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Políticas de conservação ainda são ineficazes na Amazônia

A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo. Constitui quase dois terços do território nacional, caracterizando-se como a maior reserva de água doce do planeta. Mesmo assim, ainda não existe uma política de conservação eficaz para de controle à exploração de recursos ou para a recuperação das áreas degradadas na região.
Sobre a temática <<Uso da terra, recuperação de áreas degradadas e impactos climáticos na Amazônia>>, a diretora do Museu Paraense Emílio Goeldi, Ima Célia Vieira, levantou importantes questões, durante um simpósio na 59ª Reunião Anual da SBPC,  em Belém.
Em relação ao uso da terra na Amazônia, poucas maneiras viáveis de utilização – que não causem grandes prejuízos ao meio ambiente - foram desenvolvidas até hoje.
Nos últimos anos, cerca de 75 mil km² já foram alterados, não só pelas queimadas e o desmatamento, mas também pelo avanço da pecuária que tem contribuído para a intensificação do processo degradação dos recursos naturais da floresta .
<<Com a freqüente queimada na floresta, o crescimento da vegetação torna-se reduzido, além de dificultar a regeneração de espécies. Desse mesmo modo, o desmatamento age sobre a mata, ocorrendo não apenas esses impactos, mas também contribui para o esgotamento da água, de espécies biotas, além de outros fatores graves. Juntamente a isso, a pastagem acelera o processo de degradação, já que áreas verdes são retiradas, o solo fica compactado e, consequentemente, reduz a quantidade de matéria orgânica>>, explica Ima Vieira.
Além disso, a questão do aquecimento global também atinge a região amazônica. Causado pela emissão de gases tóxicos na atmosfera terrestre, o aquecimento global produz não só alterações climáticas, mas também reduz, em pelo menos um quinto, a disponibilidade de água na Amazônia. Com o aumento da temperatura na região, ocorrerá também impactos sobre a agricultura, o processo de reprodução das espécies biotas, além da possibilidade de extinção de cerca de 30% das espécies existentes hoje na Amazônia.
Nesse contexto, aplicações de políticas de recuperação e conservação das áreas verdes serão necessárias. <<A riqueza da fauna reflete a riqueza da vegetação. No caso do aquecimento global, a Amazônia já sofre conseqüências por vista desse processo. Dessa forma, manter o equilíbrio ecossistêmico é essencial para a mudança desse quadro. É necessário, sobretudo, ter conhecimento do uso da terra para utilizá-la de maneira consciente, além de promover incentivos para a criação de programas de recuperação das áreas verdes>>, afirma a pesquisadora.
Segundo Vieira, uma das formas de reverter os impactos ambientais seria o reflorestamento – processo de implantação de espécies vegetais em áreas de florestas que, por ação antrópica ou natural, perderam suas características.
Outra forma de solucionar o problema da exploração predatória na Amazônia seria a criação de programas de recuperação produtiva e de reservas extrativistas – e unidades de conservação de uso sustentável. <<As reservas extrativistas são importantes principalmente para a redução do desmatamento e a conservação da biodiversidade. A recuperação produtiva está relacionada à implantação de processos produtivos que antes se encontravam em vigor nas áreas verdes>>, completa.

Texto: Leylla Melo (Assessoria de Comunicação Institucional UFPA)

Publicado em: 25.07.2007 09:45