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UFPA lança campanha de preservação do patrimônio público

Texto: Fabrício Mattos, estagiário da Agência de Notícias da UFPA
Foto: João Sérgio

 

       Baseado no que se pode chamar de escutas, ou seja, pequenos questionários e entrevistas, a Oficina de Criação do curso de Comunicação Social da UFPA produziu o material da campanha “Patrimônio público é patrimônio meu”, que tem parceria do Banco da Amazônia (Basa) e da Associação de Amigos da UFPA. A campanha foi lançada oficialmente nesta segunda-feira (28 de fevereiro), na reunião do Conselho Administrativo Superior (CAS). “A campanha pretende conscientizar principalmente os alunos da UFPA, mas também professores e servidores. Queríamos ver o que eles achavam que era patrimônio público, por que preservá-lo e o que eles achavam que era mais depredado. Vimos, através das escutas, o que podia melhor chamar a atenção desse público”, afirma Káyra Matos, bolsista da Oficina de Criação.
       A campanha vai se prolongar durante todo o ano, com uso de cartazes e adesivos, por exemplo, tanto no campus e prédios da universidade na capital quanto nos campi do interior. Ao longo desse período, a campanha assumirá diferentes enfoques, ou cinco diferentes abordagens (um tema geral e quatro temas específicos). A primeira fase acontece nos meses de março e abril, com a temática geral. Depois, deslancham os subtemas. Em maio, preservação do meio ambiente. Em junho, instalações físicas. Em setembro, memória e acervo. Em novembro, máquinas e equipamentos. “Estes foram os pontos em que nós verificamos que há mais degradação na UFPA, por isso vamos desenvolver um trabalho específico para eles”, explica Káyra.
       Em reunião com a administração superior da universidade e representantes de categorias da comunidade acadêmica, o secretário de Ensino Superior do Ministério da Educação (MEC), Nelson Maculan, falou sobre a reforma universitária, as propostas do Governo Federal para as instituições de ensino superior e fechou convênios com a UFPA. Quando perguntado sobre a campanha de preservação, Nelson disse que gostou “muito desta iniciativa da UFPA, porque me parece que tudo o que é publico não é de ninguém. Vejo pessoas que usam áreas públicas e abusam das mesmas. Raramente há uma defesa do patrimônio”.
       O problema do patrimônio público no Brasil, segundo o reitor Alex Fiúza de Mello, passa pelo patrimonialismo e por uma visão equivocada da população em relação ao Estado. “Sempre a população viu o Estado como propriedade privada de quem está no Estado. Olha as coisas do Estado como do outro. Não. O que está no Estado é meu, porque é público. Isso é muito claro para os povos europeus, por exemplo. A universidade não é do reitor, nem do presidente da república. A universidade é da sociedade, é nossa. Isso aqui é dinheiro nosso, coletado em impostos. Temos uma Oficina de Criação no curso de comunicação, então lancei este desafio: como comunicar isto aos estudantes? São com os nossos próprios desafios que resolvemos internamente a universidade”, defende o cientista político.

Publicado em: 01.03.2005 16:04