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Será que a imprensa sempre diz a verdade? Pesquisador de comunicação comenta

Na terceira reportagem do UFPA em Série-mês da mentira,  a Universidade Federal do Pará (UFPA) lembra os profissionais que vivem em busca da verdade. Enquanto alguns são pagos para inventar histórias, em séries, livros e filmes, os jornalistas precisam contar as histórias da vida real, correndo contra o tempo e primando por sua credibilidade. Mas será que a imprensa é confiável? E as informações da internet? Pesquisador de Comunicação comenta essa questão.

Para Manuel Dutra, jornalista e professor da Faculdade de Comunicação da UFPA, toda informação precisa ser checada, tanto pelos jornalistas que procuram a verdade dos fatos, quanto pelos leitores, ouvintes, internautas e telespectadores em busca de informações.

É preciso verificar as informações - Isso porque “quem publica alguma coisa tem sempre uma intencionalidade, embora isso não signifique necessariamente ‘mentira’. Por isso o leitor deve sempre estar atento, pois, no meio da informação capaz de ser verificada, estão interesses, angulações, modos de ver e registrar os fatos. O leitor precisa saber quem publica o quê. Aliás, isso deve ocorrer na vida de cada pessoa, de cada grupo social. Em princípio, toda informação precisa ser checada pelo destinatário dessa informação”, argumenta.

O pesquisador da UFPA lembra que o surgimento de novas ferramentas como a internet e as redes sociais possibilitam que as pessoas possam verificar e separar mais facilmente uma notícia ou informação. Por outro lado, com essa mesma velocidade, os espaços on-line permitem que qualquer um possa espalhar rapidamente um boato com status de verdade.

Nem tudo que é publicado é verdade! - “Aqui, o leitor da internet precisa de um senso crítico o mais apurado possível, a fim de não se deixar enredar no turbilhão de informações que nem sempre refletem os fatos ou são mentira pura. É a industrialização maciça da informação, logo um percentual elevado dos relatos podem ser ou são falsos. Cabe ao leitor aprimorar a sua capacidade de se livrar dos ambientes da internet nos quais há pouco ou nenhum respeito na produção de relatos fantasiosos ou francamente falsos”, aconselha Manuel Dutra.

Por outro lado, dizer a verdade sempre será importante para os meios de comunicação, pois eles dependem de sua credibilidade na busca contínua pela audiência e notoriedade. “O jornalismo vive daquilo que ele produz como informação. Portanto a credibilidade é seu principal capital. Perdendo esse capital, perde a confiança e, a partir daqui, mesmo os fatos verídicos relatados de modo honesto  passam a causar desconfiança no leitor/espectador.”

Apuração é o melhor remédio contra mentiras - Parte da solução para dilemas como “verdade e mentira”, “parcialidade e imparcialidade” e “credibilidade e audiência” estão nas ações dos próprios jornalistas. “O jornalista é um profissional que deve publicar tão somente aquilo que é do interesse público, expor aquelas coisas que não podem passar despercebidas da sociedade e publicar apenas aquilo de que ele tem certeza, que foi verificado. Para isso, o único caminho possível é a apuração dos fatos”, reforça.

Manuel Dutra reitera que um relato que não foi fruto da apuração rigorosa, profissional não é notícia, mas boato ou meia informação, o que resulta na desinformação. Por isso “dizer a verdade” deve continuar sendo a matéria-prima da imprensa, seja a tradicional, como as emissoras de televisão, de rádio e grandes jornais e revistas impressas, seja as novas formas de comunicação alternativa e cibernética.

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Texto: Edson Costa e Glauce Monteiro – Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Reprodução / Google

Publicado em: 26.04.2017 17:55