Interiorização da área médica da UFPA
A vice-reitora da Universidade Federal do Pará (UFPA), Regina Barroso, defendeu a interiorização da área médica da UFPA, ao proferir a conferência de abertura do II Congresso do Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB) na noite da úlitma sexta-feira (14), no auditório do Hospital. Ela abordou o tema central do evento, “Desenvolvimento Regional e os Determinantes Sociais no Processo de Saúde e Doença no Pará e Amazônia”, ressaltando que a interiorização do curso de medicina e residências médicas é fundamental para o desenvolvimento da saúde e melhor assistência à população dos municípios paraenses.
Após expor dados importantes sobre a Amazônia e o Pará e ler um artigo de sua autoria, em que relata o avanço da UFPA nos seus 50 anos de existência, a vice-reitora afirmou que apesar de toda a evolução da Universidade no que se refere à interiorização dos cursos superiores no Pará, “a área médica está com 20 anos de atraso em relação às demais”. Então, a proposta da UFPA, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), é levar ao interior atividades do curso de medicina e as residências médicas, por meio do Projeto Multicampi Saúde. Esse projeto visa a integrar docência, serviço e pesquisa, na perspectiva de garantir práticas que atendam às necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS), por meio das formação de profissionais que produzam conhecimento em consonância com as realidades e necessidades da população.
Para ela, o processo saúde-doença na região é resultado de ausência de transdisciplinaridade, de determinações políticas, econômicas e sociais, processo técnicos, científico, político e social. E que para reverter esse quadro, há necessidade de políticas inter-setoriais, reorganização do SUS, fortalecimento das ações de Vigilância à Saúde, política de interiorização dos profissionais de saúde e incentivo à qualificação para a ciência e tecnologia em saúde, por meio das universidades. “Ainda é muito baixo o número de doutores na região, apenas 3% dos doutores brasileiros estão na Amazônia” revelou. “Os amazônidas precisam participar mais dos incentivos da Capes”, acrescentou.
Enfim, para melhorar a situação da saúde no Estado, também é fundamental que haja maior decisão política em prol do real desenvolvimento da Amazônia.
Regina disse que as instituições de saúde têm que ter visão transdisciplinar e que “o HUJBB faz saúde de maneira transdisciplinar”.
Em sua exposição, a vice-reitora apresentou um retrato da Amazônia e do Pará. Citou que a Amazônia ocupa 61% do território nacional, tem 12% da população brasileira, é responsável por 5% do PIB brasileiro, tem mais de 30% da biodiversidade da terra, um quinto da reserva hídrica do planeta, é a maior província mineral da Terra, tem área de floresta correspondente a um terço do planeta etc. Disse também que o Pará é o 2º maior Estado do Brasil, tem mais de 16% do território nacional, mais de 20 mil quilômetros de rios, tem índice de analfabetismo maior que 15%, e infelizmente sua população ainda enfrenta as doenças endêmicas da região, doenças decorrentes das precárias condições de vida, e tem baixo acesso aos serviços de saúde.
Texto: Roberta Vilanova (Assessoria Ascom/HUJBB)
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