Reflexões sobre a morte abrem programação da 7ª JEPEHA
A 7ª Jornada de Estudos e Pesquisas sobre Envelhecimento Humano na Amazônia abriu suas atividades, nesta terça-feira (25), com uma discussão, à primeira vista fúnebre, sobre a morte. Ministrado pelo Prof. Dr. Wildoberto Batista Gurgel, da Universidade Federal do Maranhão, o minicurso “Introdução Geral à Tanatologia” pretendeu quebrar barreiras e preconceitos no tratamento de um fato inevitável, que precisa ser refletido e trabalhado socialmente: o fim da existência.
Tanatologia é o estudo sobre a morte de forma interdisciplinar. O minicurso, neste sentido, buscou sensibilizar profissionais de várias áreas sobre a educação para a morte. Médicos, Psicólogos, Assistentes Sociais e Educadores, que lidam diretamente com a morte, precisam ter habilidades de conviver com tal situação, para que não se sintam frustrados quando da perda de um paciente.
Outros objetivos do evento foram despertar debates sobre o tema, a fim de que as pessoas encarem-no com mais naturalidade e divulgar a existência de políticas públicas específicas para moribundos. “Essas políticas que geram direitos sociais aos doentes ainda são desconhecidas pela maioria da população. Por exemplo, um paciente com câncer pode pedir aposentadoria, isenção do imposto de renda, pode comprar o seu carro com a isenção de alguns impostos”, revela o Prof. Wildoberto.
Além dos direitos assegurados pelo Estado, há outras vantagens em estar prestes a morrer, segundo o estudioso: “Existem vantagens psíquicas: por exemplo, você pode confessar segredos que guardou para a hora da morte. Vantagens espirituais: pedir perdão e perdoar. Sociais: fazer aquela viagem que você sempre planejou, mas nunca conseguiu. E existem vantagens, sobretudo, humanas: aprender a morrer é aprender a viver”, acredita.
Diga-me em que Estado vives e te direi de que forma morrerás
Wildoberto Gurgel é filósofo e dedica grande parte de seus estudos para refletir sobre o sentido da morte e a melhor forma de lidar com ela. Dentre seus trabalhos, escreveu o livro “Direitos Sociais dos Moribundos”, em que defende a seguinte teoria: para cada modelo de Estado, existe uma forma de morte. “No Estado pré-capitalista, as pessoas morriam em casa, sendo assistidas, no máximo, por um padre. Já na sociedade industrial, as pessoas vão morrer no hospital, cercada de médicos, aparelhos. E no Estado neoliberal, a iniciativa privada cuida da saúde das pessoas”, explica o professor.
Ele analisa o caso do Brasil como sendo uma fusão de sociedade industrial e neoliberal, em que resulta em duas realidades principais: ou se morre no hospital público ou no privado. “Sem contar aquelas mortes severinas, em condições indignas, debaixo de pontes ou em corredores de hospital lotados”, acrescenta.
A programação da 7ª Jornada de Estudos e Pesquisas sobre Envelhecimento Humano na Amazônia se estende até o dia 28 de novembro e contará, ainda, com palestras e exposições de pesquisas realizadas na UFPA.
Serviço:
7ª Jornada de Estudos e Pesquisas sobre Envelhecimento Humano na Amazônia
até 28 de novembro de 2008
Mais informações: (91) 3201-7219 (9h às 13h) ou jepeha2008@yahoo.com.br
Texto: Suzana Lopes - Assessoria de Comunicação Institucional
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