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Programação aborda as diversas faces do expressionismo alemão

O expressionismo alemão abrange a literatura, a pintura, a música, o teatro e o cinema produzidos na Alemanha entre 1906 e 1923. Suas bases são a crítica ao positivismo, à acomodação do homem frente à industrialização acelerada, à concentração de riquezas, à degradação dos trabalhadores e à Primeira Guerra Mundial. Os expressionistas são contra o conservadorismo do impressionismo e a reprodução (mimesis) da realidade pelas artes burguesas. “Não pinto o que vejo, pinto o que vi”. A definição de Edvard Munch, um dos precursores da pintura expressionista, demonstra bem o espírito do movimento.
Na criação e na complexidade da força da expressão eram traçadas, pela caneta ou pelo pincel, percepções da crise e da espiritualidade. É o contraste entre as visões de decadência e o levante, a revolução, a esperança, o novo tempo e o “novo homem”. Os expressionistas foram acusados de promover a degradação e a caricatura nas artes. Eles se engajaram em movimentos sociais radicais, como a Liga Espartaquista (da qual fez parte Rosa Luxemburgo). Como muitos deles eram judeus, Hitler promoveu uma “caçada” aos expressionistas, o que levou ao fim do movimento. A oposição à guerra em Trakl, considerado pelos teóricos como o maior poeta expressionista, e as “amarras invisíveis do Estado” expostas por Kafka, o maior escritor, eram características de novas e perigosas críticas.
Com caráter nacionalista, o expressionismo foi buscar inspiração na arte artesã, africana, medieval, fazendo um resgate da arte popular. “A rápida industrialização da Alemanha causou uma perda de humanidade. O expressionismo busca essa humanidade perdida na contramão da modernidade”, diz Benilton Cruz, mestre em Teoria Literária.
Neste sábado (27 de novembro), Benilton Cruz apresenta a pintura e a poesia do expressionismo alemão. A riqueza (heterogeneidade) e a complexidade da expressão, assim como a influência do movimento no modernismo brasileiro, estarão em pauta. A programação é chamada de “KULTURNACHMITTAG" ou "Tarde Cultural", promovida pela Casa de Estudos Germânicos da UFPA em parceria com a Associação dos ex-bolsistas da Alemanha/Pará (AEBA/PA). O evento acontece no Instituto de Artes do Pará (IAP), de 15 às 18hs, compondo a programação permanente da CEG. O objetivo é integrar a comunidade acadêmica com os demais segmentos da sociedade por meio da promoção de debates sobre os mais variados assuntos, como: literatura, arte, política, filosofia, engenharia, ecologia e outros temas. “Mário de Andrade considerava o expressionismo a mais completa das estéticas inovadoras. Queremos ter a oportunidade de conversar sobre como se desenvolveu um dos mais complexos e importantes movimentos de vanguarda do século XX”, afirma Benilton.

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Publicado em: 26.11.2004 12:17