Complexo Hospitalar consegue habilitar Unidade de Oncologia do Barros junto ao Ministério da Saúde
A Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), do Hospital João de Barros Barreto (HUJBB), vinculada ao Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará (UFPA)/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), acaba de receber habilitação para a atenção especializada em oncologia. A Portaria nº 852, de 8 de maio deste ano, foi publicada no último dia 9, no Diário Oficial da União. A partir de agora, os serviços são mantidos com recursos do Ministério da Saúde (MS), via Autorização de Procedimento de Alta Complexidade (Apac), referentes às realizações de consultas em oncologia, cirurgia e cuidados paliativos, além de cirurgias oncológicas e tratamentos quimioterápicos realizados no hospital. Isso permitirá a sustentabilidade do serviço e a assistência aos pacientes com câncer.
Inaugurada em 2012, a unidade funciona no Barros Barreto, com atendimento de consultas em oncologia clínica, cirurgia oncológica, mastologia, urologia e cuidados paliativos e sessões de quimioterapia. Segundo o chefe da Unidade e médico oncologista clínico Williams Fernandes Barra, o espaço recebe atualmente a demanda interna do Barros, proveniente da internação e dos ambulatórios, correspondendo à média mensal de 200 consultas, 30 pacientes novos e 200 sessões de quimioterapia.
Perda – Apesar de não estar habilitada entre 2015 e 2016, os registros dos serviços oferecidos apontam crescimento de 27% de casos novos, cerca 1.700 consultas oncológicas e retornos e 2.555 sessões quimioterápicas. O especialista informa que, desde a sua inauguração, a Unidade deixou de receber por ano em torno de R$ 1,5 milhão. "Agora, teremos como receita adicional cerca de R$ 5 milhões ao ano, após pleno funcionamento do serviço", diz Barra. Otimista, ele comenta que o objetivo da equipe, que somou força à conquista da habilitação, é aumentar a receita entre R$ 1,5 a R$ 2 milhões ainda este ano, com a perspectiva de receber 900 casos novos, fazer 650 cirurgias e realizar 5.130 sessões de quimioterapia.
Para garantir o funcionamento completo da Unacon, a chefia aguarda a convocação dos aprovados no concurso da Ebserh em 2016. Enquanto isso não acontece, a Secretaria Estadual de Saúde (Sespa) garantiu, por meio de acordo com o HUJBB, a permanência dos profissionais que hoje lá estão.
Trabalho social - O superintendente do Complexo da UFPA/Ebserh, Paulo Roberto Amorim, lembra que a origem da Unacon corresponde há uma década, à época, estava na direção do Barros Barreto a médica Elisa Sá, período que já se vislumbrava a sustentabilidade do serviço. "Mas o importante é que independente da sua habilitação continuávamos dando assistência à população sem receber recursos, porque víamos a unidade como um trabalho social. Diante disso, comemoramos hoje esse momento histórico, porque beneficiará mais pessoas necessitadas desse serviço", ressalta. Como compromisso, Amorim dispõe-se a garantir a consolidação da Unacon do Barros a partir da manutenção de pessoas qualificadas para o atendimento dos pacientes com serviço de qualidade.
A gerente de Atenção à Saúde do Barros Barreto, Ana Vicentina Santiago, considera a habilitação como um "valor social institucional para os pacientes do Sistema Único de Saúde", e para o hospital, é a possibilidade de ampliação do atendimento, tendo como parceiro principal o governo do Estado. "Esse resultado é esforço de uma equipe que, há anos, vêm disponibilizando sua força de trabalho e dedicação ao atendimento dos pacientes com câncer", frisa.
Se depender do secretário estadual de Saúde, Vitor Mateus, a parceria com o Barros Barreto está mais fortalecida por conta da habilitação da Unacon, por fazer parte do Plano Estadual de Oncologia e se tornar mais um espaço que o Estado dispõe para referenciar o tratamento do câncer e, assim, contribuir com o Hospital Ophir Loyola, principal referência para o tratamento do câncer no território paraense.
Na opinião do titular da Sespa, "essa é uma luta de dez anos e que resultou na vitória de todos – profissionais e gestores." Ele conclui dizendo, ainda, ser inegável a importância da unidade à sociedade, porque, com a perspectiva de recebimento de recursos para a sua manutenção, o próximo passo é garantir aporte financeiros adicionais para oferecer também o serviço radioterápico aos pacientes.
Texto: Edna Nunes (Ascom do Complexo Hospitalar da UFPA/Ebserh)
Fotos: Cleide Magalhães, Edna Nunes e Carlos Sodré
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