Novas tecnologias aliadas ao ensino e aprendizagem da literatura
Texto: Alan Araguaia, estagiário da Agência de Notícias da UFPA
Textos literários e científicos dificilmente encontrados nas bibliotecas em breve estarão disponíveis na internet para consultas e downloads. Essa é a principal proposta do projeto Multiletras, da pós-graduação em Letras da UFPA. O projeto, financiado pelo Proint, tem como filosofia aliar as novas tecnologias ao ensino e aprendizagem de literatura. “A idéia é disponibilizar tanto os textos canônicos, aqueles com alto grau de reconhecimento pelo público leitor, quanto os pouco difundidos”, explica a professora Socorro Simões, coordenadora do projeto. Acontece hoje e amanhã (29 e 30 de abril) no auditório do Capacit, o I Seminário Multiletras, primeiro momento do projeto com o público, com uma conferência, mesas-redondas e mini-cursos. O evento é direcionado aos alunos e professores do curso de Letras. “Temos uma proposta de um seminário maior para o fim do ano, aberto ao público geral”.
Participaram da mesa de abertura a diretora do Centro de Letras e Artes (CLA), Célia Macedo de Macedo, o diretor do Proint, Licurgo Brito, o vice-coordenador do projeto Multiletras, Silvio Holanda, e Socorro Simões. Silvio Holanda lembrou que “um ponto vital do projeto é que ele poderá ser acessado também por pessoas que não fazem parte da comunidade acadêmica e alcançará os campi do interior, onde sabemos que há uma grande carência desse tipo de ação”. Licurgo Brito disse que a UFPA pratica um esforço enorme ao financiar projetos vindos da comunidade acadêmica em tempos de dificuldades orçamentárias nas universidades públicas. “Mas hoje há uma consciência da importância desse programa, por conta de projetos como o Multiletras. Quando se divulga esse tipo de ação, se torna mais fácil conseguir os recursos”, completou o diretor do Proint.
A primeira mesa-redonda, ocorrida na manhã de sexta (29), tratou do tema “Literatura e interdisciplinaridade”, e contou com as presenças do diretor da Biblioteca Pública Arthur Vianna, Osmar Arouck, e das professoras Germana Sales e Josebel Fares, da UFPA e da Universidade do Estado do Pará (Uepa), respectivamente. Arouck apresentou os princípios da biblioteca pública e o projeto “Ler e Reler Vestibular”, promovido desde 2003. “Fazer com que o leitor se envolva com o livro é um princípio básico da biblioteca. A função do bibliotecário é facilitar o acesso”, defendeu. A sua posição coincide com a de Germana Sales: “Nas salas de leitura não é permitido aos alunos ver os livros, tocar, cheirar, criar intimidade. O afastamento contundente remete à proibição”. A pesquisadora lembrou que em situações de repressão e autoritarismo as bibliotecas são uns dos primeiros alvos. “Assim foi com a Inquisição, Hitler, na Alemanha, e o AI-5, no Brasil, que em vinte anos censurou quinhentos livros, metade dos queimados pela Igreja em seis séculos de Inquisição”.
Josebel Fares tratou da inserção da literatura no mundo das artes. Comparando com as artes plásticas, as cênicas e a música, Josebel conclui que a literatura, ao utilizar a palavra como matéria-prima, é a arte que dá conta de todas as outras formas de expressão. “Porque ela é movimento, forma e som. Apesar disso, a literatura só passou a ser considerada como arte há pouco tempo, por causa de uma militância nossa”. Ao falar do projeto “Ler e Reler Vestibular”, Osmar Arouck deu exemplos práticos da relação da literatura com as outras artes. Ele relatou que o projeto tem atividades com cinema, teatro, música e exposições. “A intenção é envolver mais o estudante com a literatura, não tornar a leitura do livro mais fácil”. Arouck discorda dos que dizem que o projeto funciona como “dicas do vestibular”: “O rito do vestibular assume um papel secundário. O que temos é um espaço para celebrar a literatura”.
A programação do I Seminário Multiletras segue com os mini-cursos e outras mesas-redondas até este sábado, sempre no prédio do Capacit, campus universitário do Guamá.
Textos literários e científicos dificilmente encontrados nas bibliotecas em breve estarão disponíveis na internet para consultas e downloads. Essa é a principal proposta do projeto Multiletras, da pós-graduação em Letras da UFPA. O projeto, financiado pelo Proint, tem como filosofia aliar as novas tecnologias ao ensino e aprendizagem de literatura. “A idéia é disponibilizar tanto os textos canônicos, aqueles com alto grau de reconhecimento pelo público leitor, quanto os pouco difundidos”, explica a professora Socorro Simões, coordenadora do projeto. Acontece hoje e amanhã (29 e 30 de abril) no auditório do Capacit, o I Seminário Multiletras, primeiro momento do projeto com o público, com uma conferência, mesas-redondas e mini-cursos. O evento é direcionado aos alunos e professores do curso de Letras. “Temos uma proposta de um seminário maior para o fim do ano, aberto ao público geral”.
Participaram da mesa de abertura a diretora do Centro de Letras e Artes (CLA), Célia Macedo de Macedo, o diretor do Proint, Licurgo Brito, o vice-coordenador do projeto Multiletras, Silvio Holanda, e Socorro Simões. Silvio Holanda lembrou que “um ponto vital do projeto é que ele poderá ser acessado também por pessoas que não fazem parte da comunidade acadêmica e alcançará os campi do interior, onde sabemos que há uma grande carência desse tipo de ação”. Licurgo Brito disse que a UFPA pratica um esforço enorme ao financiar projetos vindos da comunidade acadêmica em tempos de dificuldades orçamentárias nas universidades públicas. “Mas hoje há uma consciência da importância desse programa, por conta de projetos como o Multiletras. Quando se divulga esse tipo de ação, se torna mais fácil conseguir os recursos”, completou o diretor do Proint.
A primeira mesa-redonda, ocorrida na manhã de sexta (29), tratou do tema “Literatura e interdisciplinaridade”, e contou com as presenças do diretor da Biblioteca Pública Arthur Vianna, Osmar Arouck, e das professoras Germana Sales e Josebel Fares, da UFPA e da Universidade do Estado do Pará (Uepa), respectivamente. Arouck apresentou os princípios da biblioteca pública e o projeto “Ler e Reler Vestibular”, promovido desde 2003. “Fazer com que o leitor se envolva com o livro é um princípio básico da biblioteca. A função do bibliotecário é facilitar o acesso”, defendeu. A sua posição coincide com a de Germana Sales: “Nas salas de leitura não é permitido aos alunos ver os livros, tocar, cheirar, criar intimidade. O afastamento contundente remete à proibição”. A pesquisadora lembrou que em situações de repressão e autoritarismo as bibliotecas são uns dos primeiros alvos. “Assim foi com a Inquisição, Hitler, na Alemanha, e o AI-5, no Brasil, que em vinte anos censurou quinhentos livros, metade dos queimados pela Igreja em seis séculos de Inquisição”.
Josebel Fares tratou da inserção da literatura no mundo das artes. Comparando com as artes plásticas, as cênicas e a música, Josebel conclui que a literatura, ao utilizar a palavra como matéria-prima, é a arte que dá conta de todas as outras formas de expressão. “Porque ela é movimento, forma e som. Apesar disso, a literatura só passou a ser considerada como arte há pouco tempo, por causa de uma militância nossa”. Ao falar do projeto “Ler e Reler Vestibular”, Osmar Arouck deu exemplos práticos da relação da literatura com as outras artes. Ele relatou que o projeto tem atividades com cinema, teatro, música e exposições. “A intenção é envolver mais o estudante com a literatura, não tornar a leitura do livro mais fácil”. Arouck discorda dos que dizem que o projeto funciona como “dicas do vestibular”: “O rito do vestibular assume um papel secundário. O que temos é um espaço para celebrar a literatura”.
A programação do I Seminário Multiletras segue com os mini-cursos e outras mesas-redondas até este sábado, sempre no prédio do Capacit, campus universitário do Guamá.
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