Estudo discute as influências de escândalos na decisão de voto
Em monografia intitulada <<A influência dos Escândalos de Corrupção na Decisão do Voto>>, a aluna do curso de especialização em Ciência Política, Edilena Cristina Alves da Silva, se propôs a responder os seguintes questionamentos: Será que os escândalos políticos realmente definem um voto? Quais os critérios que o eleitor utiliza para escolher seu candidato? Em seu estudo, Edilena analisou as eleições de 2002 e 2006, após os escândalos de corrupção envolvendo o Governo de Luis Inácio Lula da Silva.
A aluna analisou dados empreendidos pelo Estudo Eleitoral Brasileiro (ESEB) e pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE) sobre o tema. Algumas das pesquisas que Edilena utilizou se basearam em notas que a população (tanto de renda familiar superior a 10 salários quanto de um a dois salários) atribuiu ao governo Petista; a aceitação do eleitorado no que se refere à política partidária, após os escândalos envolvendo o partido do Presidente, e ao resultado do segundo turno em 2002 e 2006.
Uma das conclusões da pesquisa foi que as ações sociais do Governo aumentaram as possibilidades de reeleição de Luis Inácio da Silva. <<O Programa Bolsa Família contribuiu para uma reconquista do eleitorado. Os dados mostram que a maior nota atribuída ao Governo Lula foi justamente da população de baixa renda>>, constata a estudiosa. Além dos programas sociais, ocorreu um distanciamento da figura do Presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) pelo eleitorado. <<A população não atribuiu os escândalos diretamente ao candidato Lula, mas ao PT>>.
Segundo a autora da monografia, um dos mecanismos para a escolha do voto entre eleitores neste caso se deu pelo aspecto econômico. <<O eleitor, em momentos de incerteza, prefere continuar com as escolhas antigas e mantêm a posição que já conhece, pois sabe que, de um jeito ou de outro, ele continuará a ser beneficiado. É o que na Ciência política chamamos de mecanismo da escolha racional>>, afirma Edilena.
A hipótese principal do estudo diz que <<os escândalos de corrupção não são determinantes para punir os representantes>>. A partir dos escândalos que ocorreram nos anos delimitados pelo estudo, como o escândalo dos correios, "mensalão", superfaturamento das ambulâncias ou como ficou conhecido, <o escândalo das sanguessugas>, a política partidária perdeu eleitores e credibilidade. Porém, apesar da repulsa da população sobre os partidos, o que determinou a reeleição de Lula foi <<o trabalho e seu desempenho durante o governo>>.
A autora analisou dados cedidos pelo ESEB de 2002 e 2006 e constatou que depois dos escândalos em 2006, mais de 50% dos entrevistados já não se identificavam com os partidos. <<Até um dado momento, o PT era o exemplo de partido combativo a todo tipo de corrupção. Quando o partido trabalhista foi envolvido nos escândalos, era como se tivessem destruído um sonho entre o eleitorado mais fiel>>.
Texto: Andréa Mota – Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA
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