Representantes da Universidade Federal do Pará e do Centro de Instrução Almirante Braz de Aguiar (CIABA) reuniram-se na tarde da última quarta-feira, 26, para tratar questões referentes ao programa institucional “Campus Flutuante” – Estudos Geo e Bioculturais da Amazônia, coordenado pela Profa. Dra. Maria do Socorro Simões. A reunião foi sugerida pelo comandante do CIABA, Cezar Castro, capitão de Mar-e-Guerra do Pará, que, na ocasião, ofereceu navios, um em particular, e lanchas do órgão para comportar atividades do Programa.

O Campus Flutuante é um programa de ensino, pesquisa e extensão que surgiu como desmembramento do projeto IFNOPAP (O imaginário das formas narrativas orais populares da Amazônia paraense), do Instituto de Letras e Comunicação da UFPA, coordenado pela profa. Socorro Simões, desde 1994. Do projeto que colhia histórias sobre mitos amazônicos, por meio de expedições realizadas nos rios do interior do Estado, nasceu o ímpeto de fazer mais: “incentivar o desenvolvimento de competências com vistas à produção de conhecimento e a melhoria do padrão de vida das populações ribeirinhas da Amazônia paraense através de ações acadêmicas voltadas para a formação e qualificação de recursos humanos, desenvolvidas no próprio barco de viagem”, explica Socorro. Assim, o barco utilizado antes, apenas como meio de transporte, se tornaria, então, um verdadeiro Campus Flutuante.

A idéia foi tão bem aceita que, de imediato, recebeu o apoio do Corpo de Bombeiros Militar do Pará, por meio da assinatura de um convênio de parceria estabelecido com a UFPA, o qual disponibilizou totalmente, para o desenvolvimento do Programa, o navio Grão Pará.

Na reunião desta quarta-feira, 26, o assunto discutido foi a proposta de assinatura de um segundo convênio de parceria, dessa vez, entre a UFPA e o CIABA. Na ocasião, o Reitor da Universidade, Alex Bolonha Fiúza de Mello, e a profa. Socorro Simões apresentaram o projeto ao capitão Cezar Castro e aos demais presentes.

Recursos

O programa Campus Flutuante já tem todas as condições para entrar em ação, uma vez que possui a infra-estrutura física e a equipe multidisciplinar de profissionais dispostos a trabalhar na elaboração de cursos, oficinas e palestras levadas, via rio, até as comunidades mais distantes da capital Belém, onde fica sediado o Campus principal da UFPA, em especial no Marajó.

No entanto, a Instituição ainda aguarda a disponibilização dos recursos orçados pelo Ministério do Planejamento em 1,3 milhão de reais necessários para adaptar o navio Grão Pará ou qualquer outro destinado às atividades do programa, para comportar laboratórios de pesquisa e salas de aula adequadas para o atendimento aos ribeirinhos.

Enquanto essa verba não chega, o programa desenvolve ações como o evento “Inclusão digital: educação, cultura e ciência em comunidades ribeirinhas”, que ocorre nestas quinta e sexta-feira, dias 27 e 28, na Ilha das Onças – Rio Guamá. Em parceria com a Secretaria de Educação do Estado do Pará (SEDUC), o programa Campus Flutuante promoverá ampla programação com minicursos e oficinas relacionadas ao tema da Inclusão Digital, acessibilidade, linhas de crédito para agricultura familiar, educação ambiental, cuidados e prevenção a acidentes domésticos, além de ações de saúde de prevenção do câncer uterino, prevenção e tratamento do diabetes, prevenção e controle de verminoses intestinais, escovódromo, restaurações e extrações dentárias, orientação sexual e reprodutiva, álcool e drogas, segurança alimentar e nutricional, assistência ao cidadão - emissão de certidão de nascimento, que envolverão estudantes de cinco escolas da rede pública de ensino do município de Barcarena e a comunidade local da Ilha das Onças.

“A intenção é aproveitar a dimensão hídrica da biodiversidade amazônica para expandir o conhecimento científico e a dignidade humana às populações ribeirinhas”, conclui a coordenadora Socorro.

Para mais informações: (091) 3201-7629.  

     
Texto: Jéssica Souza – Assessoria de Comunicação Institucional UFPA

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