Debater temas relativos à paisagem, cultura e memória é o objetivo do “II Fórum Temático Paisagem e Cultura: dinâmicas do patrimônio e da memória na atualidade”. O Fórum está sendo realizado de 5 a 7 deste mês no Centro de Capacitação (Capacit). O evento conta com a participação de pesquisadores de cinco Estados brasileiros nas áreas da Antropologia, História, Sociologia e Arqueologia. O evento é organizado pelo Departamento de Antropologia da UFPA e por uma comissão formada por representantes de outros estados. As inscrições são gratuitas.

O I Fórum ocorreu em novembro de 2006, na cidade de São Luís, no Maranhão. Segundo a organização do evento, “o caráter pioneiro – e, até mesmo, artesanal - do primeiro Fórum evidenciou dois resultados significativos: o início de um diálogo profícuo entre intelectuais de diferentes regiões e campos de conhecimento, interessados pelo tema da paisagem e suas complexas relações com o patrimônio e a memória; e a formação de um grupo que, a partir daquele encontro, se propõe a debater anualmente tais questões em diferentes localidades do país, envolvendo diversos intelectuais – e instituições – ligados aos temas para os quais o Fórum está voltado.

A Dra. Ana Roosevelt, da Universidade de Illinois, Chicago, EUA, abriu o Fórum com uma conferência. A pesquisadora falou que já perdeu a conta de quantas vezes veio ao Brasil, mas se lembra que esteve aqui, pela primeira vez em 1981. Perguntada sobre o que mudou na Amazônia, desde que veio ao país pela primeira vez, ela foi enfática: “Lembro que havia mais floresta, os indígenas ainda não tinham muito contato com o homem branco e não havia a intervenção de grandes empresas na Amazônia”. Ana também diz que a qualidade dos alimentos mudou muito, também: “Era tudo mais saboroso. Das pequenas propriedades, obtinha-se bens orgânicos, corretos e deliciosos. Não sei por que os brasileiros têm se igualado a nós, norte-americanos, em achar que o industrializado é melhor”, finaliza.

Em 1992, Ana Roosevelt encontrou pinturas rupestres no município de Monte Alegre, herança dos habitantes pré-históricos do local. As pesquisas acabaram levando à criação do Parque Estadual de Monte Alegre, em 1999.

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