Políticas de migração, dinâmica populacional e perfil de imigrantes são temas que comporão o debate do Seminário Internacional sobre Migração Internacional na Pan-Amazônia. O evento, que acontece nos dias 13 e 14 de novembro, no Hotel Sagres, é promovido pelo Projeto Meio Ambiente, População e Desenvolvimento da Amazônia (MAPAZ). O objetivo é agregar estudos desenvolvidos nos países da chamada Grande Amazônia (Pan-Amazônia) sobre o tema.

Desenvolvido no Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, desde 2000, o MAPAZ atua em parceria com o Programa de Cooperação Sul-Sul para o Ecodesenvolvimento e tem apoio do CNPq, UNESCO e do Programa de Atividades de Cooperação em Ciência e Tecnologia (PROSUL), do Ministério de Ciência e Tecnologia do Brasil.

Peru, Bolívia, Equador, Venezuela, Brasil, Colômbia, Suriname, Guiana e Guiana Francesa, países integrantes da Grande Amazônia,  convivem com o significativo aumento de imigrantes de países vizinhos em seu território. Segundo o Prof. Luis Eduardo Aragón, coordenador do MAPAZ/NAEA, estudos sobre o tema promovem o conhecimento sobre o processo, que é cotidiano, e que modificam a dinâmica de regiões próximas às fronteiras dos países envolvidos.

O também coordenador da Cátedra UNESCO de Cooperação Sul-Sul para o Desenvolvimento Sustentável, Luis E. Aragón, explica que são vários os motivos que fazem os migrantes atravessarem a fronteira. Na Colômbia, por exemplo, muitos são refugiados das FARC. Outros migram em busca de melhores condições de vida, mas acabam encontrando condições de trabalho precárias e optam pelo trabalho informal.

Dentro do MAPAZ, a concluinte Iranilda Silva Moraes, do curso de Geografia, direcionou seus estudos à situação da Amazônia brasileira. “O censo mostra um grande número de imigrantes portugueses e japoneses na Amazônia, reflexo de uma dinâmica do século passado de estimulo a imigração dos mesmos. Por outro lado, percebemos na atualidade um aumento na migração de países vizinhos para o Brasil”. A bolsista do projeto também aponta as possíveis causas do aumento, dentre eles estão: questões econômicas, na busca por uma melhor qualidade de vida; questões políticas, como no caso dos refugiados e indocumentados; etc.

“O estado do Amazonas é destaque nisso. Além de possuir a maior diversidade de imigrantes, ou seja, ele possui imigrantes de quase todos os países, ele tem o maior volume, que é favorecido pela faixa de fronteira, que é maior do país. A dificuldade de penetração na floresta amazônica impossibilita um regular controle e vigilância, permitindo as entradas”, comenta Iranilda.

Além dos estudos de Iranilda, o MAPAZ desenvolve outros estudos sobre dinâmica populacional e as implicações na realidade amazônica. Outras universidades do Brasil e dos demais países da Pan-Amazônia investigam temas relacionados. Dentro da programação, o Seminário propõe a reflexão sobre as realidades de cada país, nos debates sobre Amazônias Nacionais; as implicações ambientais da migração, as políticas de cooperação internacional, dentre outros pontos de discussão oriundos do assunto.

Serviço:

Seminário Internacional de Migração Internacional na Pan-Amazônia

Data: 13 e 14 de Novembro

Local: Hotel Sagres

Hora: dia 13 (9h às 18h) e 14 (9h às 19h)

Valor: R$ 20,00

Texto: Andréa Mota – Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA

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