Mini fóruns de Comunicação despertam a vocação acadêmica
Quando os estudantes ingressam no curso de Comunicação Social, têm uma tendência a olhar para apenas duas alternativas de mercado: as redações de jornal e as agências publicitárias. Essa é uma visão limitada da profissão de comunicólogo, como as professoras Regina Lima e Rosaly Brito, do Departamento de Comunicação Social da UFPA, procuram mostrar com atividades que despertem os alunos para a promissora e gratificante área acadêmica. A intenção é acabar com a dicotomia entre as disciplinas teóricas e as técnicas, que na verdade são complementares e interdependentes. “Os alunos partem do pressuposto que precisam rapidamente adquirir o conhecimento técnico, deixando de lado as reflexões mais profundas sobre a profissão”, comenta Regina Lima.
Os mini-fóruns de Comunicação que estão sendo realizados desde o mês de maio, servem a esse propósito. São eventos em que temas como política, meio-ambiente e novas formas de sociabilidade são confrontados com a perspectiva da comunicação social. No total serão seis mini-fóruns, até o fim do ano, quando todas essas questões serão aprofundadas na Semana de Comunicação Social. As semanas dos anos anteriores tinham um perfil diferente do que será este próximo. “No lugar das oficinas, que abordavam as técnicas do jornalismo e da publicidade, como novas mídias e locução em rádio e TV, colocaremos grupos de discussão ligados aos temas levantados nos mini-fóruns”. Com isso se pretende que os alunos se aproximem da pesquisa acadêmica, e quem sabe, formar uma nova geração de professores e pesquisadores.
“Estamos nos surpreendendo. Imaginávamos que haveria uma evasão de alunos por causa dos temas teóricos. Os três mini-fóruns passados, tiveram uma média de quarenta pessoas inscritas”, certifica Regina Lima. O professor Sílvio Holanda, do Departamento de Letras da UFPA, que foi convidado para o mini-fórum da semana passada, intitulado “Comunicação e Estudos Culturais”, ficou impressionado com o interesse dos alunos, vindos de até outros centros da universidade, no intuito de aumentar os horizontes do conhecimento. Desse mesmo evento, participaram também os professores José Guilherme Castro, do Departamento de Letras, e Lívia Barbosa, do Departamento de Comunicação. Eles falaram da problemática dos meios de comunicação influindo na cultura popular. “Antigamente, os bois-bumbás eram perseguidos pela polícia, por serem manifestações do populacho. Hoje se tornaram um verdadeiro espetáculo, domesticado e patrocinado por grandes empresas, como ocorre em Parintins”, comentou José Guilherme.
Lívia Barbosa atentou para o fato de que “não queremos fechar a discussão sobre comunicação e estudos culturais. A proposição é mais instigar do que informar”. Ainda que as atividades que abordem os conhecimentos técnicos continuem chamando mais a atenção dos estudantes, Regina Lima considera que a priorização dos debates teóricos é um ganho qualitativo, o que se sobressai aos ganhos quantitativos. Os próximos mini-fóruns previstos são: Comunicação e Meio-ambiente, Comunicação e novas formas de sociabilidade e Metodologias da Pesquisa em Comunicação.
(texto Alan Araguaia)
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