Organização familiar na Amazônia é tema de trabalhos de iniciação científica
Estudos nas áreas de Antropologia, Arqueologia, História e Sociologia foram apresentados nesta terça-feira, 21, durante o Seminário de Iniciação Científica da UFPA. São trabalhos resultantes de projetos de pesquisa, vinculados ao Programa Integrado de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC)/UFPA, desenvolvidos no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas.Os estudos abordam os mais variados temas, desde a alimentação entre os judeus de Belém até as mulheres remanescentes de quilombolas e suas práticas culturais.
Dentre as pesquisas na área de Antropologia, dois trabalhos mereceram destaque por suas considerações sobre a organização familiar em Belém. <<Formas de família e cuidados com a criança em Belém>> foi o estudo apresentado pela estudante de Ciências Sociais, Daniele Greice Lopes Igreja. Ela explicou que o objetivo principal da pesquisa era identificar a rede de sociabilidade nas famílias de diversas camadas sociais, enfocando o cotidiano e a circulação das crianças nessas famílias. Observou-se que as crianças de camadas mais populares passam muito tempo com as avós maternas, já que as mães precisam trabalhar e que as crianças das camadas médias realizam uma série de atividades durante a semana, como aulas de idiomas, esporte e outros, o que permite a participação de um número maior de atores, sem o vínculo familiar, no seu processo de socialização. <<Vimos que as crianças circulam, convivem, são atendidas e movimentam os adultos em sua direção, sejam pobres, sejam de camadas sociais médias>>, comentou Daniele.
Ainda nessa linha de pesquisa, Luisa Maria Silva Dantas, também de Ciências Sociais, fez a exposição <<Pais ou patrões? Um estudo sobre crias de família na Amazônia>>. A bolsista explicou que o seu objetivo era realizar uma pesquisa sobre as condições das chamadas <<crias de família>>, crianças que geralmente vêm do interior do Estado, mandadas pelos pais que visam a melhores condições de vida para seus filhos, para serem criadas por outras famílias. No entanto a maioria é criada e tratada como empregada doméstica ou babás, sem remuneração legal, tornando-se uma <<cria da casa>>. Quando se tornam adultos, no caso das mulheres, dificilmente conseguem empregos formais e sequer completam os estudos. <<Em Belém, essa é uma prática muito comum. É muito fácil de identificar essa categoria encoberta, disse Luísa, explicando que essas crianças não têm seu papel definido dentro das famílias que lhe acolhem, já que não são consideradas como filhos, na maioria das vezes.
Os dois estudos integram o projeto de pesquisa <<Modos e Modas de Família: configurações, circulação de crianças e adoção na Amazônia>>, coordenado pela Profa. Dra Maria Angélica Motta Maués. O estudo sobre crias da casa será ampliado e irá se tornar o tema do mestrado da estudante Luísa Dantas, porém, com abordagem sobre a relação entre as crias e as matriarcas da família.
As apresentações dos projetos de iniciação científica do IFCH estão acontecendo no Auditório do Instituto até o dia 24 de outubro, sexta-feira.
Texto: Assessoria de Comunicação IFCH
Dentre as pesquisas na área de Antropologia, dois trabalhos mereceram destaque por suas considerações sobre a organização familiar em Belém. <<Formas de família e cuidados com a criança em Belém>> foi o estudo apresentado pela estudante de Ciências Sociais, Daniele Greice Lopes Igreja. Ela explicou que o objetivo principal da pesquisa era identificar a rede de sociabilidade nas famílias de diversas camadas sociais, enfocando o cotidiano e a circulação das crianças nessas famílias. Observou-se que as crianças de camadas mais populares passam muito tempo com as avós maternas, já que as mães precisam trabalhar e que as crianças das camadas médias realizam uma série de atividades durante a semana, como aulas de idiomas, esporte e outros, o que permite a participação de um número maior de atores, sem o vínculo familiar, no seu processo de socialização. <<Vimos que as crianças circulam, convivem, são atendidas e movimentam os adultos em sua direção, sejam pobres, sejam de camadas sociais médias>>, comentou Daniele.
Ainda nessa linha de pesquisa, Luisa Maria Silva Dantas, também de Ciências Sociais, fez a exposição <<Pais ou patrões? Um estudo sobre crias de família na Amazônia>>. A bolsista explicou que o seu objetivo era realizar uma pesquisa sobre as condições das chamadas <<crias de família>>, crianças que geralmente vêm do interior do Estado, mandadas pelos pais que visam a melhores condições de vida para seus filhos, para serem criadas por outras famílias. No entanto a maioria é criada e tratada como empregada doméstica ou babás, sem remuneração legal, tornando-se uma <<cria da casa>>. Quando se tornam adultos, no caso das mulheres, dificilmente conseguem empregos formais e sequer completam os estudos. <<Em Belém, essa é uma prática muito comum. É muito fácil de identificar essa categoria encoberta, disse Luísa, explicando que essas crianças não têm seu papel definido dentro das famílias que lhe acolhem, já que não são consideradas como filhos, na maioria das vezes.
Os dois estudos integram o projeto de pesquisa <<Modos e Modas de Família: configurações, circulação de crianças e adoção na Amazônia>>, coordenado pela Profa. Dra Maria Angélica Motta Maués. O estudo sobre crias da casa será ampliado e irá se tornar o tema do mestrado da estudante Luísa Dantas, porém, com abordagem sobre a relação entre as crias e as matriarcas da família.
As apresentações dos projetos de iniciação científica do IFCH estão acontecendo no Auditório do Instituto até o dia 24 de outubro, sexta-feira.
Texto: Assessoria de Comunicação IFCH
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