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Nova marca da mais tradicional faculdade de Engenharia do Pará

Quem observa Belém num vôo baixo de avião não tem dificuldade de perceber a atuação na cidade dos engenheiros formados na atual Faculdade de Engenharia Civil - FEC, da UFPa. Uma parte da atuação deles consistiu em introduzir na paisagem da capital do Pará, a partir dos anos de 1940, os prédios altos, que hoje se destacam em qualquer imagem panorâmica dela. Estes prédios eles aprenderam a construir com Angenor Porto Penna de Carvalho, ex-aluno de Antônio Alves Noronha, um dos mais brilhantes calculistas da História da Engenharia Brasileira, na Escola Politécnica do Rio de Janeiro.


Numa das primeiras turmas da faculdade – na época, Faculdade de Engenharia do Pará - formou-se Camilo Porto de Oliveira. Mais tarde, Camilo se tornou o professor de Desenho da própria instituição. Habituado a desenhar edificações, ele ajudou a criar a Faculdade de Arquitetura da UFPa, a primeira do Pará, da qual ele se tornaria aluno. Formado, Camilo trouxe para Belém suas primeiras construções modernista, estilo dentro do qual ele construiu mais de cem casas.


De muitas outras maneiras a Faculdade deixou suas marcas em Belém. E não só através de seus professores e alunos. Um de seus primeiros diretores – Francisco Bolonha – construiu o palacete e a vila que levam o nome dele, além de outras das mais belas edificações da cidade.


Além disto, a faculdade, quando já havia completado 26 anos de funcionamento, juntou-se a outras poucas unidades isoladas de ensino superior existentes em Belém, em 1957, para dar origem à UFPa. Na UFPa, desdobrou-se em outras faculdades de Engenharia, nove das quais compõem o atual Instituto de Tecnologia.


Alunos da FEC se tornaram secretários estaduais e municipais de obras. Um, Fernando Guilhon, governou o Pará.


Hoje a FEC é classificada com quatro estrelas pelo Guia de Estudantes, da Editora Abril. Tem 800 alunos apenas em Belém, e, multiplicou-se, pois deu origem aos cursos de Engenharia Civil de Tucuruí, e, de Parauapebas. Além disto, mantém um curso de mestrado, com várias equipes de pesquisadores. Uma delas, a do Núcleo de Instrumentação e Computação Aplicada à Engenharia, realizou, em 2006, em Belém um congresso internacional que envolveu 1.119 pesquisadores. 


A identidade histórica e social da FEC, portanto, firmou-se ao longo dos seus 77 anos de funcionamento. Neste período ela permanece, há mais de meio século, na condição de instituição na qual ensino técnico superior de qualidade é oferecido gratuitamente aos jovens do Pará. Esta identidade, agora, passa a ter, também, uma expressão visual.


O processo de criação da identidade visual da FEC foi longo, trabalhoso e complexo. Envolveu um levantamento das marcas de faculdades de Engenharia Civil em vários estados do Brasil, nos Estados Unidos e na Europa. Depois, foram desenvolvidas quase duas dezenas de marcas figurativas, abstratas e tipográficas, num longo e exaustivo processo de criação na área de Design Visual.


Estas marcas foram submetidas à escolha dos professores e alunos, presentes à reunião do colegiado da FEC, no início de outubro de 2008. O colegiado, por maioria absoluta, escolheu uma marca de caráter abstrato, que lembra as abôbadas das igrejas de Belém, e, coloca a FEC ao lado de outros cursos, com marcas igualmente abstratas, como os do  Instituto Superior de Engenharia, de Coimbra, em Portugal, e, do Instituto Tecnológico de Massachusetts, nos Estados Unidos.


Todo o processo de criação da identidade visual da FEC foi executado pela designer paulistana Daniela Vianna Coimbra, por encomenda do diretor da faculdade, Prof. Dr. Bernardo Borges Pompeu. Daniela estudou Design na Escola Superior de Disseny, da Universitat Ramon Llull, em Sabadell, na Espanha. E fez pós-graduação em Produção Gráfica na Universidad Autónoma de Barcelona, cidade onde preparou a programação visual do livro “Sin tu latido” do poeta Eduardo Cassano, publicado pela Grafein Ediciones.   
    

Texto: Oswaldo Coimbra - Professor da Faculdade de Engenharia Civil

Publicado em: 31.10.2008 12:35