Aumentar o tamanho da fonte   Diminuir o tamanho da fonte
Lista Telefônica E-mail
Facebook Twitter Instagram

Parada GLBT é assunto de pesquisa estatística

O Grupo de Estudos em Pesquisas Estatísticas e Computacionais (GEPEC) e o Laboratório de Sistemas de Informação e Georeferenciamento (LASIG), ambos da UFPA, realizaram mais uma pesquisa amostral durante a VII Parada do Orgulho GLBT, que aconteceu no dia 14 deste mês, em Belém. A iniciativa do GEPEC e do LASIG de estudarem o universo dos gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros começou na Parada do Orgulho GLBT de 2007, dando continuidade este ano.

 

O tema da Parada em 2008 << A eleição é nosso dia: vote contra a homofobia >> não foi o único motivo para o estudo dar uma maior atenção à questão da homofobia. Em Belém, ainda não se tinha uma pesquisa como esta, que abrangesse a temática da violência, como já acontece nas grandes cidades do país. A pesquisa incluiu 400 entrevistados de um total de 400 mil participantes da Parada, com o objetivo de traçar o perfil dos participantes do movimento, além de verificar os principais crimes sofridos pelos homossexuais.

 

Os entrevistados foram abordados em diferentes pontos do evento e responderam a questões pessoais como idade, renda familiar, raça, grau de escolaridade. Quando o assunto foi saúde, por exemplo, os entrevistados disseram se usam ou não camisinha. Abordando assuntos sociais, os pesquisadores perguntaram sobre adoção de criança, participação em movimentos sociais e conhecimentos de projetos de leis que beneficiem a classe GLBT. Somada a esses assuntos, a questão da violência sofrida por eles também foi abordada.

 

Para a coordenadora da pesquisa, a professora Sílvia Almeida, os principais resultados da avaliação deste ano, a serem observados, referem-se ao fato de 48,78% dos GLBT´s  declararem que já  sofreram algum tipo de homofobia. Quanto ao tipo de homofobia, pode-se destacar que 75% dos participantes declararam que sofreram discriminação. Quanto ao tipo de discriminação sofrida, destaca-se que 30,31% dos GLBT´s declararam terem recebido tratamento diferenciado; 18,18% foram excluídos ou marginalizados em ambiente familiar, todos por conta de sua orientação sexual.

 

Sílvia Almeida explicou, ainda, que, tanto em 2007 como em 2008, a maioria dos participantes foi à Parada para se divertir e sempre utiliza preservativos em suas relações sexuais. Com relação a situações de homofobia, o percentual não teve diferença significativa se comparado os dois anos, ficando com percentual próximo de 49%. Dentre os tipos de violências sofridas pelos participantes, a maioria deles sofreu ofensa verbal, ameaça sem ocorrência policial, totalizando 77%. Por outro lado, constatou-se também que a maioria dos participantes, em 2007, não registrou ocorrência policial por achar que não resolveria nada (42%) e, em 2008, o motivo de não registrar a ocorrência policial foi por sofrer discriminação dentro da delegacia.


“A importância geral deste trabalho consiste em contribuir para futuras políticas sociais e de saúde pública, no que se refere aos homossexuais. Além de contribuir para o combate das discriminações e das violências sofridas pela classe GLBT”, ressaltou Sílvia Almeida, avaliando também os benefícios deste trabalho para a comunidade acadêmica. “Além da formação de banco de dados para futuras publicações científicas, tanto na área de estatística quanto nas outras áreas, como, por exemplo, Ciências Sociais, Política, entre outras”, finalizou.


 

Texto: Dandara Almeida - Assessoria de Comunicação UFPA

Foto: Divulgação Google

Publicado em: 24.09.2008 15:49