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“Peludinhos da UFPA” precisam de atenção e ração

Eles se aproximam com uma carinha “pidona” e você está com aquele resto do almoço que não vai comer. Querendo ajudar, logo decide “dividir” sua comida com um “Peludinho da UFPA”. O gesto cheio de boa vontade e solidariedade, na verdade, pode prejudicar cães e gatos que circulam pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Na última reportagem do UFPA em Série-Animais, você vai entender como realmente ajudar na alimentação dos "pets" e que atenção deve ter para proteger humanos, cães e gatos que transitam pela cidade universitária.

“Peludinhos precisam de ração. Não de bandejão”. A comissão responsável pelo Projeto Victório, de atenção aos animais domésticos que vivem na UFPA, orienta todos os integrantes da comunidade universitária e também os visitantes a não alimentarem os cachorros e os felinos que circulam pelo campus. A medida busca proteger os animais contra eventuais intoxicações e outros riscos em virtude do consumo de alimentos inadequados, especialmente de “comida” humana.

O médico veterinário e coordenador do Projeto Victório, Leônidas Olegário, explica que, embora os cães sejam descendentes de espécies carnívoras, não é recomendável alimentá-los com nada além de água e ração.

“A ração é o alimento ideal que contém todos os nutrientes necessários à saúde dos animais domésticos. Embora haja alguns alimentos que poderiam ser consumidos pelos cães e gatos com alguma segurança, as especificações são tamanhas que é melhor não arriscar e simplesmente não ceder de forma alguma alimentos humanos a eles. Arroz, por exemplo, parece inofensivo, mas não nutre e, logo após ser alimentado com esse grão, o cão ainda estará com fome”, orienta.

Ossos, carnes, arroz, temperos e frutas fazem mal - Na lista de “comidas” aparentemente inofensivas que podem prejudicar os animais domésticos, especialmente cachorros, estão leite de vaca (principalmente para filhotes), ossos, temperos, sal, açúcar e até frutas, como nozes, abacate e uva.

As carnes também podem ser um problema. Isso porque, geralmente, preparadas para humanos, recebem sal e outros temperos em pó ou cortados, como alho e cebola, que prejudicam e podem causar intoxicações. Se mal cozidas, elas poderiam ainda transmitir doenças, como verminoses, aos animais.

“A comida que é vendida no bandejão dos restaurantes universitários (RUs) e nas cantinas das universidade é para humanos. Apesar da boa vontade, ‘dar um pouco’ para os cães e gatos, na verdade, pode prejudicá-los. Já tivemos casos de cães que engasgaram com pedaços de frango”, conta Elisabete Pires, coordenadora de saúde do Projeto Voluntário Peludinhos da UFPA.

Chocolate é mortal e ração também não deve ser dada diretamente - Um dos “petiscos” que podem até matar cães é o chocolate. Além de conter açúcar, que faz mal à saúde e à dentição dos animais, o produto derivado do cacau contém teobromina, que é altamente tóxica aos cães e pode ser fatal, mesmo em pequenas doses.

Quem deseja ajudar na alimentação dos “Peludinhos da UFPA” pode doar ração diretamente aos voluntários da ONG que cuida dos animais errantes da universidade. Apesar de toda colaboração ser bem-vinda, a Universidade também pede que ninguém dê diretamente ração aos cães, mas encaminhe a doação ao Projeto Peludinhos da UFPA.

“A oferta de ração em pontos não coordenados do campus pode atrair roedores, que também transmitem doenças aos cães, aos gatos e aos humanos. Além disso, pode atrair mais cães para a universidade em razão da disponibilidade de comida. A partir do recolhimento dos pets, a alimentação será sistematizada em um único ponto. Até lá, pedimos a colaboração de toda a sociedade”, insiste Leônidas Olegário.

Não se aproxime se eles estão se alimentando - Além da alimentação, outros pontos importantes na relação entre as pessoas e os animais domésticos na UFPA é atenção. “Os animais são seres vivos, possuem personalidade e são únicos. Eles podem ficar nervosos com a aproximação de estranhos ou movimentos bruscos em direção ao seu alimento, especialmente na hora em que estão comendo. Alguns sofreram maus-tratos e ficam mais temerosos ainda”, explica Elisabete Pires, que é uma das representantes do Projeto Peludinhos da UFPA na comissão do Projeto Victório.

Os cuidadores da ONG também alertam para a atenção na prevenção de acidentes de trânsito envolvendo os cães e os gatos. “Eles também são atraídos pelo movimento dos carros e das bicicletas e tendem a correr atrás deles e a latir para eles, em algumas ocasiões. Por isso, toda atenção e cuidado com essas situações”, solicita Suely Palheta, fundadora e coordenadora geral do Projeto Peludinhos da UFPA.

Evite acidentes de trânsito - Também é comum que os animais se deitem nas vias da UFPA nos momentos de menor movimento e tráfego de veículos de pessoas ou busquem abrigo do sol e da chuva embaixo dos carros estacionados. Por isso atenção com o limite de velocidade dentro da Universidade e ‘dar uma olhadinha’ embaixo dos carros antes de sair de um estacionamento pode prevenir acidentes.

Com o início das atividades do Projeto Victório e do Espaço de Vivência Temporária dos Animais para Adoção (Vitempaa), situações como dificuldades com a alimentação inadequada dos cães e acidentes de trânsito devem ser extintos. Até lá, “contamos com a compreensão, a sensibilidade, a atenção e o apoio de todos para evitarmos acidentes”, resume Leônidas Olegário.

No mais, “eles também querem carinho e respeito, como todo ser vivo. Com alguns cuidados, podemos facilitar o relacionamento homem-animal e garantir o bem-estar de todos”, assegura Elisabete Pires. Cartilhas com orientação sobre alimentação, higiene, cuidados com trânsito e segurança envolvendo os cães e gatos na UFPA estão sendo elaboradas pela equipe de Comunicação do Projeto Victório e serão disponibilizadas digitalmente em breve.

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Texto: Divulgação/Projeto Victório
Fotos: Alexandre Moraes, Glauce Monteiro e Julize Garcia

Publicado em: 02.03.2017 18:00