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HUJBB alcança 80% de cura dos casos de tuberculose multirresustente

   O Programa de Tuberculose Multirresistente (TBMR) do Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), que é referência terciária para tuberculose na Região Norte, tem alcançado excelentes resultados em relação aos demais Estados brasileiros nos últimos sete anos. Conforme dados do Centro de Referência Professor Hélio Fraga (CRPHF), do Ministério da Saúde, de 2000 a 2007, o HUJBB alcançou 80% de cura, contra 58% do restante do Brasil, registrou 5% de abandono do tratamento, 13% de óbitos e apenas 2% de falência do tratamento, contra 9%, 23% e 10% respectivamente em relação aos demais Estados do País.
   A equipe do Programa comemora os resultados, mas aproveita a oportunidade para esclarecer à população sobre o papel do HUJBB dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) no que se refere à assistência aos    portadores de tuberculose multirresistente (TBMR).
Considerando que é norma do Programa Nacional de Controle da Tuberculose que os portadores de TBMR sejam assistidos em unidades terciárias, a partir de 1993 o Serviço de Pneumologia do HUJBB passou    nterdisciplinar para o acompanhamento dos pacientes. Até dezembro de 2006 foram admitidos no programa 235 pacientes.
Em 1994, o HUJBB foi incluído em pesquisa multicêntrica, para definir esquema alternativo para portadores de TBMR, financiada pelo Ministério da Saúde (MS). Os portadores de TBMR que não atendiam aos critérios do protocolo, passaram a ser incluídos a partir de 1997, em um grupo à parte, utilizando outro esquema de drogas alternativas, financiado pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).
Em maio de 2000, foi encerrado o ensaio clínico e o esquema testado passou a ser disponível a todos os pacientes portadores de TBMR mediante a notificação do caso ao MS e acompanhamento com terapia supervisionada em unidades de referência terciária. No mesmo período, foi criado o Sistema Nacional Informatizado para notificação e acompanhamento dos casos de TBMR em todo o País.
   Os pacientes do Estado do Pará são acompanhados no HUJBB em regime de terapia supervisionada diária (de segunda à sexta-feira) durante o tratamento de 18 meses. Atualmente, 40% da clientela realiza terapia supervisionada cooperativa por residir em outros municípios ou apresentar alguma impossibilidade de comparecer ao HUJBB.  Após obter alta satisfatória são mantidos em acompanhamento quadrimestral por um período de dois anos. Não surgindo recidiva da doença o seu acompanhamento é encerrado com a orientação de procurar o Serviço em caso de novo adoecimento por tuberculose.
   O atendimento é feito em espaço exclusivo, com medidas de biossegurança (iluminação e ventilação), adotando-se desde 1996 a prática de atendimento conjunto durante as consultas (médico, enfermeiro, assistente social). Paciente e profissionais de saúde usam máscaras tipo filtro N-95 durante o atendimento.
Na eventualidade de internação, o paciente é admitido em isolamento e a assistência é feita por membros do Programa e da Clínica Pneumológica.
   O HUJBB vem financiando o comparecimento dos pacientes sob terapia supervisionada por meio da distribuição de vales-transporte para os pacientes que comparecem a esse serviço. Todos os contatos intradomiciliares do caso índice são avaliados pela equipe.
   O atendimento a esses pacientes segue protocolo do Ministério da Saúde para portadores de TBMR e os dados de atendimento alimentam o banco de dados nacional on line, o qual mostra que o rendimento do tratamento no Pará é o maior do País.
Considerando ser a TBMR fruto de iatrogenia, ou seja tratamentos inadequados, irregularidade e abandono, todos os profissionais e autoridades de saúde envolvidos com a problemática da tuberculose devem ter em mente a sua responsabilidade na prevenção desse agravo, que hoje é o maior problema no controle da tuberculose em nível mundial.
   Atualmente o Programa de TBMR é conduzido por quatro médicos pneumologistas Ninarosa Calzavara Cardoso, que é coordenadora, Paulo Klautau Ferreira, Márcia Genu e Aline Dias; pela enfermeira Terezinha Di Bastiani e pela assistente social Wandyra Barros, além de auxiliares de enfermagem que atuam em regime de revezamento. Também são aceitos estagiários que demonstrem interesse pelas atividades desenvolvidas no Programa.
   A equipe da TBMR resume o resultado do seu trabalho com a frase de Henry Ford : “Aproximar-se é um começo, manter-se juntos é um progresso, trabalhar juntos, um sucesso”.


Texto: Roberto Villanova (HUJBB)
Publicado em: 13.07.2007 16:54