Equipe do hospital universitário Bettina Ferro de Souza se prepara para oferecer o transplante de cóclea
Os primeiros implantes de cóclea no Pará estão previstos para janeiro de 2009. O responsável por trazer tal benefício para centenas de deficientes auditivos é o Centro de Implante Coclear do Estado do Pará, composto, entre outros, por profissionais da UFPA. O professor doutor José Cláudio Cordeiro, chefe do serviço de otorrinolaringologia do Hospital Bettina Ferro de Souza e coordenador do Centro, explica que pacientes com surdez severa e profunda podem recuperar a audição através da cirurgia. Atualmente, o grupo de profissionais composto por otorrinos, fonoaudiólogos, psicólogos e assistentes sociais está em fase de qualificação para atender aos futuros pacientes.
<<Esse é o passo inicial para que, além do transplante coclear, no futuro possamos fazer o implante de tronco cerebral, que ainda está começando no Brasil>>, ressaltou Cordeiro. A cóclea, também chamada de labirinto, é a estrutura óssea oca em forma de caracol onde são encontradas as células ciliadas, responsáveis em transmitir os impulsos elétricos para o cérebro. Assim, uma lesão nessas células faz com que a pessoa tenha uma perda de audição. Dessa forma, com o implante coclear, eletrodos bipolares serão encaixados na cóclea e vai corresponder a determinadas freqüências auditivas que existem nessa estrutura. Uma vez implantado, o eletrodo será responsável pela transformação do estímulo sonoro em energia elétrica, que passará pelo nervo auditivo até chegar ao cérebro.
Apesar de ser uma iniciativa recente, já existem 2200 pessoas implantadas no Brasil. Porém, a cirurgia não é indicada para todos os tipos de perdas auditivas. Para os pacientes que nascem sem a cóclea ou sem o nervo auditivo, por exemplo, o mais indicado seria o implante de tronco cerebral. Este procedimento tem o mesmo mecanismo do implante de cóclea, porém com o diferencial de levar o estímulo diretamente ao cérebro.
Outras soluções
Existem aproximadamente cinco milhões de brasileiros com alguma perda auditiva. Só os que apresentam a surdez severa e profunda somam 350 mil. Destes, alguns podem passar pelo implante coclear e outras podem conviver normalmente com uma prótese auditiva.
A surdez severa e profunda tem origem genética, traumática ou patológica. É comum, na região norte, casos de pessoas que tiveram meningite ou rubéola, por exemplo, que sofreram alguma perda auditiva. Para auxiliar os pacientes com essas e outras deficiências auditivas, o hospital Bettina oferece vários tratamentos. A timpanoplastia, por exemplo, é o procedimento oferecido para as pessoas que sofreram perfuração na membrana timpânica. Pacientes com o estribo calcificado podem passar pela cirurgia da otoesclerose. Já a cirurgia da mastóide é indicada para pacientes que apresentam um tumor chamado colesteatoma. Somado a esses procedimentos, o hospital firmou um convênio com o Ministério da Saúde com o Programa de Saúde Auditiva, que disponibiliza gratuitamente próteses auditivas aos pacientes.
<<Para nós como seres humanos, a importância desse trabalho é imensurável. Como médicos, é um desejo muito grande de ajudar o próximo. Imagina, por exemplo, estar diante de uma pessoa que tem dificuldades de se inteirar das coisas que acontecem ao seu redor por não conseguir ouvir. Isso é um sofrimento para ela e para as pessoas que a cercam>>, finalizou o coordenador.
Texto: Dandara de Almeida-Assessoria de Comunicação Institucional
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