Unamaz 20 Anos - Painel da Educação Superior na Amazônia
Conferência Internacional faz uma análise das mudanças, limites e desafios da Educação Superior nos oito países amazônicos.
O cenário da Educação Superior na Pan-Amazônia é marcado por contradições e diversidade. Convivem lado a lado, situações comuns aos oito países amazônicos (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela), como o avanço, nas últimas duas décadas (1987 – 2007), do acesso à educação superior e o intenso aumento na formação de doutores na região ou como a realidade implacável da ainda baixa cobertura e das altas taxas de evasão do ensino superior na região, sem falar do analfabetismo absoluto que persiste elevado.
Entender e enfrentar esta realidade depende de uma decisão não apenas acadêmica, mas de uma decisão política. Conhecê-la, porém é o primeiro passo. Esse é o objetivo dos estudos realizados por consultores de cada um dos países amazônicos, contratados pela Cátedra UNESCO de Cooperação Sul-Sul para o desenvolvimento Sustentável, instalada na Universidade Federal do Pará. Um relatório das mudanças, limites e desafios da realidade universitária na região amazônica foram apresentados durante a Conferência Internacional que acontece esta semana em Belém, dentro da programação de comemorações dos 20 anos da Associação de Universidades Amazônicas (UNAMAZ).
O documento final da Conferência, com uma análise do desenvolvimento da educação superior na Pan-Amazônia durante os últimos 20 anos servirá de subsídios à Conferência Regional da UNESCO/IESALC - Instituto de Educação Superior da América Latina e o Caribe - que vai acontecer em 2008 na Colômbia.
Segundo os estudos apresentados, um dos principais problemas enfrentados pelo sistema de educação superior na Amazônia, de todos os países, seja brasileira, peruana, boliviana é a falta de políticas públicas eficazes e permanentes. Paulette Byone, da Universidade da Guiana, salienta que o problema é não apenas crônico, mas também histórico em seu país.
<<O investimento no ensino superior entre os séculos XIX e XX foi mínimo>>. Segundo Byone, até o ano da independência da Guiana (1966), o acesso ao ensino superior só era possível com uma viagem ao Reino Unido, antigo colonizador do país. Com as devidas diferenças no tempo, dados do IESALC mostram que a maior parte dos países da região investe menos do que 1% do PIB (Produto Interno Bruto) em Educação Superior.
A preocupação com a qualidade do ensino diante do crescimento acelerado das universidades privadas é também uma questão comum entre os países. Nos últimos cinqüenta anos, Bolívia e Peru, por exemplo, assistiram a um crescimento vertiginoso do número de universidades. No caso do Peru, o número de IES aumentou mais de 1000%. Segundo o pesquisador Jorge Eduardo Villafuerte, da Universidade Nacional Intercultural da Amazônia peruana<com o advento da sociedade do conhecimento, houve uma expansão descontrolada da oferta universitária e o empobrecimento da qualidade acadêmica>.
No Brasil, o quadro da educação superior também passa por tensões, diante, por exemplo, do dilema da garantia da qualidade do ensino e o conflito entre rede pública e privada. De acordo com Walterlina Brasil, da Universidade Federal de Rondônia (UFRO),<devemos intervir em função da qualidade do ensino na formação acadêmica, a qualidade é o princípio básico>. Em relação à Amazônia, Walterlina diz que a educação superior deve responder às demandas sociais e se articular com os interesses regionais.
Para a diretora da Unesco, Ana Lúcia Gazzola, a educação precisa ser trabalhada através de redes, e a Unamaz é um desses instrumentos. Para Gazzola, a associação dessas universidades é um caminho para valorização do conhecimento e estratégia de desenvolvimento para a Amazônia.
Num mundo onde o conhecimento tornou-se matéria-prima essencial, a universidade torna-se ator central no palco do desenvolvimento. Para a diretora do IESALC, a meta da UNESCO de <Educação para todos> necessita ser ampliada, especialmente quando se trata de regiões como a Amazônia.<Somos miseráveis demais para termos utopias pequenas>, a meta dever ser<educação superior para todos<pois sem universidade não há desenvolvimento>, afirmou em sua conferência de abertura. Ou como afirmou ontem, em sua palestra, o reitor da UFPA, Alex Fiúza de Mello:<sem conhecimento e tecnologia não existe alternativa ao subdesenvolvimento, não existe saída para nossa irrelevância periférica>.
A Conferência encerra, no dia 26, com uma mesa-redonda sobre a atuação e perspectivas da Cátedra UNESCO de Cooperação Sul-Sul para um Desenvolvimento Sustentável, instalada em setembro de 2006 na UFPA. No dia 27, inicia a última etapa da programação dos 20 anos da UNAMAZ com a realização do II Encontro Internacional da Biosfera da Amazônia (27 e 28).
Texto: Assessoria de Comunicação do NAEA
O cenário da Educação Superior na Pan-Amazônia é marcado por contradições e diversidade. Convivem lado a lado, situações comuns aos oito países amazônicos (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela), como o avanço, nas últimas duas décadas (1987 – 2007), do acesso à educação superior e o intenso aumento na formação de doutores na região ou como a realidade implacável da ainda baixa cobertura e das altas taxas de evasão do ensino superior na região, sem falar do analfabetismo absoluto que persiste elevado.
Entender e enfrentar esta realidade depende de uma decisão não apenas acadêmica, mas de uma decisão política. Conhecê-la, porém é o primeiro passo. Esse é o objetivo dos estudos realizados por consultores de cada um dos países amazônicos, contratados pela Cátedra UNESCO de Cooperação Sul-Sul para o desenvolvimento Sustentável, instalada na Universidade Federal do Pará. Um relatório das mudanças, limites e desafios da realidade universitária na região amazônica foram apresentados durante a Conferência Internacional que acontece esta semana em Belém, dentro da programação de comemorações dos 20 anos da Associação de Universidades Amazônicas (UNAMAZ).
O documento final da Conferência, com uma análise do desenvolvimento da educação superior na Pan-Amazônia durante os últimos 20 anos servirá de subsídios à Conferência Regional da UNESCO/IESALC - Instituto de Educação Superior da América Latina e o Caribe - que vai acontecer em 2008 na Colômbia.
Segundo os estudos apresentados, um dos principais problemas enfrentados pelo sistema de educação superior na Amazônia, de todos os países, seja brasileira, peruana, boliviana é a falta de políticas públicas eficazes e permanentes. Paulette Byone, da Universidade da Guiana, salienta que o problema é não apenas crônico, mas também histórico em seu país.
<<O investimento no ensino superior entre os séculos XIX e XX foi mínimo>>. Segundo Byone, até o ano da independência da Guiana (1966), o acesso ao ensino superior só era possível com uma viagem ao Reino Unido, antigo colonizador do país. Com as devidas diferenças no tempo, dados do IESALC mostram que a maior parte dos países da região investe menos do que 1% do PIB (Produto Interno Bruto) em Educação Superior.
A preocupação com a qualidade do ensino diante do crescimento acelerado das universidades privadas é também uma questão comum entre os países. Nos últimos cinqüenta anos, Bolívia e Peru, por exemplo, assistiram a um crescimento vertiginoso do número de universidades. No caso do Peru, o número de IES aumentou mais de 1000%. Segundo o pesquisador Jorge Eduardo Villafuerte, da Universidade Nacional Intercultural da Amazônia peruana<com o advento da sociedade do conhecimento, houve uma expansão descontrolada da oferta universitária e o empobrecimento da qualidade acadêmica>.
No Brasil, o quadro da educação superior também passa por tensões, diante, por exemplo, do dilema da garantia da qualidade do ensino e o conflito entre rede pública e privada. De acordo com Walterlina Brasil, da Universidade Federal de Rondônia (UFRO),<devemos intervir em função da qualidade do ensino na formação acadêmica, a qualidade é o princípio básico>. Em relação à Amazônia, Walterlina diz que a educação superior deve responder às demandas sociais e se articular com os interesses regionais.
Para a diretora da Unesco, Ana Lúcia Gazzola, a educação precisa ser trabalhada através de redes, e a Unamaz é um desses instrumentos. Para Gazzola, a associação dessas universidades é um caminho para valorização do conhecimento e estratégia de desenvolvimento para a Amazônia.
Num mundo onde o conhecimento tornou-se matéria-prima essencial, a universidade torna-se ator central no palco do desenvolvimento. Para a diretora do IESALC, a meta da UNESCO de <Educação para todos> necessita ser ampliada, especialmente quando se trata de regiões como a Amazônia.<Somos miseráveis demais para termos utopias pequenas>, a meta dever ser<educação superior para todos<pois sem universidade não há desenvolvimento>, afirmou em sua conferência de abertura. Ou como afirmou ontem, em sua palestra, o reitor da UFPA, Alex Fiúza de Mello:<sem conhecimento e tecnologia não existe alternativa ao subdesenvolvimento, não existe saída para nossa irrelevância periférica>.
A Conferência encerra, no dia 26, com uma mesa-redonda sobre a atuação e perspectivas da Cátedra UNESCO de Cooperação Sul-Sul para um Desenvolvimento Sustentável, instalada em setembro de 2006 na UFPA. No dia 27, inicia a última etapa da programação dos 20 anos da UNAMAZ com a realização do II Encontro Internacional da Biosfera da Amazônia (27 e 28).
Texto: Assessoria de Comunicação do NAEA
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