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NUMA discute desenvolvimento e ação pública na Amazônia

Quais os desafios do desenvolvimento na Amazônia? Como a ação pública atua nesse sentido? De que forma devem ser vistas as experiências de desenvolvimento local em nível estadual? Ampliar a discussão em torno dessas questões é a proposta trazida pelo debate <<Amazônia em movimento: perspectivas e limitações>>, realizado pelo Núcleo de Meio Ambiente (NUMA) em parceria com a UFPA, com o Programa Pobreza e Meio Ambiente na Amazônia (POEMA) e com o Programa de Pós-Graduação em Gestão dos Recursos Naturais e Desenvolvimento Local na Amazônia (PPGEDAM).

 

O aspecto mais enfatizado durante a primeira manhã do evento foi o de que, para que haja crescimento efetivo da região, deve-se investir nas parcerias, seja entre as várias áreas da UFPA, entre a Universidade e outras instituições de ensino, entre Academia e Poder Executivo ou mesmo entre o conhecimento científico e o popular. A Conferência Magna, proferida pelo Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFPA, Prof. Dr. Roberto Dall´Agnol, intitulada <<Ciência e Tecnologia na Amazônia: para que e para quem?>>, traduziu a preocupação em investir em uma ciência que não apenas produza conhecimento a nível acadêmico, mas que seja capaz de criar vínculos com a ação pública e interagir com as comunidades regionais.

 

Iniciando a sua fala, o pró-reitor enfatizou o fato de que a Universidade deve ser a vanguarda, no sentido de ser capaz de estar à frente da sociedade, e declarou a sua convicção de que o investimento em ciência e tecnologia pode ser a resposta ao desafio do desenvolvimento na Amazônia, mas apenas se este conhecimento levar em conta o contexto social no qual está inserido. Segundo ele, <<há uma necessidade imperiosa de gerarmos conhecimento, mas conhecendo o nosso meio e a nossa realidade, senão viramos dependentes. Na Amazônia, esse risco é mais patente>>.

 

 Entretanto, o elo de dependência da Amazônia em relação a outras regiões do país já data de muito tempo e tem origem na perspectiva das elites amazônicas em ver o desenvolvimento da região sempre como algo mais relacionado a barganhas políticas do que à iniciativa própria dos governantes locais. Como então romper essa cadeia de dependência? Investir em ciência e tecnologia é o primeiro passo, mas o caminho vai ainda mais longe: <<A Universidade, no passado, viveu muito tempo de discurso, de gabinete. A Universidade tem que ir a campo. Criar ciência e tecnologia é necessário, mas não é suficiente, principalmente se não houver um direcionamento político condizente>>, afirmou Dall´Agnol.

 

O papel, importantíssimo, do Estado, nesse contexto, seria o de promover articulação e planejamentos visando gerar oportunidades para o desenvolvimento da ciência e tecnologia, mas também demandando e prestigiando o profissional qualificado. Essa parceria, entre ação pública e Academia é apenas uma das destacadas ao longo da Conferência. Há a necessidade, igualmente, de se aproximar, em contrário à pretensa <<arrogância universitária>>, o conhecimento científico produzido nas universidades do conhecimento popular tradicional. E essa integração será fundamental na busca por uma solução para aquilo que o pró-reitor denominou como um dos mais urgentes desafios da Amazônia: encontrar alternativas para que a floresta em pé seja economicamente mais interessante que a floresta queimada. Para Dall´Agnol, <<se perdermos esse desafio, não vamos romper a dependência. Não podemos nos permitir o direito de sermos limitados. Temos que ser vanguardistas em relação ao desafio da Amazônia>>.

 

O Debate, que também marca o início das atividades da turma de 2008 do Mestrado Profissional do PPGEDAM, prosseguiu com a Conferência <<O Núcleo de Meio Ambiente e o Programa de Pós-Graduação em Gestão dos Recursos Naturais e Desenvolvimento Local>>. Proferida pelo diretor do NUMA, Prof.Dr. Gilberto de Miranda Rocha, e pelo coordenador do PPGEDAM, Prof.Dr. Cláudio Szlafsztein, a conferência apresentou aos novos alunos os programas, objetivos e finalidades do NUMA e do PPGEDAM, com ênfase para o enfoque multidisciplinar, e o alto grau de integração interna e externa desenvolvidos e estimulados por ambos.

 

Serviço:

 

Debate <<Amazônia em Movimento: Perspectivas e Limitações>>

Dias 18 e 19 de agosto no auditório do POEMA (setor profissional do campus do Guamá)

A partir das 9h

Programação completa no site //www.ufpa.br/numa//

Entrada aberta ao público

Realização: UFPA, NUMA, POEMA, PPGEDAM

Apoio: Governo do Estado do Pará, Bolsa Amazônia, SEBRAE

 

Texto:

Juliana Maués

Coordenadoria de Informação Ambiental, NUMA/UFPA

Publicado em: 18.08.2008 18:02