A Universidade Federal do Pará reuniu-se, nesta quarta-feira, com representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES. O objetivo foi oportunizar que pesquisadores da Instituição apresentem propostas de projetos científicos a serem financiados pelo Fundo Amazônia, programa gerenciado pelo Banco Nacional, cuja finalidade é captar doações para investimentos não-reembolsáveis em ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, e de promoção da conservação e do uso sustentável das florestas no bioma amazônico.

O momento foi coordenado pelo pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Emmanuel Tourinho, e contou com a participação de pesquisadores das áreas de Biologia Ambiental, Ciência da Computação, Engenharia Elétrica, Química, Genética e Biologia Molecular, Ecologia Aquática e Pesca, Ciência e Tecnologia de Alimentos, Neurociências e Biologia Celular, entre outras. As propostas foram apresentadas com caráter preliminar para serem ainda avaliadas pelo Banco. Segundo Tourinho, o resultado definitivo sobre as propostas aceitas devem vir no segundo semestre de 2010.

“A nossa perspectiva é poder trabalhar conjuntamente com a Instituição para garantir investimentos em Ciência, Tecnologia e Inovação no que consiste na contenção do desmatamento e na promoção do desenvolvimento sustentável”, afirmou Daniel Soeiro, um dos representantes do Departamento de Análise de Projetos e Gestão do Fundo Amazônia, do BNDES. O encontro serviu para prestar informações adicionais e detalhadas ao BNDES sobre cada uma das propostas submetidas ao Fundo Amazônia pela UFPA e possibilitar um melhor planejamento de execução financeira caso as propostas sejam aceitas.

Um dos projetos apresentados ao Banco foi o coordenado pelo professor Marcus Fernandes, do Campus da UFPA em Bragança, que visa à recuperação de florestas desmatadas em área de manguezal na península de Ajuruteua, uma das praias da região, a 210 quilômetros da capital paraense. De acordo com o pesquisador, a proposta prevê o reflorestamento da área, com o replantio de mais de 60 mil sementes de vegetação típica desse ecossistema e, assim, restaurar e preservar a biodiversidade local em termos de fauna e flora, garantindo também o desenvolvimento econômico das comunidades bragantinas que dependem da coleta de caranguejos para sua subsistência.

Outro projeto interessante apresentado ao BNDES foi o de Gláucio Carvalho, professor do Laboratório de Sensores e Sistemas Embarcados, que une as áreas de Ciência da Computação e Engenharia Elétrica para pensar em estratégias que possibilitem a modernização sustentável de sistemas de monitoramento de florestas e da qualidade de recursos hídricos da Amazônia. Entre outras propostas apresentadas, houve, também, a implantação de um núcleo multidisciplinar para estudar a biodiversidade na região; a aplicação de estratégias para conservação dos recursos naturais extrativistas da Amazônia e a criação do Centro de Estudos Avançados em Biodiversidade. O total do valor necessário para o desenvolvimento de todos os projetos é de mais de R$ 35 milhões.

Texto: Jéssica Souza – Assessoria de Comunicação da UFPA

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