Em Soure, Vila do Pesqueiro será alvo de projeto de turismo sustentável
Texto: Alan Araguaia, estagiário da Agência de Notícias da UFPA
Imagem: www.pa.gov.br
O arquipélago do Marajó, no norte do Pará, é uma das regiões mais pobres do estado, apesar de ser bastante explorada pelo turismo ecológico, recebendo turistas do mundo inteiro. As agências turísticas oferecem aos seus clientes pacotes completos com hospedagem, alimentação e passeios programados, excluindo os habitantes das ilhas da cadeia produtiva do turismo na região. Atentos para essa situação, estudantes e professores do curso de Turismo da UFPA, no campus universitário de Soure, um dos municípios mais procurados do Marajó, realizaram, no mês de fevereiro, a II Semana Acadêmica do curso, com o tema “O desenvolvimento do turismo sustentável com base comunitária no arquipélago do Marajó”. O evento contou com a explanação de pesquisadores, amostras de artesanato, intervenções de representantes da sociedade, como prefeitura, associações de artesãos e de pescadores. O objetivo da programação foi oportunizar a integração da academia com a comunidade local. “Tivemos em torno de 160 pessoas inscritas, sendo que 60% eram da comunidade externa à universidade”, conta a professora Sílvia Helena Cruz, coordenadora do curso de Turismo.
A II Semana Acadêmica inaugurou um processo de mudanças no curso de Turismo de Soure, que a partir de 2005 terá ênfase em ecoturismo. O curso estabeleceu como sua missão desenvolver um turismo voltado para a melhoria da qualidade de vida das comunidades do Marajó. Um exemplo prático dessa tendência é o projeto de extensão coordenado por Sílvia Helena, intitulado “O planejamento do turismo sustentável e com bases comunitárias na Reserva Extrativista Marinha de Soure/Vila do Pesqueiro”, que teve início no segundo semestre do ano passado.
A Praia do Pesqueiro é uma das mais belas e visitadas do Marajó, virtudes que, no entanto, não se transformam em geração de emprego e renda para os habitantes da vila, que tiram o seu sustento da pesca. O ramo turístico está concentrado nas mãos de empresários, que geralmente nem são da região. “A verdade é que os moradores do Pesqueiro estão alijados do processo de desenvolvimento”, comenta Sílvia Helena.
O projeto de extensão visa trabalhar na organização dessas pessoas para se traçar um plano local de desenvolvimento turístico da vila. Isso implica em capacitação para o gerenciamento do turismo, condição fundamental para a auto-sustentabilidade. Estão programadas atividades para o ano todo, que consistirão inicialmente em reuniões para fortalecer a organização local em associações. “Agora, é claro que não se trata de desenvolver qualquer turismo, porque isso não interessa para eles”, ressalta a professora. As inserções da comunidade no turismo serão pautadas pela preservação do modo de vida tradicional, para evitar que o ambiente da vila se polua. A metodologia do projeto é inspirada nos conceitos de turismo sustentável da World Wide Forum (WWF), aplicados internacionalmente.
A idéia do projeto de extensão surgiu quando Sílvia Helena estava trabalhando em sua dissertação de mestrado, na Vila do Pesqueiro. Observando o contraste entre a extrema pobreza da vila e o fluxo turístico na praia, a pesquisadora constatou que o meio acadêmico poderia contribuir para mudar o quadro. Professores e estudantes do curso de Turismo foram mobilizados para se engajar em um projeto de turismo sustentável para a área. Quando a experiência estiver amadurecida na comunidade do Pesqueiro, a intenção dos membros do projeto é estender às outras comunidades que compõem a Reserva Extrativista Marinha de Soure, que passam pelos mesmos problemas. “Nossa pretensão é audaciosa. Por isso, não bastará que a universidade se envolva, é necessário que outras esferas da sociedade, como o governo, estejam de acordo e colaborem com a implantação do turismo sustentável”.
Imagem: www.pa.gov.br
O arquipélago do Marajó, no norte do Pará, é uma das regiões mais pobres do estado, apesar de ser bastante explorada pelo turismo ecológico, recebendo turistas do mundo inteiro. As agências turísticas oferecem aos seus clientes pacotes completos com hospedagem, alimentação e passeios programados, excluindo os habitantes das ilhas da cadeia produtiva do turismo na região. Atentos para essa situação, estudantes e professores do curso de Turismo da UFPA, no campus universitário de Soure, um dos municípios mais procurados do Marajó, realizaram, no mês de fevereiro, a II Semana Acadêmica do curso, com o tema “O desenvolvimento do turismo sustentável com base comunitária no arquipélago do Marajó”. O evento contou com a explanação de pesquisadores, amostras de artesanato, intervenções de representantes da sociedade, como prefeitura, associações de artesãos e de pescadores. O objetivo da programação foi oportunizar a integração da academia com a comunidade local. “Tivemos em torno de 160 pessoas inscritas, sendo que 60% eram da comunidade externa à universidade”, conta a professora Sílvia Helena Cruz, coordenadora do curso de Turismo.
A II Semana Acadêmica inaugurou um processo de mudanças no curso de Turismo de Soure, que a partir de 2005 terá ênfase em ecoturismo. O curso estabeleceu como sua missão desenvolver um turismo voltado para a melhoria da qualidade de vida das comunidades do Marajó. Um exemplo prático dessa tendência é o projeto de extensão coordenado por Sílvia Helena, intitulado “O planejamento do turismo sustentável e com bases comunitárias na Reserva Extrativista Marinha de Soure/Vila do Pesqueiro”, que teve início no segundo semestre do ano passado.
A Praia do Pesqueiro é uma das mais belas e visitadas do Marajó, virtudes que, no entanto, não se transformam em geração de emprego e renda para os habitantes da vila, que tiram o seu sustento da pesca. O ramo turístico está concentrado nas mãos de empresários, que geralmente nem são da região. “A verdade é que os moradores do Pesqueiro estão alijados do processo de desenvolvimento”, comenta Sílvia Helena.
O projeto de extensão visa trabalhar na organização dessas pessoas para se traçar um plano local de desenvolvimento turístico da vila. Isso implica em capacitação para o gerenciamento do turismo, condição fundamental para a auto-sustentabilidade. Estão programadas atividades para o ano todo, que consistirão inicialmente em reuniões para fortalecer a organização local em associações. “Agora, é claro que não se trata de desenvolver qualquer turismo, porque isso não interessa para eles”, ressalta a professora. As inserções da comunidade no turismo serão pautadas pela preservação do modo de vida tradicional, para evitar que o ambiente da vila se polua. A metodologia do projeto é inspirada nos conceitos de turismo sustentável da World Wide Forum (WWF), aplicados internacionalmente.
A idéia do projeto de extensão surgiu quando Sílvia Helena estava trabalhando em sua dissertação de mestrado, na Vila do Pesqueiro. Observando o contraste entre a extrema pobreza da vila e o fluxo turístico na praia, a pesquisadora constatou que o meio acadêmico poderia contribuir para mudar o quadro. Professores e estudantes do curso de Turismo foram mobilizados para se engajar em um projeto de turismo sustentável para a área. Quando a experiência estiver amadurecida na comunidade do Pesqueiro, a intenção dos membros do projeto é estender às outras comunidades que compõem a Reserva Extrativista Marinha de Soure, que passam pelos mesmos problemas. “Nossa pretensão é audaciosa. Por isso, não bastará que a universidade se envolva, é necessário que outras esferas da sociedade, como o governo, estejam de acordo e colaborem com a implantação do turismo sustentável”.
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