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Pesquisadores da UFPA falam sobre consumo de chocolate na Páscoa

Quem tem medo do chocolate? Alguns temem os quilinhos a mais, outros têm pesadelos com as cáries pós-páscoa. A maioria sofre mesmo é com a dificuldade em balancear o sabor, a alegria de receber um ovo de chocolate e os custos dessa festa. Pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA) comentam sobre os aspectos da páscoa que assustam os consumidores.

Chocolate contra a balança - De acordo com a professora da Faculdade de Nutrição da UFPA, Fernanda Moura, ninguém precisa ter medo de consumir chocolate na páscoa, mas é preciso moderação. “O chocolate é um alimento de alta densidade calórica, rico em açúcar e gordura, contém algumas vitaminas do complexo B, alguns minerais como magnésio, manganês, potássio. Por ser altamente calórico deve ser consumido com moderação. Por isso, a partir de 12 anos, a quantidade de chocolate recomendada para ser ingerida diariamente é de 40g, o equivalente a um pequeno tablete”, recomenda.

Segundo a pesquisadora, o melhor chocolate é o amargo, já o chocolate branco deve ser evitado por seu maior teor de gorduras. Enquanto, 100g de chocolate branco possuem 545 Kcal e de chocolate ao leite, 498 Kcal, o tipo amargo tem, em média, 470 Kcal. Mas o motivo da recomendação está relacionado à composição desse chocolate.

“O chocolate amargo é muito rico em flavonoides que são antioxidantes os quais ajudam a prevenir problemas cardíacos e a melhorar o humor, pela presença de substâncias precursoras da serotonina, substância responsável pela sensação de bem-estar. Os antioxidantes do cacau ainda podem evitar pressão alta e reduzir o colesterol ruim”, enumera. “Assim, ninguém precisa se preocupar na páscoa. Podemos aproveitar o chocolate desde que com bom senso e moderação”, assegura a pesquisadora da UFPA.

Páscoa sem dor de dente – Moderação também é a principal recomendação do professor da Faculdade de Odontologia da UFPA, Armando Chermont. “A ingestão do chocolate, assim como de qualquer outro alimento que contenha açúcar na sua composição, torna necessário que a pessoa escove seus dentes imediatamente após consumir o produto. Se não for possível por algum motivo, é recomendável que, pelo menos, remova o excesso do alimento da boca com um bochecho com água, evitando, assim, problemas odontológicos a médio e longo prazos.”

Quem mantém o acompanhamento odontológico constante, a cada seis meses, não precisa se preocupar com a Páscoa, garante o pesquisador. Segundo Armando Chermont, os ovos de Páscoa podem ficar ainda melhor se vierem acompanhados por bons hábitos de higiene bucal. “A Odontologia preventiva é mais barata, enquanto a curativa é mais dispendiosa. Isso é tudo que precisamos lembrar durante a Páscoa.”

Coelho da Páscoa? - Enquanto o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIESSE) alerta sobre a alta que pode chegar a 20% dos preços do chocolate e dos ovos de páscoa, este ano. As famílias se perguntam qual a saída para quem não deseja abrir mão da tradição gastronômica. O professor Hélio Mairata, da Faculdade de Economia da UFPA, recomenda prudência e bom senso na hora de ir às compras e, quem sabe, trocar o ovo de chocolate comprado no supermercado pelo artesanal.

De acordo com o especialista, a fabricação artesanal de ovos e bombons de chocolate movimenta a economia do Estado mais do que o comércio formal. “Uma dona de casa com uma demanda de dois mil ovos não consegue trabalhar sozinha, então, ela contrata mais duas ou três pessoas para ajudá-la, isso é normal e movimenta a economia do Estado”, ressalta.

O economista diz, ainda, que a melhor maneira de economizar durante a Páscoa é dar preferência para esses produtos, que ficam com preços mais acessíveis. “Os produtos artesanais são mais em conta porque não pagam frete, seguro sobre o frete, ICMS, despesas de supermercado e a margem de lucro é mais baixa. Não é difícil localizar pessoas que os confeccionam, e existem igrejas católicas e feiras que também reúnem vendedores”, orienta.

Por que tão caro se o cacau é amazônico? - O Pará é o segundo maior produtor de cacau do Brasil - perdendo somente para o Estado da Bahia -, concentrando a produção na região da Transamazônica. A alta no preço do chocolate é atribuída à grande procura nesta época do ano, mas também pelo custo do cacau no período de chuva.

O produto encontra dificuldade para chegar até a capital do Estado, porque a Rodovia Transamazônica não é asfaltada e os caminhões precisam da ajuda de tratores para se livrar de atoleiros, em grande parte da Rodovia. “Não há diminuição no estoque de cacau, mas há um aumento significante no custo do transporte, principalmente no trecho produtor de cacau, que fica em Medicilândia, Uruará e Rurópolis. O trecho devido às chuvas fica quase intrafegável e isso gera despesas com reboques e aumenta o preço do produto”, explica Hélio Mairata.

Texto: Assessoria de Comunicação da UFPA
Foto: Reprodução / Google

Publicado em: 15.04.2017 15:58