Evento expõe diferentes posicionamentos sobre energia
“O programa de energia elétrica para a Amazônia” foi tema de um debate que aconteceu no início deste mês, no auditório setorial profissional. A iniciativa fez parte das comemorações dos 40 anos do curso de Engenharia Elétrica da universidade e reuniu profissionais que atuam em diferentes pólos, produzindo uma reflexão entusiasmada sobre o assunto e marcando a extensão do debate para a programação da Semana do Centro Tecnológico.
De um lado da discussão, a voz da academia, representada pelo vice-diretor do CT, José Augusto Lima Barreiros. E no mesmo tom, abraçando a idéia do programa de energia elétrica a ser implantado, o engenheiro Francisco França, representante da Diretoria de Tecnologia da Eletronorte, e Dílson Trindade, diretor de Comercialização da empresa. Do outro lado da discussão, construindo a crítica ao atual programa, estavam o jornalista Lúcio Flávio Pinto e o deputado estadual Waldir Ganzer. A mediação do debate foi feita pelo professor Carlos Tavares, coordenador do curso de Engenharia Elétrica.
O debate começou com uma contextualização histórica do tema e logo dois discursos se chocaram: um que propunha o modelo atual de distribuição elétrica e a criação da Usina de Belo-Monte, e outro baseado na afirmação de que a energia tem que estar subordinada às especificidades locais, ou seja, não se pode construir barragens sem levar em conta as populações, a sabedoria local, o ecossistema etc.
Debates públicos como esse estimulam o conhecimento e atualizam os saberes políticos da comunidade acadêmica. “É importante trazer esses temas para uma mesa de debates e obter o estímulo da comunidade acadêmica. Como diretor Comercial, aproveito estes espaços para dialogar e ver o contraponto que se coloca sobre a empresa”, diz Dilson Trindade.
A discussão convergia quando se tratava das riquezas do Pará e era ponderada no que diz respeito ao papel do engenheiro na sociedade, na relação com essas riquezas. Ele não pode ser apenas um “barrageiro”, aquele que só constrói barragens - uma metáfora para designar os profissionais da área que têm uma ótima formação técnica, mas uma consciência política maleável. “É um debate complexo e fundamental para que possamos garantir a distribuição da riqueza, não a exploração desta população que vive na beira do rio. Os rios não devem ser apenas vias de passagem dessa riqueza. Estamos socializando as perspectivas que existem sobre a energia”, afirmou Waldir Ganzer.
José Barreiros disse que o setor de Engenharia Elétrica quer começar a construir, ainda este ano, um centro de pós-graduação na área de energia. “Neste processo seletivo de 2005 já são ofertadas 30 vagas para Engenharia Elétrica, em Tucuruí, e 30 vagas para Engenharia Civil. Em 2006, será implantado também o curso de Engenharia Mecânica”, diz o vice-diretor.
O curto tempo do debate foi criticado e a programação acabou se estendendo por mais duas horas. “A academia pode e deve ter um papel mais ativo em relação a estes pontos levantados. O grande problema da Amazônia é que a agenda do cidadão não é a agenda da história. A Amazônia passa rapidamente de ‘0 a 80’ e as pessoas não conseguem acompanhar o ritmo. Então, fica-se fazendo arqueologia da historia”, argumenta Lúcio Flávio Pinto.
A UFPA manifestou a proposta da continuação da discussão na Semana do Centro Tecnológico, que ocorrerá no período de 29 de outubro a 3 de novembro, sendo mais voltada para o papel da tecnologia em geral. É a tentativa de desenvolver consciência crítica sobre o assunto, concordam os participantes, pois a água da Amazônia representa muito mais do que kilowatts.
De um lado da discussão, a voz da academia, representada pelo vice-diretor do CT, José Augusto Lima Barreiros. E no mesmo tom, abraçando a idéia do programa de energia elétrica a ser implantado, o engenheiro Francisco França, representante da Diretoria de Tecnologia da Eletronorte, e Dílson Trindade, diretor de Comercialização da empresa. Do outro lado da discussão, construindo a crítica ao atual programa, estavam o jornalista Lúcio Flávio Pinto e o deputado estadual Waldir Ganzer. A mediação do debate foi feita pelo professor Carlos Tavares, coordenador do curso de Engenharia Elétrica.
O debate começou com uma contextualização histórica do tema e logo dois discursos se chocaram: um que propunha o modelo atual de distribuição elétrica e a criação da Usina de Belo-Monte, e outro baseado na afirmação de que a energia tem que estar subordinada às especificidades locais, ou seja, não se pode construir barragens sem levar em conta as populações, a sabedoria local, o ecossistema etc.
Debates públicos como esse estimulam o conhecimento e atualizam os saberes políticos da comunidade acadêmica. “É importante trazer esses temas para uma mesa de debates e obter o estímulo da comunidade acadêmica. Como diretor Comercial, aproveito estes espaços para dialogar e ver o contraponto que se coloca sobre a empresa”, diz Dilson Trindade.
A discussão convergia quando se tratava das riquezas do Pará e era ponderada no que diz respeito ao papel do engenheiro na sociedade, na relação com essas riquezas. Ele não pode ser apenas um “barrageiro”, aquele que só constrói barragens - uma metáfora para designar os profissionais da área que têm uma ótima formação técnica, mas uma consciência política maleável. “É um debate complexo e fundamental para que possamos garantir a distribuição da riqueza, não a exploração desta população que vive na beira do rio. Os rios não devem ser apenas vias de passagem dessa riqueza. Estamos socializando as perspectivas que existem sobre a energia”, afirmou Waldir Ganzer.
José Barreiros disse que o setor de Engenharia Elétrica quer começar a construir, ainda este ano, um centro de pós-graduação na área de energia. “Neste processo seletivo de 2005 já são ofertadas 30 vagas para Engenharia Elétrica, em Tucuruí, e 30 vagas para Engenharia Civil. Em 2006, será implantado também o curso de Engenharia Mecânica”, diz o vice-diretor.
O curto tempo do debate foi criticado e a programação acabou se estendendo por mais duas horas. “A academia pode e deve ter um papel mais ativo em relação a estes pontos levantados. O grande problema da Amazônia é que a agenda do cidadão não é a agenda da história. A Amazônia passa rapidamente de ‘0 a 80’ e as pessoas não conseguem acompanhar o ritmo. Então, fica-se fazendo arqueologia da historia”, argumenta Lúcio Flávio Pinto.
A UFPA manifestou a proposta da continuação da discussão na Semana do Centro Tecnológico, que ocorrerá no período de 29 de outubro a 3 de novembro, sendo mais voltada para o papel da tecnologia em geral. É a tentativa de desenvolver consciência crítica sobre o assunto, concordam os participantes, pois a água da Amazônia representa muito mais do que kilowatts.
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