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UFPA, Unicef, SPP e Estado no combate à mortalidade neonatal

O UNICEF (escritório Belém), preocupado com as recentes denúncias sobre a alta taxa de mortalidade na UTI neonatal, no último mês de junho, na Santa Casa de Misericórdia do Pará, está dialogando com o Governo do Estado, com a Sociedade Paraense de Pediatria e a Universidade Federal do Pará. A idéia é, além de estar presente e conhecer a realidade de saúde no Estado, participar da construção de propostas para reverter o quadro de mortalidade neonatal na Santa Casa de Misericórdia e definir estratégias imediatas de médio e longo prazos para diminuir a enorme demanda dos municípios sobre a instituição de saúde.

 

Num relatório recente com estatísticas sobre o hospital, entregue a diversas autoridades, constam dados comparativos, como as taxas de mortalidade na neonatologia e na UTI neonatal. De acordo com o documento, a taxa de mortalidade na neonatologia, em junho de 2007, foi de 15,6%, número que subiu para 21,7%, no mesmo período deste ano. Com relação às mortes na UTI, foram 48% em junho de 2007 e 56%, em junho deste ano.

 

Antônio Carlos Cabral, oficial de Desenvolvimento Infantil do UNICEF, esteve reunido com a coordenadora da Câmara Setorial de Políticas Sociais da Secretaria de Governo, Silvia Cumaru, e com o diretor da instituição, bem como dos médicos coordenadores dos serviços de neonatologia. Entre os problemas apontados pela equipe está a demanda de vários municípios próximos a Belém que encaminham as crianças, na maior parte dos casos, sem atenção primária. Durante a reunião, os participantes discutiram e identificaram quais os municípios que mais demandam serviços da Santa Casa. De acordo com relatos da equipe, a Santa Casa deveria ser um serviço de referência, mas o que acontece é que muitos dos casos encaminhados poderiam ser resolvidos nos municípios de origem. São 12 os municípios que mais demandam serviços da neonatologia e a proposta é iniciar um trabalho com cinco deles.

 

Ananindeua, Abaetetuba, Castanhal, Moju e Tailândia serão os primeiros a terem capacitação para os seus profissionais de saúde – médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem – em: Atenção Integrada às Doenças Prevalentes da Infância (AIDPI), transporte de crianças, desenvolvimento infantil, competências familiares, e reanimação em neonatal. A construção destas propostas está sendo discutida entre o UNICEF, Secretaria Estadual de Saúde (Sespa), Secretaria Estadual de Educação (Seduc), Sociedade Paraense de Pediatria (SPP) e Universidade Federal do Pará (UFPA), sob a coordenação da Câmara Setorial de Políticas Sociais.

 

De acordo com Antônio Carlos Cabral, <<o Governo do Estado está enfrentando o problema com seriedade e com a celeridade que a questão exige, readequando a estrutura física da Santa Casa e identificando como acelerar outros processos que venham a contribuir para a melhoria dos serviços neonatais>>. Outro aspecto importante, apontado por Cabral,  <<é o compromisso da equipe não só com os episódios recentes, mas com a qualidade dos serviços de uma maneira geral e a busca por soluções rápidas e efetivas>>.

 

Na última sexta-feira (25), o Governo do Estado, UNICEF, UFPA e SPP volou a se reunir para definir atribuições de cada um para as próximas  etapas visando identificar as fontes de recursos, aprofundar o conhecimento sobre os cinco municípios já definidos e traçar estratégias para já dar início imediatamente às capacitações previstas. Entre elas, a reestruturação ou implantação dos Comitês de Mortalidade Materno Infantil, além de  investigar e reduzir a mortalidade de crianças na faixa etária de 0 a 4 anos e mulheres em idade fértil.

 

 

Texto: Ida Pietricovsky Oliveira - Oficial de Comunicação do Escritório Zonal de Belém (Unicef)

Publicado em: 25.07.2008 11:14