Dia Nacional da Consciência Negra desperta debates
O líder quilombola Zumbi dos Palmares é símbolo da luta dos negros por
liberdade e dignidade que se trava desde os tempos da escravidão. Por
isso a data de sua morte, 20 de novembro de 1695, é todo ano lembrada
como o Dia Nacional da Consciência Negra, com fóruns de discussão,
apresentações culturais e exposições da cultura afro-brasileira. A
inclusão da data no calendário oficial foi conquistada pelo movimento
negro em 1988. A partir de 2003, ela passou a ser inserida nas escolas
e universidades, incentivando atividades que discutam a consciência
negra. “Isso não se faz por força da lei, mas pela atuação do movimento
negro”, salienta a professora Marilu Campelo, do Departamento de
Antropologia da UFPA e coordenadora do Grupo de Estudos
Afro-amazônicos.
Durante toda a semana, entidades ligadas à causa negra realizam passeatas, palestras, mesas-redondas, exibições de filmes, entre outras programações. “Além do objetivo de debater, a data é uma celebração”, explica Marilu. A caracterização da pessoa negra na mídia é um dos temas mais discutidos nesses eventos. “Na mídia o lugar que o negro ocupa é sempre caricato e pejorativo. Em termos de religiosidade, é associado com o trambique, o charlatanismo”, critica a professora. Ela não acredita em uma verdadeira conversão da mídia nos últimos anos, que tem colocado negros nos mais diversos papéis em novelas, filmes e comerciais, inclusive como protagonistas. “Os negros assumem outros papéis não por consciência da mídia, mas pelas políticas de ações afirmativas conquistadas pelo movimento”.
Marilu Campelo avalia que o movimento negro ainda é incipiente na região Norte, “ao contrário das regiões Sul, Sudeste e alguns estados do Nordeste, onde as ações são bastante eficazes”. Para a professora, “todos nós nascemos com consciência. O que falta é transformar essa consciência em luta”. Ela ainda afirma que só é possível reverter essa situação com maiores inserções do movimento negro na sociedade. “Precisamos fazer uma interface da academia com as atividades do movimento negro”. Nesse sentido, o Grupo de Estudos Afro-amazônicos da UFPA existe há dois anos, pesquisando o papel das populações negras na Amazônia, sempre em diálogo com as entidades do movimento.
Em relação à universidade, o movimento negro tem conseguido ecoar na sociedade a discussão sobre as cotas, que continua em fase de construção. O cientista político Raimundo Jorge, que também compõe o grupo de estudos, acredita que deve haver uma política específica para a população negra, pois as demandas são diferentes de outros indivíduos excluídos, como os pobres, os índios e as mulheres. “Não dá para nivelar o problema por baixo”, defende o professor.
Marilu Campelo e Raimundo Jorge participarão neste sábado (20), de uma mesa-redonda sobre a consciência negra na esfera política, em uma programação da Escola de Teatro e Dança da UFPA (Etdufpa). A programação será às 19hs no prédio da Etdufpa, que fica na Tv. Dom Romualdo de Seixas, 820.
Durante toda a semana, entidades ligadas à causa negra realizam passeatas, palestras, mesas-redondas, exibições de filmes, entre outras programações. “Além do objetivo de debater, a data é uma celebração”, explica Marilu. A caracterização da pessoa negra na mídia é um dos temas mais discutidos nesses eventos. “Na mídia o lugar que o negro ocupa é sempre caricato e pejorativo. Em termos de religiosidade, é associado com o trambique, o charlatanismo”, critica a professora. Ela não acredita em uma verdadeira conversão da mídia nos últimos anos, que tem colocado negros nos mais diversos papéis em novelas, filmes e comerciais, inclusive como protagonistas. “Os negros assumem outros papéis não por consciência da mídia, mas pelas políticas de ações afirmativas conquistadas pelo movimento”.
Marilu Campelo avalia que o movimento negro ainda é incipiente na região Norte, “ao contrário das regiões Sul, Sudeste e alguns estados do Nordeste, onde as ações são bastante eficazes”. Para a professora, “todos nós nascemos com consciência. O que falta é transformar essa consciência em luta”. Ela ainda afirma que só é possível reverter essa situação com maiores inserções do movimento negro na sociedade. “Precisamos fazer uma interface da academia com as atividades do movimento negro”. Nesse sentido, o Grupo de Estudos Afro-amazônicos da UFPA existe há dois anos, pesquisando o papel das populações negras na Amazônia, sempre em diálogo com as entidades do movimento.
Em relação à universidade, o movimento negro tem conseguido ecoar na sociedade a discussão sobre as cotas, que continua em fase de construção. O cientista político Raimundo Jorge, que também compõe o grupo de estudos, acredita que deve haver uma política específica para a população negra, pois as demandas são diferentes de outros indivíduos excluídos, como os pobres, os índios e as mulheres. “Não dá para nivelar o problema por baixo”, defende o professor.
Marilu Campelo e Raimundo Jorge participarão neste sábado (20), de uma mesa-redonda sobre a consciência negra na esfera política, em uma programação da Escola de Teatro e Dança da UFPA (Etdufpa). A programação será às 19hs no prédio da Etdufpa, que fica na Tv. Dom Romualdo de Seixas, 820.
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