No último dia da 59° Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ennio Candotti e Marco Antônio Raupp, antigo presidente e presidente eleito da SBPC, respectivamente, e o reitor Alex Fiúza de Mello, da Universidade Federal do Pará, concederam aos jornalistas uma entrevista coletiva sobre os resultados obtidos com a realização do evento em Belém.
Um anúncio marcou o encontro entre os representantes da Reunião e a imprensa: uma audiência deverá ser marcada junto ao presidente da República, com o objetivo de alinhar as políticas públicas voltadas à ciência e tecnologia com a temática da Amazônia. No encontro, será reivindicado o orçamento mensal de R$ 20 milhões, para o investimento em pesquisas científicas na região.  <<Precisamos de 10 mil engenheiros, mestres, doutores e pesquisadores na Amazônia. Isso significa o investimento de R$ 20 milhões por mês, para a qualificação do quadro técnico da região>>, anunciou Ennio Candotti, que deixou a presidência da SBPC, após um quarto mandato referente ao período de 2005-2007.
Ao ser questionado sobre a necessidade de se criar mais instituições de pesquisa na região, o novo presidente da SBPC destacou a importância de se ampliar e capacitar as organizações existentes. A criação de institutos especializados em diferentes problemáticas foi outro ponto ressaltado, como uma maneira ágil do Governo Federal suprir a carência de dados sobre a diversidade amazônica. <<A Amazônia é uma questão nacional. O país tem que se preocupar com a Amazônia. O Brasil precisa da Amazônia>>, afirmou. 
Alex Fiúza de Mello falou da necessidade de vontade política para um maior investimento em ciência e tecnologia e o conseqüente desenvolvimento sustentável da região. “É preciso vontade política, os recursos existem”, afirmou.
O reitor da UFPA também se mostrou satisfeito com o crescente interesse da imprensa nacional em relação às pautas científicas. << A gente começa a perceber que a divulgação científica está crescendo no país e é muito importante que a imprensa continue nessa linha porque o futuro do Brasil depende da ciência e da tecnologia. E o futuro da ciência e a tecnologia depende das decisões políticas que, por sua vez, dependem de clamores sociais>>, afirmou.
Ele também apresentou a importância de se considerar, durante a formulação de políticas públicas, a diversidade existente entre as regiões brasileiras: <<o que nós reivindicamos na Amazônia é o direito de cidadania normal de qualquer brasileiro. Se o petróleo está no Rio de Janeiro, está correto investir pesadamente na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Se a água está na Amazônia, precisamos dos maiores especialista em água aqui, com o apoio do Governo Federal, formando o núcleo de conhecimento nessa área. É essa diversidade que o Brasil precisa ter em um plano nacional de desenvolvimento científico e tecnológico, que tem que ser pensado por todo o país, e é isso que nós precisamos avançar nos próximos anos>>.

Balanço – Após 24 anos, a 59ª Reunião Anual da SBPC foi realizada novamente em Belém. Segundo os representantes da SBPC, nos próximos anos, reuniões deverão acontecer em outros Estados da região norte. “Nós temos aqui um modelo de sucesso para organizar uma boa reunião anual, que foi esse que aconteceu aqui em Belém. Nós queremos repetir e nós vamos começar desde já”, declararam.
O evento reuniu em Belém cerca de 10 mil pessoas de todo o país e custou quase dois milhões de reais, advindos dos Ministérios da Ciência e Tecnologia (MCT) e Educação (MEC), bem como da Universidade Federal do Pará - com o apoio de instituições como a Associação dos Amigos da UFPA, a Companhia Vale do Doce, a Rede Celpa, a Alcoa e o Banco do Brasil. Além disso, aproximadamente 25 mil pessoas circularam pela Exposição de Ciência e Tecnologia, que aconteceu no salão principal do Hangar - Centro de Convenções da Amazônia.
Nos próximos anos, outros países amazônicos também devem participar das reuniões, o que marcará o fortalecimento das parcerias entre a SBPC e outras organizações internacionais sul-americanas.

Texto: Brenda Taketa (Assessoria de Comunicação Institucional)

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