UFPA coloca o cinema e o audiovisual em debate
O primeiro dia do Cinemazon, nesta quinta-feira, 20, no Teatro Cláudio Barradas, inicou com um ciclo de debates sobre o campo do cinema e do audiovisual na Amazônia. O Encontro prossegue nesta sexta-feira, 21, pela manhã, com a Mesa-Redonda “O Mercado de Trabalho na Amazônia: Desafios e Perspectivas”. À noite, no Cinema Olympia, a partir das 19h30, o evento proporciona aos participantes e apaixonados por cinema um bate-papo com o cineasta e roteirista Orlando Senna sobre o filme “Iracema: uma transa Amazônica”.
Na mesa de abertura do Cinemazon, a criação do curso foi apontada como um meio de fortalecimento do campo do Cinema e Audiovisual na Amazônia. Professora e coordenadora do curso de Cinema e Audiovisual, Cláudia Melo, ressaltou que o Cinemazom não marca apenas o nascimento do curso de bacharelado em Cinema e Audiovisual da UFPA, mas também o início de um novo ciclo na própria história do pensar e do fazer Cinema e Audiovisual no Pará. “O curso de Cinema e Audiovisual é, antes de tudo, resultado do compromisso da UFPA com o desenvolvimento da nossa região e a entrada da UFPA nesse campo já proporciona o início de um novo ciclo na História do Audiovisual da Amazônia.”
O pronunciamento do reitor da Universidade Federal do Pará, Carlos Maneschy, durante a abertura do Cinemazon, lembrou o processo de criação do curso. “Não podemos esquecer que se o curso de Cinema e Audiovisual existe, hoje, é porque foi resultado de um grande esforço que começou com o professor Alex Fiúza”. Professor Maneschy comentou, ainda, que o curso celebra a abertura de um caminho para muitos profissionais que buscam uma formação para a cidadania.
O diretor do Instituto de Ciências da Arte (ICA), professor Celson Gomes, também falou da importância do curso na área das Artes e no âmbito do ICA. “Por tradição, o cinema sempre esteve vinculado às Faculdades de Comunicação e poder trazer este curso para o ICA é a possibilidade de convergência das diversas linguagens da Arte”, comentou, observando que a primeira Graduação em Cinema e Audiovisual já é um marco histórico.
Iniciando as discussões do primeiro dia, o poeta, escritor e professor João de Jesus Paes Loureiro realizou a Conferência “Cinema: arte moderna por excelência”. Paes Loureiro falou sobre como uma realidade pode se transformar através das lentes. Ele enfatizou a riqueza de imagens e imaginários que a Amazônia permite à produção cinematográfica. Para o professor Paes Loureiro, o cinema “é uma arte que nasceu com o uso de imagens locais, com uma dramaticidade mundial”.
O Cinema na Amazônia - A primeira Mesa-Redonda “O Cinema na Amazônia” teve a participação dos cinéfilos Pedro Veriano, Luzia Miranda Alves e Marco Antônio Moreira, que falaram sobre a relação da Região Norte com o cinema. Foram exibidas cenas clássicas e importantes da história do cinema, comentadas por Veriano, que também fez uma retrospectiva da história do cinema mundial, chegando aos dias atuais, com o 3D.
Lembrando de algumas evoluções importantes, como a fotografia, os galãs românticos, a inserção de falas, os equipamentos de filmagem e projeção, Pedro Veriano ressaltou, ainda, que o fenômeno cinematográfico nos guarda muitas surpresas, pois “não se tem como saber como será o cinema no futuro, mas, provavelmente, não precisaremos de óculos para assistir ao 3D.”
A professora Luzia Miranda Alves trouxe uma visão social sobre a cinefilia no Pará e a relação dela com a crítica cinematográfica e os cineclubes. “Cinefilia é um termo que se transformou em conceito dado ainda hoje a uma construção conflituosa. O cinéfilo não ama apenas assistir, ele quer discutir.”
O crítico Marco Antônio Moreira reforçou a importância da fomentação das áreas de produção, roteiro, crítica, pós-produção e distribuição. Ele destacou, também, a dificuldade de se fazer cinema na região. “Nunca se teve tanta oportunidade de fazer cinema, mas encontramos uma barreira. Ninguém faz filme para não ser visto. Em Belém, não vimos nem a metade do que foi produzido no ano passado, no Brasil. Para mudar essa realidade, precisamos de mais investimentos.”
Serviço:
Cinemazon e o Cine Olympia promovem, até o dia 31 de janeiro, a mostra de filmes dos Primeiros Tempos da História do Cinema, sempre às 16h30, e, às 19h30, a exibição do filme “Iracema: uma transa Amazônica”, no Cinema Olympia, na Praça da República. Programação do Cinemazon no site www.cinema.ufpa.br
Fotos: Alexandre Moraes
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