Grupo realiza pesquisas sobre infância e adolescência
Quem não se encanta ou se enche de esperança ao ver uma criança? Essa fase da vida é um momento de aprendizagem, diversão e crescimento... Mas não é essa a realidade que muitas crianças do nosso Estado estão vivendo. Prostituição infantil, trabalho doméstico, abandono são algumas das mazelas que jovens e crianças têm enfrentado atualmente. Estudos mostram que, no Pará, mais de 25 mil crianças estão envolvidas com o trabalho infantil doméstico. Cerca de 90 a 95% são crianças ou adolescentes do sexo feminino.
Disposto a estudar, pesquisar e realizar experiências de trabalho relacionadas à temática da infância e adolescência, a fim de contribuir para o conhecimento e denúncia dos abusos que crianças e adolescentes vêm passando, o Grupo de Estudos e Pesquisa da Infância e Adolescência (GEPIA) vem desenvolvendo trabalhos na área, desde 1999, coletando depoimentos e experiências da população amazônica, principalmente, os dos ribeirinhos.
Em um dos estudos realizados, a equipe de pesquisadores foi até o município de Abaetetuba e lá verificou diversos casos de mães que entregam suas filhas a casais bem- apessoados para trabalharem como domésticas ou babás, acreditando que continuarão a manter contato com as meninas ou que elas retornarão para casa. Fato corrente no interior do Estado que denuncia o abandono em que muitas famílias se encontram. Segundo Maria Luiza Lamarão, a presença dos pesquisadores no município, aplicando questionários e suscitando a reflexão dessas mães, trouxe benefícios para a comunidade. “Só o fato de a gente perguntar já despertou o interesse para que elas procurassem saber onde estão suas filhas”, assegura a professora, que é também uma das coordenadoras do grupo.
Durante a realização da pesquisa, a pesquisadora identificou um fato importante: “Eu não percebi sinal de comida em algumas casas, até o meio dia e eu pensava: ‘não estou vendo panela, onde essas crianças vão comer?’”.
O GEPIA é referência, na Amazônia, nos estudos sobre a infância e adolescência. Em Soure e Salvaterra, região onde é grande o número de meninas mandadas para a capital, o grupo tem apoio do Campus da UFPA e da prefeitura municipal. O grupo também trabalha com outros temas, como educação, repetência escolar, violência infantil e outros que contribuem para a construção da reflexão acadêmica, para a coleta de dados e, principalmente, para o conhecimento de problemas existentes em nosso Estado.
Serviço:
O GEPIA funciona na sala do Curso de Mestrado em Serviço Social no ICSA.
Qualquer pessoa tem acesso às pesquisas, publicações, livros e outros trabalhos realizados pelo grupo.
O horário de funcionamento é das 8 às 18h . Falar com Boaventura ou Tainá.
Mais informações pelo fone: (91) 3201-8061
Texto: Raphael Freire – Assessoria de Comunicação da UFPA
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