governo Temer.

O pesquisador Ricardo Fabrino Mendonça enviou suas contribuições em áudio e falou sobre juventude, política e comunicação. Ricardo abordou as jornadas de junho de 2013 e a política que a juventude desenvolve em uma época, na qual o individualismo é cada vez mais valorizado. Dessa forma, ele explica que o movimento de 2013 abarcou a pluralidade, pois agregou sujeitos com diferenças ideológicas e singularidades em torno de uma vivência coletiva.

A professora Kelly Prudêncio falou de uma pesquisa que desenvolveu sobre a cobertura midiática do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em que ela criticou a busca pela objetividade e imparcialidade jornalística que, segundo ela, levou a uma cobertura rasa e de baixa qualidade de um tema importante para a democracia do País. A fala da pesquisadora associou-se com a do professor Jamil Marques, que trouxe sua apresentação também em vídeo, falando sobre os desafios e problemáticas da pesquisa em comunicação e política no Brasil.

Homenagens - Além do debate, a faculdade também homenageou a professora Regina Alves, que está se aposentando e saindo do corpo docente da Facom em 2017. Outro homenageado foi o professor João de Jesus Paes Loureiro, que atuava na comunicação e participou do início das comemorações dos 40 anos, em fevereiro de 2016. Na ocasião, o professor realizou uma conferência no Centro de Eventos Benedito Nunes, em que falou sobre o primeiro dia como professor na UFPA. O monólogo foi então transformado no livro À beira do rio. À beira do mundo, lançado durante o evento. A diagramação e a capa foram desenvolvidas pela Oficina de Criação da Facom e o livro foi publicado pela editora da UFPA.

Desafios e conquistas - Rosane Steinbrenner afirma que a maior conquista da Facom nesses 40 anos de existência foi conseguir se manter na formação de novos profissionais na região. A UFPA ainda é a única universidade pública da Amazônia a oferecer um curso de Comunicação com habilitação em Publicidade e Propaganda e a única universidade pública do Estado a ter um curso de Jornalismo.

Ela afirma que as primeiras décadas do curso foram marcadas pela superação da precariedade de recursos humanos e tecnológicos. A diretora aponta que a solução para os problemas iniciais foi investir em uma formação humanística. “A Facom permanece com a preocupação da formação humanística, do pensamento crítico, da reflexão aprofundada, da contextualização, que são o cerne para qualquer comunicador”, afirma.

Para o futuro, a diretora conta que o principal desafio é o de aliar a crítica e a reflexão com a convergência tecnológica que é exigida na formação dos profissionais em Comunicação.

Texto: Ana Paula Castro – Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Alexandre Moraes

Publicado em: 16.02.2017 18:00