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UFPA Desenvolve batom com gordura de bacuri

A maioria dos paraenses, em algum momento da vida, já deve ter experimentado comidas relacionadas ao bacuri, fruto típico da região amazônica, seja o creme, sorvete ou até mesmo um bolo. Só que agora, pesquisadores da Universidade Federal do Pará conseguiram desenvolver um novo produto a partir da gordura da fruta, o batom. O trabalho foi realizado pelo Laboratório de Nanotecnologia Farmacêutica, coordenado pela professora Roseane Maria Ribeiro Costa, e o Laboratório P&D Farmacêutico e Cosmético, liderado pelo professor José Otávio Carréra Silva Júnior, ambos docentes da Faculdade de Farmácia da UFPA.

Os dois laboratórios já atuam, há bastante tempo, com as matérias primas da região amazônica, como óleos, gorduras e resíduos que são extraídos de frutas que fazem parte do dia a dia dos consumidores do estado. Além da utilização do bacuri, eles desenvolvem, também, trabalhos com o cupuaçu, tucumã,  ucúuba, pracaxi, açaí, castanha do Pará, cacau, muru-muru e patauá, tendo linhas de pesquisas relacionadas ao desenvolvimento de medicamentos e cosméticos.

“O nosso objetivo é desenvolver produtos ecologicamente corretos, que atendam às práticas sustentáveis e agreguem valor às cadeias produtivas da região. Temos que utilizar as substâncias de forma racional e inteligente para que o produto final seja de qualidade e seguro, que tenha em sua essência a tecnologia verde”, explica a professora Roseane Maria Ribeiro Costa.

O Processo - O diferencial do batom desenvolvido nos Laboratórios da UFPA é a utilização da gordura do bacuri, que por sua vez tem a extração da própria semente. Para obter esse “cosmético verde”, houve a troca das substâncias comercias que são comumente utilizadas na produção. No geral há um conjunto de ingredientes, mas vale ressaltar que com essa pesquisa, os laboratórios conseguiram ter uma quantidade ínfima de metais pesados.

 Ao longo desse processo, vários estudos foram realizados para saber se a gordura do bacuri era realmente biocompatível para desenvolver o produto, sendo ela aprovada em todos os testes. O desenvolvimento seguiu as normas do Guia de Estabilidade de Produtos Cosméticos da Anvisa, que é o órgão regulador de medicamentos e cosméticos da Vigilância Sanitária.

Entre os pontos que foram destaque no batom, estão as suas propriedades emoliente e hidratante. “A intenção é seguir com as pesquisas e o aproveitamento, agregando valor à matéria prima amazônica. O próximo passo será dar uma coloração para esse batom, tendo como base elementos da região, como o açaí”, conta a professora Roseane Maria Ribeiro Costa.

Apresentação - De 23 a 25 deste mês, o grupo de pesquisadores apresentará os resultados e o produto na FCE Cosmetique, evento de tecnologia para a indústria cosmética na América Latina, em São Paulo. “Nós vestimos a camisa da UFPA e levamos o conhecimento produzido aqui para que as pessoas de fora saibam da importância do trabalho que é desenvolvido na Amazônia”, diz a professora Roseane Maria Ribeiro Costa.

A Universitec - O trabalho de acompanhamento, cuidado e liberação de patente está sendo administrada pela Agência de Inovação Tecnológica da UFPA, a Universitec. O diretor da Instituição, o professor Gonzalo Enriquez, explica a importância dessa participação durante o processo produtivo.

“Pesquisas como essa, que utilizam os insumos da Amazônia, ajudam a promover o desenvolvimento sustentável da região. O trabalho foi feito nos laboratórios da UFPA e agora a Universitec se junta para apoiá-lo, já que esta é uma fonte para a agregação de valor aos produtos oriundos da nossa biodiversidade”, afirma.

Texto: Divulgação
Foto: Reprodução / Google

Publicado em: 22.05.2017 18:00