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Projeto avalia eficiência do curso de Matemática a Distância

<<A avaliação é essencial e inerente à educação, principalmente quando concebida como problematizadora e reflexiva>>. Foi com esse preceito que a Profa. Dra. Sonia de Jesus Nunes Bertolo aceitou, juntamente com professores do curso de Matemática, formular o projeto de pesquisa avaliativa: <<A Formação Universitária no Curso de Matemática a Distância da UFPA: Construindo Elementos para a Avaliação Institucional>>, iniciado em 2007. Um dos objetivos do estudo é <<contribuir com a melhoria da qualidade da formação dos profissionais no curso, assim como identificar a pertinência das atuais atividades acadêmicas desenvolvidas>>, segundo menciona a autora, na apresentação de seu relatório.


 A Profa. Sonia aplicou um questionário para avaliar a percepção de alunos sobre a modalidade de ensino a distância, nos mais de 12 municípios cadastrados. Em um universo de 476 alunos, mais de 53% responderam ao questionário, o que validou os resultados da pesquisa. Segundo a metodologia adotada, foram organizados quatro grupos de alunos, de acordo com dois critérios: condições de acesso ao curso e tempo de permanência na instituição.


Quanto às condições de acesso, os alunos dos diferentes pólos apresentaram quatro diferenciais: os dois primeiros grupos que ingressaram através de uma parceria da UFPA com a Secretaria de Educação do Estado do Pará (SEDUC), um deles destinado aos professores integrantes da rede de ensino público estadual que não possuem o ensino superior; o terceiro composto de aprovados no Processo Seletivo Seriado (PSS); e, o último, de alunos vindos do Pró-licenciatura, projeto no qual o Ministério da Educação (MEC) financia a formação de professores a distância. 


 O perfil do aluno de educação a distância se diferencia bastante do aluno da modalidade presencial, acima de tudo pelas perspectivas de vida e futuro. <<Tradicionalmente os cursos a distância são concebidos para atender a pessoas que se encontram fora da escola, que residem longe dos centros urbanos, ou mesmo a aqueles que trabalham>>, afirma a pesquisadora.


A pesquisa demonstra que a própria modalidade seleciona socialmente o indivíduo que irá ingressar. Por se apresentar como uma proposta de inclusão educacional recente, que se propõe a beneficiar localidades do Estado com difícil ou inexistente acesso à educação, muitos alunos apresentam idade acima de 25 anos, já trabalham e mais de 50% são casados ou possuem união estável.


Recentemente, foram realizados dois encontros estudantis do curso de Matemática a distância. Um realizado em Santarém, entre os dias 07 e 09 de Agosto e outro em Cametá, de 14 a 16 do mesmo mês. <<O objetivo dos encontros foi de integrar os alunos dos diferentes pólos, em diferentes momentos da vida acadêmica de cada um>>, comenta o professor Geraldo Mendes de Araujo, Diretor da Faculdade de Matemática da UFPA.


Em seu estudo, a professora propôs uma maior reflexão das perspectivas didático-pedagógicas do curso, a partir da percepção dos estudantes que vivenciam o processo. Paralelamente a intenção da estudiosa, os eventos que aconteceram no mês de agosto aderiram a mesma proposta: ouvir o alunado. Segundo Geraldo Mendes, <<são os alunos que possuem mais experiência no ensino a distância, já que estamos habituados com a educação presencial e estes estudantes vivem esta realidade>>.

 

Outros resultados


 Outro critério abordado no questionário foi a autoavaliação do aluno. De acordo com as respostas obtidas, constatou-se que a modalidade a distância requer do aluno alguns esforços adicionais, comparado ao ensino presencial. Entre eles, estão: uma maior dedicação aos estudos; as formas que o aluno utiliza para estudar; o nível de interesse do curso; e, as pesquisas que este aluno realiza para enriquecer o aprendizado.

    
Os resultados do questionário demonstram que mais de 50% dos que responderam às perguntas, apresentam o hábito de complementar os estudos por outros meios, como a internet. Entretanto, <<a oferta de cursos a distância em localidades que não possuem condições mínimas de infra-estrutura para o funcionamento dos mesmos, é um ponto de reflexão ao estudo>>, constata Selma Leite. Inicialmente, o curso de Matemática a distância da UFPA foi concebido para funcionar por meio de materiais impressos, tutoria e pelo atendimento via telefone.


Na prática, os alunos dispõem da seguinte dinâmica: recebem material via correio; seguem um roteiro de estudo proposto pelo projeto pedagógico do curso e tiram dúvidas surgidas durante a semana, em aulas presenciais com tutores; as avaliações são presenciais. <<Sinto que estamos aprendendo mais agora, por nossa conta e pela busca de mais materiais, do que quando estudávamos no ensino regular. Hoje, me dedico mais a aprender, porque o conhecimento depende do interesse de cada um>>, comenta Vânia Cristina dos Santos, aluna do curso de Matemática a distancia de Santarém.


Quanto à infraestrutura do curso, de acordo com os alunos que responderam ao tópico, a autora concluiu que ainda não está 100%. Dos elementos avaliados pelos estudantes, estão: instalações físicas pouco favoráveis; acervo disponível nas bibliotecas medianamente atualizado; laboratórios de informática com atendimentos regulares; e, mais de 90% dos alunos responderam ser regular o número de computadores disponíveis.


Vale ressaltar que, em 2007, já foram adquiridos livros, pelo financiamento FINEP, assim como, mais computadores para os laboratórios e, atualmente, está em processo de licitação, pela UFPA, a compra de livros para todos os pólos da UAB da Amazônia, no valor superior a R$4.000 milhões. Os pólos UAB, receberam em 2008, cada um 30 computadores para ficarem conectados em rede.


Já no critério de ensino-aprendizagem, mais de 50% dos alunos consideraram que o conhecimento de matemática e pedagogia adquirido no curso é grande. Outro aspecto favorável à modalidade foi constatado no próprio projeto pedagógico do curso que, segundo 56% dos alunos, favorece aspectos sociais, políticos e culturais de cada pólo.


A primeira turma do curso de Matemática a distância concluirá o curso no 2º semestre de 2008. <<Essa turma que está saindo agora, possui muitos aprovados em concursos públicos. Isso indica que o formato estimula, sobretudo, a independência. Não é fácil romper com o modelo presencial. Então, quem conseguir superar essa dificuldade, certamente vai ser um profissional independente e pra ter sucesso, é um passo>>, conclui o Profº Dr. Geraldo Araújo, diretor da Faculdade de Matemática e coordenador do Programa Pró-Licenciatura – SEED – MEC.


 

Texto: Andréa Mota-Assessoria de Comunicação Institucional

Publicado em: 01.09.2008 16:00