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UFPA sedia III Encontro Amazônico sobre Mulher e Gênero

A mesa redonda <<Gênero, Conjugalidade e Sexualidade>>, que aconteceu nesta quarta-feira, às 8h30,  no auditório setorial básico, abriu a programação acadêmica do III Encontro Amazônico sobre Mulher e Gênero, que segue até sexta-feira, 26, em Belém, no campus da Universidade Federal do Pará. O evento reúne pesquisadores da UFPA e de outras instituições, além de representantes do  Ministério Público e do Observatório da Lei Maria da Penha para debater feminilidades e masculinidades a partir de diferenças étnicas, de status, gerações, sexualidades e orientações
religiosas.

 

A solenidade de abertura, realizada na tarde do dia 23, teve a participação da pesquisadora Marisa Tavares, coordenadora da linha de pesquisa sobre Políticas Públicas para Mulheres  do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que apresentou  o Prêmio Igualdade de Gênero, criado pelo CNPq para fortalecer os estudos sobre a temática e alertou os pesquisadores sobre a baixa participação feminina  em atividades de pesquisa. <<Embora se verifique um acréscimo nos últimos 4 anos, 78% dos pesquisadores registrados são do gênero masculino>>, afirmou.

 

Participaram também da abertura o Secretário Estadual de Direitos Humanos, José Roberto Martins, a coordenadora da Coordenadoria Estadual dos Direitos da Mulher, Márcia João, a Reitora em exercício, Regina Feio Barroso, a coordenadora do GEPEM, Luzia Álvares e pesquisadores do grupo. A pesquisadora da UNESP, Profª Drª Maria Ângela D'Incao, proferiu a conferência de abertura, discorrendo sobre  <<As faces da Diversidade>>.

 

Programação

Os quatro dias de programação do evento contemplam a realização de 6 mesas redondas  e a apresentação de 65 trabalhos desenvolvidos  nas mais variadas possibilidades de se estudar a temática mulher. <<Nosso objetivo é fazer uma avaliação de como está o estado da arte sobre pesquisas acerca da mulher e relação de gênero, como se avolumou o estudo e o que se está fazendo>>, informa a Profª Drª Luzia  Álvares, vice-coordenadora do evento.

 

Paternidade Adolescente

As temáticas dos 65  trabalhos que serão apresentados colocam em foco, entre outras questões, a mulher provedora, a geração de renda, a moradia e trabalho doméstico, a vocação artístico-literária, a infidelidade e a afetividade. Entre os temas, destaca-se o debate em torno da paternidade adolescente.

 

O diretor da  ONG Pernanbucana Instituto Papai, Jorge Lyra, participou da mesa redonda <<Gênero, Conjugalidade e Sexualidade>>, realizada nesta manhã de quarta-feira, 24, no auditório básico, e também apresenta trabalho.  A criação do Instituto Papai  em 1997, em Recife, foi uma iniciativa pioneira na América Latina, visando ao envolvimento do público jovem masculino em questões como sexualidade e reprodução e em debates sobre machismo e feminismo.

 

REDOR

Paralelo ao III Encontro Amazônico acontece a Reunião Anual da Rede Feminista Norte-Nordeste de Estudos e Pesquisas sobre Mulher e Relações de Gênero-REDOR.  Fundada em 1992, na Bahia, a Rede é uma organização que congrega estudiosos de diversas áreas do conhecimento que tratam da temática do gênero.  Sua coordenação reside em um estado por dois anos.  Atualmente, ela funciona no Maranhão, sob a coordenação da Profª Drª Maria Mary Ferreira, e a vice-coordenação, no Pará, assumida pela Profª Luzia Miranda  Álvares. A abertura do III Encontro Amazônico sobre Mulher e Gênero aconteceu no dia 23, às 17h, no auditório setorial básico do campus da UFPA, com a conferência <As faces da Diversidade> , proferida pela Profª Drª Maria Ângela D'Incao, pesquisadora da Universidade Estadual Paulista (UNESP).

 

Sobre o GEPEM

O Grupo de Estudos e Pesquisas Eneida de Moraes sobre Mulher e Gênero (GEPEM) surgiu em 1994, na UFPA, a partir da demanda de alunos e professores que estavam trabalhando com a questão da mulher e de gênero. <<O grupo agregou as pessoas que estavam pesquisando gênero na Universidade, mas estavam isoladas. Quando nós fizemos o I Encontro Amazônico, vimos que havia muitos pesquisadores estudando a temática>>, explica Luzia Álvares, que é também a coordenadora do GEPEM. Hoje o grupo possui 23 associados e está vinculado aos Programas de Pós-Graduação em Ciências Sociais, Ciência Política e Psicologia.

 

Nos 14 anos de existência, o GEPEM já realizou dois encontros. Em 1994, o <<I Encontro Amazônico Sobre Mulher e Relações de Gênero>> discutiu temáticas como violência e exploração rural nos estados participantes. Dois anos depois, o <<II Encontro Mulher e Modernidade na Amazônia>> concentrou os debates na problemática das desigualdades de gênero e na luta pela cidadania feminina. Os eventos resultaram, respectivamente, nos livros <<A Mulher Existe? Uma contribuição ao estudo da mulher e gênero na Amazônia e Mulher>> e <<Modernidade na Amazônia>>, que reuniram os artigos apresentados nos encontros.

 

Texto: Cristina Trindade

Foto: Mácio Ferreira

Publicado em: 24.09.2008 09:24