Dia da África é comemorado por estudantes que saíram do continente para formação acadêmica no Brasil
Foto: João Sérgio
No Dia da África, 25 de maio, é feriado em todos os países do continente, desde 1963. A sociedade deve refletir sobre os problemas que enfrenta há séculos, especialmente os dramas político-econômicos. Essa missão também foi assumida pelos estudantes africanos no Brasil, que elegeram o dia como oportunidade não só para discutir as questões que afetam seus países de origem, mas, estando “longe de casa”, também para difundir sua cultura.
Em Belém, são mais de 40 acadêmicos, diz Juliana Buza. Ela fez licenciatura em Química na UFPA, entre os anos de 1997 a 2002, voltou para Angola e retornou à Belém, cursando mestrado em Educação de Ciências e Matemática. Mas o Pará não é o estado com maior número de acadêmicos africanos. Ela diz que as cidades de Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba estão à frente, colocando o Brasil no topo da lista entre os países que são parceiros do governo africano na política de formação universitária. É seguido por Portugal. “Isso se dá não só pela familiaridade com a língua portuguesa, mas pela similaridade da colonização. Estudamos como se deu o processo aqui e pensamos no quanto poderia ser mais favorável que em outros países”, explica a professora, acrescentando que, por isso mesmo, ficou surpresa ao se deparar com tanto preconceito racial.
A contrapartida dos acadêmicos nesse processo de formação intermediado pelo governo, custeando ou não as bolsas de estudo, é o retorno ao seu país de origem, como tem feito Juliana, desde seu ensino médio, na União Soviética. “Acho que devemos assumir essa responsabilidade, para contribuirmos com o desenvolvimento dele. Mas nem todos voltam, não”.
Juliana foi uma das palestrantes do evento, que centralizou suas atividades em temáticas que difundissem aspectos geográficos e culturais da África. Além da exposição de representantes de diferentes países do continente, houve apresentação de algumas variedades de danças e roupas, seguida de degustação de comidas típicas. Juliana explica que em cada cidade brasileira, os estudantes escolheram temas de forma autônoma. “Aqui sentimos a necessidade de diferenciar nossas culturas, muitas vezes tidas como homogêneas. É comum até as pessoas se referirem à África como um país. Mas em São Paulo, por exemplo, está havendo discussão sobre a realidade das pesquisas científicas na África, onde não há diversidade de cursos universitários, que inclusive é um dos motivos pelos quais estudamos em outros países”.
Na ocasião, o reitor da UFPA, Alex Fiúza de Mello, falou sobre o projeto de criação da Casa de Estudos Africanos e sobre políticas de apoio aos estudantes, que, para Juliana, é uma ótima notícia, “de grande valia para nós e para os brasileiros”.
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