Pescadores e universitários se encontram na UFPA
O som do carimbó, ritmo que embala as horas de lazer das comunidades pesqueiras paraenses, abriu o evento História de Pescador, encontro realizado entre a comunidade pesqueira tradicional da microrregião do Salgado paraense e o público universitário, na tarde da última sexta-feira, 27 de agosto. O evento aconteceu no Auditório Setorial Básico, no Campus do Guamá, da Universidade Federal do Pará (UPFA), em Belém.
O encontro levou à capital paraense um grupo de pescadores moradores da Reserva Extrativista (Resex) Marinha, de São João da Ponta, no nordeste do Pará. O município tem como base econômica a pesca de subsistência, com destaque para o extrativismo do caranguejo.
Foi a primeira visita dos pescadores à UFPA. A viagem foi viabilizada pelo Grupo de Pesquisa em Ecologia da Paisagem, da Faculdade de Geografia e Cartografia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), com apoio da ONg Noolhar, do Instituto Chico Mendes, da Prefeitura de São João da Ponta e da Cooperativa Educacional Batista da Amazônia.
“Estamos desenvolvendo um estudo ambiental nessa região desde o início do ano. É um trabalho de pesquisa e extensão realizado nessa comunidade, o qual, futuramente, será um programa maior envolvendo outros pesquisadores,” explica a professora Marcia Pimentel, diretora da Faculdade de Geografia e coordenadora do Grupo de Estudo.
Relatos e experiências - Além da exibição do carimbó, os pescadores fizeram relato de suas experiências para uma plateia composta por estudantes de graduação e pós-graduação de Geografia, da UFPA, e de Engenharia Ambiental, da UEPA, e de outros cursos, interessados em desenvolver monografias e dissertações de mestrado em problemas socioambientais e sustentabilidade. Também se fizeram presentes os secretários de Cultura e Educação de São João da Ponta; o representante da Pró-Reitoria de Extensão da UFPA, professor Walter Silva Jr; e o diretor da Resex, Waldemar Vergara.
A luta pela criação da Resex em 2002, até as dificuldades dos pescadores que atuam como agentes ambientais no trabalho de conscientização de outros em relação à captura do caranguejo foram destacados nos depoimentos. “É um desafio enorme para um pescador aceitar ser um agente ambiental, pois a renda do caranguejeiro já é escassa com a pesca. Sem outras alternativas de renda no período do defeso, prevalece a disputa pela sobrevivência,” afirma o pescador Pedro Lima.
Lixo e reciclagem - São João da Ponta, criado em 1995, desmembrado do município de São Caetano de Odivelas, tem nove mil habitantes. Toda a produção de caranguejo do Estado é extraída do município, por meio das comunidades de pescadores, que reúnem cerca de 300 a 350 caranguejeiros. Assim como em outras localidades, São João da Ponta sofre com a poluição causada pelo lixo, visível nas garrafas PET, que se acumulam nos mangues, trazidas pelas praias na maré alta. Para enfrentar o problema, a comunidade recebe o apoio da ONG paraense Noolhar, que atua na região com ações de conscientização e oficinas de reutilização desse material, resultando na confecção de bolsas como alternativa de renda para a comunidade.
Texto: Cristina Trindade - Assessoria de Comunicação do IFCH
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