Seminário discute interface entre a universidade e o mundo do trabalho
Resgatar a dívida social que as universidades brasileiras têm com os trabalhadores não é uma tarefa fácil. A rede interuniversitária Unitrabalho, de abrangência nacional e que agrega 92 instituições, se propõe a contribuir para esse resgate, por meio de seus núcleos de estudos e pesquisas sobre o trabalho. Buscando socializar as ações desenvolvidas na região Norte, a rede acaba de promover o Seminário Local da Rede Unitrabalho, na UFPA, com o tema “Universidade para todos”. Foram quatro mesas-redondas, nos dias 20 e 21 de outubro, que debateram questões centrais da interface entre a universidade e o mundo do trabalho.
Da mesa “As experiências de projetos integrados de ensino, pesquisa e extensão na UFPA” participaram a professora Maria José Barbosa, coordenadora da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares e Empreendimentos Solidários (ITCPES), do Centro Sócio-econômico da universidade, o professor Amaury Dantas, coordenador do programa Multicampisaúde, e a professora Gerusa Matos, do Observatório de Políticas Municipais para a Assistência Social.
Os três apresentaram projetos desenvolvidos na UFPA. Maria Barbosa falou do foco do ITCPES no acompanhamento da produção familiar, auxiliando os pequenos produtores a se organizarem em cooperativas . “Não trabalhamos apenas em cooperativas juridicamente constituídas, mas também pesquisamos grupos de produtores não regulamentados”, destacou a professora.
Amaury Dantas relatou a experiência de equipes interdisciplinares na assistência a comunidades da capital e do interior do Pará. Médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos e estudantes se inserem nessas comunidades, prestando um serviço de extensão universitária. “Queremos que pelo menos 20% do currículo do último ano dos cursos de graduação sejam dedicados à extensão. Já conseguimos isso em Medicina, um curso de tradição elitista”, comenta Dantas.
Gerusa Matos contou a história do observatório, que incentiva políticas públicas para a assistência social em Belém, tendo como eixos estratégicos a criação de instrumentos, a qualificação dos empreendedores populares e o monitoramento do trabalho. “O município é o lócus fundamental para as políticas de assistência social, por essas serem de sua responsabilidade”, lembrou Gerusa.
O professor Armando Lírio, coordenador regional da rede Unitrabalho, explica que “o objetivo do seminário é ver a resposta dos trabalhadores. Queremos ouvir o que eles esperam da universidade”. Ele critica a universidade brasileira por em geral oferecer conhecimento para as empresas, não para os trabalhadores. “Temos conseguido desenvolver bons trabalhos no sentido oposto, como o programa Economia Solidária e o Plano Nacional de Qualificação Profissional”. O professor ainda tem ressalvas ao programa do Governo Federal “Universidade para todos”: “Temos que tomar cuidado para que essas propostas não se oponham ao ideal de universidade pública, gratuita e de qualidade”.
Acompanhando o seminário, estava Miguel Carvalho, da Cooperativa dos Empreendedores Solidários, Fabricantes de Bolsas e Acessórios de Belém (Coopesba). Ele apresentou críticas aos projetos de auxílio aos empreendimentos populares, pois acredita que eles não os ajudam na administração. Miguel acredita que a rede Unitrabalho tem boa vontade, mas falta suporte para administrar os empreendimentos junto com os trabalhadores, que, segundo ele, não têm formação o bastante para isso.
O diretor-geral da rede Unitrabalho, Francisco Mazzeu, afirma que “projetos como o da incubadora fazem exatamente o trabalho de acompanhar os trabalhadores em áreas como a jurídica, administrativa e comercial”.
A rede Unitrabalho está presente em 25 estados, e mantém centros de referência em reciclagem, produção de mel no Nordeste, além das incubadoras. O maior princípio é a autonomia dos trabalhadores na gestão da produção. “A ótica não é transformar esses empreendimentos em capitalistas”, explica a professora Maria Culti, coordenadora geral do programa Economia Solidária.
Da mesa “As experiências de projetos integrados de ensino, pesquisa e extensão na UFPA” participaram a professora Maria José Barbosa, coordenadora da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares e Empreendimentos Solidários (ITCPES), do Centro Sócio-econômico da universidade, o professor Amaury Dantas, coordenador do programa Multicampisaúde, e a professora Gerusa Matos, do Observatório de Políticas Municipais para a Assistência Social.
Os três apresentaram projetos desenvolvidos na UFPA. Maria Barbosa falou do foco do ITCPES no acompanhamento da produção familiar, auxiliando os pequenos produtores a se organizarem em cooperativas . “Não trabalhamos apenas em cooperativas juridicamente constituídas, mas também pesquisamos grupos de produtores não regulamentados”, destacou a professora.
Amaury Dantas relatou a experiência de equipes interdisciplinares na assistência a comunidades da capital e do interior do Pará. Médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos e estudantes se inserem nessas comunidades, prestando um serviço de extensão universitária. “Queremos que pelo menos 20% do currículo do último ano dos cursos de graduação sejam dedicados à extensão. Já conseguimos isso em Medicina, um curso de tradição elitista”, comenta Dantas.
Gerusa Matos contou a história do observatório, que incentiva políticas públicas para a assistência social em Belém, tendo como eixos estratégicos a criação de instrumentos, a qualificação dos empreendedores populares e o monitoramento do trabalho. “O município é o lócus fundamental para as políticas de assistência social, por essas serem de sua responsabilidade”, lembrou Gerusa.
O professor Armando Lírio, coordenador regional da rede Unitrabalho, explica que “o objetivo do seminário é ver a resposta dos trabalhadores. Queremos ouvir o que eles esperam da universidade”. Ele critica a universidade brasileira por em geral oferecer conhecimento para as empresas, não para os trabalhadores. “Temos conseguido desenvolver bons trabalhos no sentido oposto, como o programa Economia Solidária e o Plano Nacional de Qualificação Profissional”. O professor ainda tem ressalvas ao programa do Governo Federal “Universidade para todos”: “Temos que tomar cuidado para que essas propostas não se oponham ao ideal de universidade pública, gratuita e de qualidade”.
Acompanhando o seminário, estava Miguel Carvalho, da Cooperativa dos Empreendedores Solidários, Fabricantes de Bolsas e Acessórios de Belém (Coopesba). Ele apresentou críticas aos projetos de auxílio aos empreendimentos populares, pois acredita que eles não os ajudam na administração. Miguel acredita que a rede Unitrabalho tem boa vontade, mas falta suporte para administrar os empreendimentos junto com os trabalhadores, que, segundo ele, não têm formação o bastante para isso.
O diretor-geral da rede Unitrabalho, Francisco Mazzeu, afirma que “projetos como o da incubadora fazem exatamente o trabalho de acompanhar os trabalhadores em áreas como a jurídica, administrativa e comercial”.
A rede Unitrabalho está presente em 25 estados, e mantém centros de referência em reciclagem, produção de mel no Nordeste, além das incubadoras. O maior princípio é a autonomia dos trabalhadores na gestão da produção. “A ótica não é transformar esses empreendimentos em capitalistas”, explica a professora Maria Culti, coordenadora geral do programa Economia Solidária.
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