Hospital Bettina e Vigilância Sanitária se unem contra surto de úlcera de córnea
O Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza continua a campanha para conscientizar a população paraense sobre os perigos de utilizar lentes de contato sem prescrição médica. O HUBFS se uniu à Vigilância Sanitária e à Secretaria de Saúde do Estado para, juntos, conterem a evolução do quadro preocupante de casos de úlcera de córnea, doença que pode levar até mesmo à cegueira, que já toma proporções de surto epidêmico em Belém. Somente em quatro meses, de julho a outubro, o número de pacientes diagnosticados com a doença, atendidos no Hospital Universitário, cresceu de oito para 30 casos.
De acordo com a médica oftalmologista Paula Renata Caluff, responsável pelo setor de Córnea e Doenças Externas do Hospital Bettina Ferro, que recebeu a imprensa em uma entrevista coletiva para falar do assunto nesta quinta-feira, 23, o quadro é preocupante, pois os diagnósticos feitos no Hospital Universitário somam-se aos registrados nos consultórios particulares na grande Belém, o que, certamente, aumenta o número de casos da doença. A úlcera de córnea é uma lesão na superfície do globo ocular capaz de provocar infecção de alto grau e deixar seqüelas irreversíveis na visão do paciente afetado. “Dentre os casos atendidos no Bettina, de julho para cá, mais de 50% dos afetados pela doença ficaram com limitação na visão”, explicou a especialista.
O HUBFS é referência nacional em tratamentos oftalmológicos, em especial no tratamento da úlcera de córnea. Cerca de 80% dos pacientes que procuram o atendimento na instituição conseguem se curar definitivamente da doença, porém as seqüelas são inevitáveis. “Esses pacientes, provavelmente, terão de usar óculos ou lentes de contato rígidas e, em alguns casos, até mesmo necessitar de transplante de córnea no futuro”, alertou a médica Paula Caluff.
O que mais preocupa a comunidade acadêmica é que tal surto estaria ocorrendo por irresponsabilidade dos próprios pacientes, os quais utilizam lentes de contato para fins estéticos, como as coloridas e gelatinosas, e sem a prescrição médica, além, é claro, da ousadia das próprias óticas e de outros estabelecimentos que vendem o produto como quem vende um acessório de beleza. Dos casos atendidos no Bettina, por exemplo, dez pacientes adquiriram as lentes em óticas, nove compraram de conhecidos, um adquiriu o produto em feira livre, cinco, com vendedores ambulantes e outros cinco compartilharam as lentes com amigos ou parentes.
Tais dados chamaram a atenção da Vigilância Sanitária, a qual se prontificou em assumir esse grande desafio de intensificar a fiscalização sobre a venda de lentes de contato em óticas e outros estabelecimentos autorizados ou não. “A lei dispõe que tal produto seja vendido apenas com prescrição médica, caso contrário tal ação consiste em infração sanitária, exigindo aplicação de penalidades que vão desde advertência até multas e interdição do estabelecimento”, explicou Carlos Natanael, chefe da Divisão do Exercício Profissional da Vigilância Sanitária.
A úlcera de córnea tem como sintomas irritação no globo ocular, vermelhidão, sensação de corpo estranho nos olhos, intolerância ao uso da lente, ocorrência de secreção, lacrimejamento e visão turva. A recomendação médica para se evitar a doença é ter o cuidado de analisar a qualidade e a procedência do produto a ser adquirido, além, é claro, de consultar o médico oftalmologista antes de adquirir o produto, pois as lentes de contato devem ser adaptadas não só em função do grau e tipo de deficiência visual de cada paciente, mas também pelo formato e curvatura dos olhos, mesmo as que tenham apenas finalidade estética. “O que a população deve se questionar é até que ponto a vaidade vale a pena”, concluiu Paula Caluff.
Texto: Jéssica Souza – Assessoria de Comunicação Institucional UFPA
Foto: Mácio Ferreira
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