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Laboratório de Neuroquímica Molecular e Celular da UFPA estuda potencial bioquímico da flora amazônica

    A busca por métodos naturais para tratamento e cura de diversos males é antiga e remonta ao período pré-colonial, quando os índios já utilizavam as plantas pra esse fim. Ainda nos dias atuais, o amazônida utiliza os recursos naturais da região no tratamento de diversas doenças. É muito comum, por exemplo, ouvir a expressão: “toma um chá, que melhora”, conselho para alguém que se encontra enfermo. Apesar desse contexto sócio-cultural, o potencial bioquímico da flora amazônica ainda é pouco conhecido, pois existe uma carência de estudos nessa área.

    Para valorizar o conhecimento popular relacionando-o a sistemas tradicionais da Medicina, o Laboratório de Neuroquímica Molecular e Celular do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará realiza uma pesquisa sobre as propriedades das plantas em nossa região, trabalhando também com a purificação e caracterização química das substâncias presentes nestas plantas. “Quando verificamos a fundamentação científica do conhecimento popular, garantimos um tratamento mais barato e acessível, por isso o interesse científico é muito grande: o resultado está ligado à prevenção e tratamento de muitas doenças, dentre elas, o câncer”, disse Anderson Herculano, professor e pesquisador do laboratório.

    A partir da pesquisa, algumas substâncias estão sendo suplementadas para análise dos efeitos destes princípios em sistemas biológicos. Os estudos são aprovados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e fundamentam-se na Etnofarmacologia, ciência que investiga os conhecimentos tradicionais buscando comprovar cientificamente seus benefícios.

    O projeto se destaca porque ao avaliar o efeito antiproliferativo e antineoplásico das espécies Brosimum acutifolium e Physalis angulata in vitro e in vivo, torna-se possível a utilização das drogas purificadas dessas plantas da região como terapia alternativa para o tratamento de neoplasias (câncer), principalmente as relacionadas ao sistema nervoso.

    Além dessa pesquisa, o laboratório de Neuroquímica da UFPA, coordenado pelo Professor José Luiz Martins do Nascimento, realiza, desde 1995, outros estudos das áreas de Neurociência e Biologia Celular. Dentre eles é possível destacar infecções parasitarias, modelos de câncer cerebral, sua relação com o sistema nervoso central e o mecanismo de toxicidade do Mercúrio no sistema visual, verificando alternativas de proteção e tratamento com modelos experimentais a médio e longo prazo.

    O laboratório também realiza estudos aplicados em ciência básica como a Fisiologia e o processo de neurotransmissão da retina nas diversas fases do seu desenvolvimento. Para realização dessas atividades o laboratório conta com uma equipe aplicada formada pelo professor Anderson Herculano, três alunos de Doutorado, um aluno de Mestrado e seis alunos de iniciação científica, provenientes dos cursos de graduação em Biologia e Biomedicina. Outras informações sobre as atividades do Laboratório de Neuroquímica Molecular e Celular da UFPA pelo fone 32017545.


Texto: Alinic Carmo - Assessoria de Comunicação Institucional/UFPA

Foto: Reprodução

Publicado em: 18.02.2008 09:51